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Foi-se o tempo do trabalhador carteira assinada, com direito a férias, 13° salário e de ter resfriado para ficar em casa um dia de repouso. A situação do trabalhador hoje já é ruim mas não se preocupe, pois vai piorar.
Desculpem o pessimismo mas a bola de cristal do historiador Yuval Noah Harari parece cada vez mais funcionar: “uma nova classe de pessoas deve surgir até 2050: a dos inúteis”, escreveu ele no seu best seller Sapiens. E o que vemos hoje?
A tendência atual é contratar profissionais liberais, sem vínculo empregatício, que pagam seus próprios tributos (INSS, transporte, saúde, etc), que pareçam donos de seus negócios, gestores de seus tempos, mas que são igualmente explorados, cumprem metas sobre-humanas e não têm direito à férias (a não ser que consigam ganhar bem o suficiente para se darem ao luxo do descanso!).
Hoje ainda temos trabalhadores carteira assinada com alguns direitos, mas estes também se sentem escravizados, pressionados, ameaçados pelo desemprego, super inseguros e nada felizes.
A saúde e o bem-estar do trabalhador pouco ou nada importa hoje em dia. Toda essa problemática foi discutida por Harari, que conta como na época da revolução industrial alguns direitos trabalhistas foram conseguidos. Na época, os empregadores, a indústria, a economia, a sociedade era baseada na força da mão-de-obra humana. Hoje estamos substituindo o homem pela inteligência artificial, robôs e algoritmos. A pandemia só fez acelerar esse processo e, resumindo, 2050 está à porta.
Com o avanço da inteligência artificial, a maioria dos humanos será substituída por máquinas e robôs. Muitos profissionais não apenas perderão seus empregos como não serão mais empregáveis, e nessa história eis que surge uma nova classe de homens: a massa dos inúteis.
Esse é projeto que se delineia com traços fortes e indeléveis. Como esse povo inútil vai viver? Com renda básica universal: “não terá nada e será feliz” como previu Klaus Schwab no Fórum Econômico Mundial.
Sem trabalho, sem prospectiva o jeito é voltar-se à Deus: no novo mundo pós-trabalho (ou no novo mundo dos inúteis), o povo poderá ser feliz como é feliz a sociedade israelense, sugere Yuval Harari:
“alguns judeus ultraortodoxos não trabalham e passam a vida inteira estudando escrituras sagradas e realizando rituais religiosos (…) apesar desses homens serem pobres e nunca trabalharem, pesquisas relatam níveis de satisfação mais altos que em qualquer outro setor da sociedade israelense”, afirma Harari.
Uma outra possibilidade é entrar no Metaverso e ser feliz a custo zero. Quer ir para a Nove York mas não tem dinheiro? No Metaverso você pode ir para aonde quiser sem sair de casa e sentir a emoção como se estivesse ido.
O que nós podemos fazer para mudar essa previsão de um futuro perverso?
Valorizar o homem, o ser humano, ver mais pessoas ao vivo e em cores e menos pessoas online. Além disso, valorizar a pequena indústria, o pequeno trabalhador, o pequeno produtor rural, o artesão, a pessoa verdadeira.
Feliz Dia do Trabalho 2023. Feliz Dia do Trabalhador!
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Categorias: Trabalho e Escritório
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