Rotas Afro conectam pessoas a lugares e histórias negras 

Histórias que não são contadas nos livros estão no Rotas Afro, um programa de passeios turísticos que conecta pessoas com lugares e histórias negras do Brasil. 


Visitar espaços históricos e conhecer um pouco sobre o passado é uma premissa de muitas pessoas que viajam para diversas regiões do Brasil e do mundo. O contato com a memória torna-se, dessa maneira, uma forma de se aproximar dos ancestrais ou mesmo ter acesso a outras culturas. Porém, são poucas as viagens que contam histórias que nem sempre estão nos livros, especialmente no caso de alguns povos.

É muito comum que a história negra seja apagada ou que conte sempre o enredo de dor da escravidão.

Pensando em dar mais protagonismo para os negros, e mostrar histórias não contadas de um passado ainda vivo é que a guia turística Júlia Madeira teve a ideia de organizar um programa de passeios turísticos para conectar as pessoas com lugares e histórias negras: o Rotas Afro.

Onde estão as Rotas Afro?

Criado em 2019, o programa, por enquanto, contempla apenas o interior paulista. Além da cidade de Piracicaba, uma das regiões que contou com maior número de escravizados, o projeto faz passeios também por Campinas, última cidade do país a abolir a escravidão.

Além do Rotas Afro, há também o Rotas Escola, um braço do projeto, que acontece nas escolas de Piracicaba, e o Rota Caipira, edição limitada, que busca trazer um olhar rural para essas histórias.

O Rotas Afro pretende se estender a outras cidades do interior de São Paulo, futuramente.

Como fazer uma Rota Afro?

As inscrições para o Rota Afro podem ser feitas aqui, pelo linktree do projeto.

As caminhadas costumam durar duas horas e meia. Este ano, Júlia Madeira ganhou o prêmio “Talentos da Diversidade”, da Câmara Municipal de São Paulo, graças a sua iniciativa com o Rotas Afro e seu trabalho com afrofuturismo.

Segundo ela, a criação do projeto foi desafiador, especialmente pelo apagamento da cultura negra.

“Como nossa história é sistematicamente apagada, meu principal desafio é encontrar pesquisas e consolidar e fundamentar a minha narrativa”, resume.

O Rotas Afro tem também um Instagram, com atualizações sobre o projeto.

Estamos na torcida para que esse projeto se estenda por todo o Brasil.

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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