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A dica de hoje vai para quem adora uma caminhada na natureza! Você já ouviu falar no Monte Roraima? É um dos destinos de aventura mais cobiçados pelos mochileiros de plantão. Mas, mesmo se você não for mochileiro, vale a pena conhecer esse lugar incrível!
O monte Roraima está localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. É uma montanha delimitada por falésias com cerca de 1.000 metros de altura. Do lado do Brasil, seu território está no Parque Nacional de Monte Roraima. Seu ponto mais alto atinge 2.810 metros, do lado venezuelano.
É verdade que o Monte Roraima está localizado em uma região inóspita na América do Sul, mas ir até ele não é tão difícil. Chega-se até lá pegando a rota internacional Autopista 10, na Venezuela, e a rodovia BR-174, no Brasil.
Para se chegar ao Monte Roraima, é preciso estar disposto a caminhar pela floresta ou por pequenas postas de pouso locais. Tanta animação por parte dos trilheiros deve-se ao fato de o local ter uma beleza exuberante, além, claro, do desafio em conhecer um lugar misterioso e pouco conhecido.
São 3 dias para se chegar ao topo do monte e mais 2 dias para voltar. As expedições levam, no mínimo, 6 dias e preveem acampamento pelo caminho. Mas tanto esforço vale a pena para conhecer o oitavo pico mais alto do Brasil, cuja origem remonta ao período pré-cambriano.
O Monte Roraima se converteu num dos destinos mais procurados pelos praticantes de trekking, por causa de suas condições favoráveis de acesso e escalada.
Existem muitos motivos para visitar esse lugar lindo e inóspito: o turismo consciente, o contato com a natureza, o ato de praticar esporte, o fato de estar em um dos lugares mais altos do país, a energia da floresta, a beleza selvagem do lugar, fauna e flora endêmicas e a peculiaridade de visitar um local desconhecido por muitos.
Um lugar quase intocado como o Monte Roraima tem uma natureza exuberante e selvagem. A fauna e flora locais são muito ricas, tanto que a cada ano nova espécies são descobertas. As espécies vêm sendo identificadas e marcadas, o que indica risco iminente de extinção.
Foto: Bejaria imthurnii
Ao pé da montanha, encontramos floresta tropical formada por folhagens de 25 a 45 m de altura. A vegetação dominante é composta por Cyatheales, Bromeliaceae, Eriocaulaceae e Arecaceae. Já nas falésias, pelo solo ser mais arenoso e o clima mais fresco, a vegetação muda para bromeliáceas similares às andinas.
São três os tipos de vegetação encontrados por toda região: árvores, epífitas e savanas secas ou pantanosas. As espécies endêmicas são abundantes na região, como Stegolepis guianensis, Orectanthe sceptrum, Bejaria imthurnii, Stomatochaeta condensata, Thibaudia nutans, Connellia augustae, Connellia quelchii, Tillandsia turneri, Bonnetia roraimae e Epidendrum secundum, além de samambaias e plantas carnívoras adaptadas às peculiaridades do solo, como Heliamphora nutans, Brocchinia reducta, Brocchinia tatei, Drosera roraimae, Utricularia quelchii e Utricularia humboldtii.
Foto: Junonia coenia (Castanheira)
Ao pé da montanha, a fauna é composta principalmente por mamíferos, tais como: preguiças-de-bentinho, tamanduás-bandeiras, tamanduás-mirins, antas, tatus-canastras, capivaras, pacas, caititus, cachorros-vinagres, cutias, quatis, juparás, gogós-de-solas, veados, onças, jaguarundis, gatos-do-mato, suçuaranas, gatos-maracajás e ainda primatas, como macacos-da-noite, bugios, bizogues, uacaris-pretos, caiararase parauacus.
Também é registrada é uma grande diversidade de aves, sendo as mais comuns: marreca-toicinho, o falcão-de-coleira, o periquito-de-bochecha-parda, o peixe-frito-pavonino, a corujinha-de-roraima, a coruja-buraqueira, o tico-tico, o tucaninho-verde, além de cinco espécies de beija-flor, entre outras. Algumas dessas espécies são endêmicas dessa região da América do Sul e são restritas às circunvizinhanças dos tepuis.
O Monte Roraima guarda uma lenda, surgida na tribo dos índios Macuxi, seus antigos habitantes. Segundo a lenda, não havia nenhuma elevação naquelas terras, onde várias comunidades indígenas habitavam por serem terras planas e férteis para a caça, a pesca e a colheita de frutos abundantes na região.
Mas um dia, nasceu no local uma bananeira, uma árvore nova para aquela localidade. A bananeira cresceu e deu muitos frutos, que vieram com um recado divino para os pajés: ninguém poderia tocar na árvore ou em seus frutos, porque ela era sagrada. Caso alguém tocasse na bananeira, inúmeras desgraças aconteceriam com o povo que ali vivia. Todos obedeceram ao aviso divino, mas um dia, ao amanhecer, a tribo percebeu que a árvore estava cortada, o que provocou a ira da natureza. O céu escureceu e foi tomado por raios e trovões, os animais afugentaram-se e do centro da Terra surgiu o Monte Roraima, elevando-se imponente em direção ao céu. Até hoje dizem que o monte chora por causa da violação do passado.
Os meses de dezembro a março são os melhores para o trekking no Monte Roraima, porque é o período menos chuvoso na região. Para visitá-lo, é preciso estar em dia com a vacina de febre amarela, além de levar passaporte ou identidade, já que a porta de entrada do monte é a cidade de Santa Helena de Uairém, na Venezuela. Também é necessário contratar um guia local, segundo o site Dicas de Viagem.
Por estar muito próximo à linha do Equador, faz calor no Monte Roraima, já que por lá o clima é tropical. A temperatura média anual na região é de 20 a 22º C, mas a estação de seca vai de dezembro a março.
Engana-se quem acha que a viagem acaba ao chegar ao monte Roraima. Pelo contrário: ela está apenas começando. O monte tem um extenso platô cujas belezas podem levar de 2 a 7 dias para serem descobertas.
O pico parece a superfície lunar, devido às suas formações rochosas e ao solo irregular. Entre as atrações a serem conhecidas aí estão cachoeiras, jacuzzis, mirantes e o marco das três fronteiras.
O Parque Nacional do Monte Roraima tem uma área de cerca de 116 mil hectares e foi criado pelo decreto n° 97.887, de 28 de junho de 1989 com o objetivo de proteger o cenário natural único da região da serra do Pacaraíma.
O território do Parque faz parte da terra indígena Raposa Serra do Sol, razão pela qual a sua administração fica a cargo da Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além da comunidade dos índios ingaricós.
Do lado da Venezuela, o monte Roraima está no Parque Nacional Canaíma, que é uma das principais áreas de conservação ambiental da América Latina. O parque é declarado patrimônio da humanidade pela Unesco.
Agora que você já conhece um pouco do monte Roraima, pode salvar essa dica para a sua próxima viagem de aventura!
Categorias: Viajar
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