Um litígio judicial teve início em 2005 com 6 malianos contra uma subsidiária norte-americana da suíça Nestlé – a maior empresa produtora de alimentos do mundo – e a comerciante de commodities Cargill.
Os malianos acusaram as empresas de os terem escravizados enquanto crianças em plantações de cacau na Costa do Marfim. Os autores da ação judicial alegam que as empresas sabiam das condições de escravidão que estavam por trás do cacau barato que compravam.
Mas agora a Suprema Corte americana avalia colocar um fim ao processo.
Isso porque as empresas pediram ao Supremo Tribunal Federal dos Estados Unidos para encerrar as ações judiciais contra elas mas, segundo noticiou a Reuters, juízes da Suprema Corte norte-americana se mantêm cautelosos em barrar as ações judiciais porque, embora possam não estar envolvidas diretamente nas violações de direitos humanos, poderiam de fato, favorecer os abusos mediante omissão e estando conscientes dos preços praticados.
Os 9 juízes do Supremo Tribunal devem tomar a decisão de encerrar ou não o processo antes do final de junho de 2021.
Neal Katyal advogado das empresas envolvidas, alega que a questão não é “apenas” que suas assistidas abominam o trabalho escravo, mas que
“Se não tomarmos cuidado, julgamentos desse tipo proliferarão, durarão décadas e minarão nossa política externa”.
A sua resposta é já uma prova contra as empresas: mais vale a política e o comércio externos, que os direitos humanos internacionais.
Aguardemos.
Ontem foi o Dia Internacional Contra a Escravidão. (O International Day for the Abolition of Slavery). No Brasil, a data é lembrada dia 28 de janeiro.
Talvez te interesse ler também:
9 multinacionais do chocolate que exploram crianças
Madeira ilegal e glifosato em esquema de escravidão moderna em MG
Trabalho escravo ainda é realidade no Brasil: 21 pessoas resgatadas na Bahia
A proposta francesa de boicote à Amazon para refletir neste Natal
Categorias: Trabalho e Escritório
ASSINE NOSSA NEWSLETTER