Brasil, um país de Desigualdades até no Sobrenome


Você sabia que seu sobrenome pode definir inclusive seu salário no Brasil? Pois é, conforme análises realizadas pela BBC com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego, os sobrenomes mais comuns dos trabalhadores no país, têm origem portuguesa e representam 45% do total de trabalhadores.

Sobrenomes como Silva, Sousa, Costa, Pereira e Oliveira estão compondo nomes de quase 47 milhões de trabalhadores de empresas privadas, porém, os maiores salários identificados foram para sobrenomes de origem alemã, japonesa, sírio-libanesa, lestes europeia ou italiana.

Um dado interessante deste estudo revela que embora o Brasil tenha tido uma grande ocupação de escravos originados na África, os sobrenomes com origem neste continente são raríssimos, pois seus nomes reais eram substituídos por nomes ibéricos quando eram vendidos durante a escravidão.

Outro dado apurado é que brancos, mesmo que estes tenham nomes ibéricos, ganham mais que negros, pardos e índios, demonstrando também mais uma prova de desigualdade no País.

Com base nestas análises baseadas em pesquisas realizadas pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, realizada pelo economista Leonardo Monasterio, foi possível identificar com bastante exatidão a desigualdade enorme existente no Brasil, presente em vários aspectos e também na remuneração de trabalhadores devido à sua ancestralidade.

Sua pesquisa utilizou ferramentas de inteligência artificial (uma técnica denominada machine learning) para depurar dados de ancestralidade em uma amostra determinada de trabalhadores com registros no Ministério do Trabalho e Emprego e apontou informações que permitiram tabular tais indicadores.

Seus estudos estão se aprofundando para identificar se outros fatores influenciam estas distorções, como a cor, gênero e qualidade de ensino da pessoa.

Quanto ao ensino, o que se percebeu inicialmente foi que o diferencial não é a quantidade de anos de estudos e sim a qualidade e conhecimento adquirido pela pessoa.

Estudos como este são importantes para entendermos o porquê dessas diferenças, para combatermos uma parte significativa de nossa desigualdade social.




Redação greenMe

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