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Imagine-se em uma disputa por uma vaga incrível em uma grande empresa. O que deve pesar na decisão final de contratação de um funcionário? O perfil adequado para o cargo? O currículo? A personalidade? A empatia entre recrutador e candidato? Talvez todas essas respostas sejam levadas em conta, mas existe uma crueldade nessa seleção.
Se um desses potenciais candidatos for mãe, principalmente de filhos pequenos, ela, muito provavelmente, vai ser eliminada só por esse fato: o de ser mãe.
As empresas não assumem isso, já que a Constituição Federal impede qualquer tipo de discriminação. Mas, no mundo real, todo mundo sabe que isso acontece. É aí que entra o importante trabalho de uma plataforma criada especialmente para elas, as mães.
Criada pela agência de comunicação corporativa Teamworker, a plataforma chama-se “Contrata-se uma mãe“.
Muito simples de utilizar, o site ainda é novo para o mercado, tendo em vista que são poucas as empresas participantes. Mas, de acordo com informações da própria plataforma, existe o apoio de grandes empresas e previsão de inclusão de mais conteúdo para ajudar as mulheres interessadas em fazer parte do banco de currículos.
Para fazer parte, basta preencher um cadastro, incluir o currículo em formato PDF e fazer uma breve descrição sobre as habilidades adquiridas com a maternidade.
Quem é mãe sabe o quanto essa descrição de novas habilidades é muito mais extensa do que as pessoas imaginam:
A lista é grande e mostra, ao contrário do que pensa o senso comum, que mães tornam-se muito mais produtivas, e não menos. É o caso de um estudo feito pela Federal Reserve Bank of St Louis que analisou 10 mil mulheres por um período de 30 anos e concluiu que mães, principalmente aquelas que têm pelo menos dois filhos, são as mais produtivas.
Entretanto, nada disso costuma ser levado em conta na hora da contratação, a julgar pelas estatísticas desfavoráveis.
Uma pesquisa divulgada pela Catho apontou que 21% das mulheres levam mais de 3 anos para retornarem ao mercado de trabalho, após a maternidade, contra apenas 2% dos homens.
Elas também deixam o emprego cinco vezes mais que eles: são 28% de mulheres, e 5% de homens.
Além disso, um estudo de Stanford fez um experimento mostrando dois currículos idênticos de candidatas a um posto de consultoria de gestão. Um deles mostrava apenas uma informação instigante: uma delas fazia parte de uma associação de pais e professores. Evidentemente, o recrutamento tirou as conclusões necessárias para eliminar as chances daquela mulher ser contratada.
Pelo menos na imensa maioria das vezes: era 79% menor a chance de contratação da mulher com filhos, bem como as ofertas salarias eram US$ 11 mil mais baixas.
Existem muitos relatos nas redes sociais de mulheres que foram eliminadas em seleções de recrutamento acirradas apenas pelo fato de serem mães. Nessas circustâncias, todos ficam indignados, mas nada muda, e elas continuam enfrentando dificuldades para voltar ao mercado de trabalho ou mesmo fazer parte de cargos mais altos das empresas.
Essa peculiaridade relacionada à maternidade só mostra a ponta de um iceberg da discriminação enfrentada pelas mulheres, de modo geral, todos os dias. Elas são julgadas por não quererem filhos, e também quando os têm. Não à toa, muitas mães apelam para o empreendedorismo como solução para darem melhores condições de vida para os filhos, esperando que eles cresçam em uma sociedade mais igualitária, mais acolhedora, e por que não, mais maternal.
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Categorias: Trabalho e Escritório, Viver
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