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Dublin se transformou no destino preferido dos jovens brasileiros que querem fazer um intercâmbio para aprender inglês.
A razão é simples: a receptividade dos irlandeses e o visto para o país permitir trabalhar e estudar.
De fato, o povo irlandês é caloroso e simpático, e Dublin tem os pubs mais incríveis, onde são servidas as melhores cervejas do mundo, como a Guinness, e os melhores uísques.
Sem falar que, culturalmente, a Irlanda é um prato cheio, seja em relação à sua história recente, seja em relação ao seu passado. A começar pelos grandes nomes da literatura, a terra dos campos verdes deu ao mundo James Joyce, Oscar Wilde e Samuel Beckett, George Bernard Shaw e William Butler Yeats, além, claro, do U2.
Por falar em U2, muita gente canta a lendária canção Sunday Bloody Sunday sem saber que ela trata de um período sangrento da história irlandesa. A música, que se tornou um hino na década de 1980, faz referência a uma passeata civil ocorrida em 1972, em Creggan, em Derry, no norte da Irlanda, que foi violentamente reprimida pelas autoridades britânicas.
A Irlanda do Norte, até hoje, é território do Reino Unido, diferentemente do sul, onde está a capital, Dublin. A manifestação resultou em 13 mortos e 14 feridos. A motivação do protesto foram as prisões arbitrárias de supostos membros do Exército Republicano Irlandês, o IRA, um grupo terrorista nacionalista que queria a independência da Irlanda do Norte. O diretor Paul Greengrass fez o filme Domingo Sangrento para contar essa história.
A Irlanda do Norte, naquele momento, é um território de disputas entre católicos, que querem a reunificação com a República da Irlanda, e uma maioria protestante, que é nacionalista e quer se manter ligada ao Reino Unido. Temos que voltar no tempo para entender a questão.
O rei Henrique VIII, no século XVI, promoveu uma cisão com a Igreja Católica fundando a Igreja Anglicana. Assim, os primeiros protestantes foram ganhando terreno no Reino Unido e os católicos se refugiaram ao norte. No século XX, quando a República da Irlanda se torna independente, o conflito se agrava porque o norte continua sob o domínio britânico.
Esse caldo histórico de ressentimento fez de Derry um campo de batalha entre civis e as tropas militares britânicas, que atiraram na multidão. Em represália, o IRA convoca a população para uma greve geral. Em Dublin, o IRA incendeia a embaixada britânica. A luta armada por direitos civis seduz cada vez mais jovens para o IRA.
Em Belfast, na Irlanda do Norte, essa história ainda está viva. A cidade é dividida por um muro que separa o lado católico do protestante. Há vários muros pintados com mensagens de paz e outros que relembram esse passado recente. Também se encontram pelas ruas da cidade homenagens aos mortos.
No final da década de 1990, a Irlanda do Norte recupera a autonomia com um governo de coalizão entre protestantes e católicos.
Dublin, por outro lado, é uma cidade mais festiva, no sentido de que está mais internacionalizada e alinhada com os valores da União Europeia.
Os pubs são o ponto alto da cidade, além de vários restaurantes interessantes. Você pode começar a sua saga pelo Temple Bar, uma área situada na margem sul do rio Liffey. A vida noturna aí não tem hora para acabar. O Brazen Head, um pub à beira do rio, é o mais antigo da Irlanda, tendo sido fundado em 1198.
Daí, há vários lugares interessantes para conhecer, como: o Centro Irlandês de Fotografia (Irish Photography Centre), o Centro Cultural Infantil de Ark (Ark Children’s Cultural Centre), o Instituto Irlandês do Cinema (Irish Film Institute), o Temple Bar Music Centre, o centro de arte moderna Arthouse Multimedia Centre, a galeria Temple Bar Gallery and Studio. Depois, siga andando até o City Hall, onde há várias lojinhas charmosas.
O prato típico dublinense é o clássico fish and chips. Não dá para estar em Dublin sem beber a deliciosa Guinness. É possível visitar a fábrica da cerveja, bem como as destilarias onde são fabricados os famosos uísques irlandeses.
O Trinity College é uma renomada universidade de Dublin que vale uma visita. Seus prédios históricos e os belos jardins merecem ser conhecidos em uma agradável caminhada. Com sorte, é possível encontrar gratuitamente algum concerto musical rolando nas dependências da universidade.
Na histórica Parque Merrion Square, você pode conferir a estátua do escritor Oscar Wilde, erguida em 1997. Dali, siga para vários pontos de interesse, como o James Joyce Centre, um centro cultural dedicado a um dos escritores mais importantes do século XX, James Joyce, autor do clássico Ulysses e de Retrato do Artista Quando Jovem. Não deixe de ir a Old Library, uma das mais antigas e belas bibliotecas do mundo, onde também acontecem várias exposições.
Já que falamos tanto dos conflitos religiosos na Irlanda, não dá para deixar de fora do roteiro a Catedral de St. Patrick.
Se você gostar de conhecer museus, a agência Seda Intercâmbios preparou um roteiro com 5 museus imperdíveis da capital irlandesa.
Tenha em mente que a Irlanda é um país úmido e, mesmo no verão, você pode encontrar chuva e temperaturas amenas.
O gráfico mostra como sáo, em média, as chuvas e as temperaturas mínima e máxima durante todo o ano:
Andar com um guarda-chuva ou uma capa de chuva a tiracolo é fundamental. As noites de verão podem chegar a fazer 12 graus Celsius, que é muito bom para passear e curtir, visto que o verão europeu cansa.
Outro acessório importante é um cachecol ou lenço para proteger o pescoço do vento. Um casaco corta-vento e impermeável também é um item a se considerar para colocar na mala.
Essa indumentária toda pode valer para o verão, mas para o inverno é essencial, quando deve ser levada aquela roupa denominada “segunda pele”, além de calçados impermeáveis, de preferência.
Em setembro, quando chega o outono, os preços em Dublin caem um pouco, o que pode ser um bom período para conhecer a cidade, que é, sim, cara. Já em fevereiro e abril, apesar das temperaturas baixas, o fator menor precipitação e baixa estação também podem ser atraentes.
Já que você chegou à Irlanda, que tal esticar a viagem para além de Dublin e conhecer aquelas paisagens paradisíacas à la Game of Thrones?
O e-Dublin preparou um guia para o visitante conhecer as locações onde a série foi filmada. Elas estão em Belfast, além do Castelo Ward e Ballyntoy Harbour, localizado entre a ponte Carrick-a-rede e a Calçada dos Gigantes, e as cavernas de Cushendum, em Antrim.
De Dublin, você pode partir para outras cidades irlandesas, seja para um bate-volta, seja para permanecer nelas. Um desses lugares é Cliffs of Moher, uma região no oeste da Irlanda onde há paredões de pedra de frente para o mar que formam uma das vistas mais belas e impressionantes do país.
O Hostelworld fez uma lista com 15 cidades para conhecer, além de Dublin e das que indicamos, em sua visita à Irlanda.
Tenha em mente que o câmbio no sul é em euro e, no norte, é em libra esterlina. Apesar de esta valer mais do aquele, o sul é mais caro do que o norte.
A Irlanda é um pequeno país que abarca uma cultura extremamente diversa. Seu povo é simpático e acolhedor e suas paisagens são de tirar o fôlego.
Boa viagem!
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Categorias: Viajar
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