Será que você trabalha demais? Será que isso faz bem?


Quem de nós, em algum momento da vida, não achou que estava trabalhando demais? Infelizmente, a maioria de nós não tem escolha e precisa dedicar a maior parte do tempo ao trabalho.

Uma pesquisa denominada Use It Too Much and Lose It? The Effect of Working Hours on Cognitive Ability, realizada pela Universidade de Melbourne (Austrália) analisou o impacto que as horas trabalhadas provocam em 3,5 mil mulheres e 3 mil homens. Eles foram submetidos a testes cognitivos cujos resultados indicaram que trabalhar 25 horas semanais é o mais adequado para a habilidade cognitiva na faixa etária dos 40 anos.

De acordo com Awebic, dentre os testes pelos quais os participantes passaram estão ler em voz alta, recitar listas de trás para frente, combinar números e letras sob pressão do fator tempo. Os resultados apontaram que os melhores resultados foram alcançados por homens que trabalham entre 25h e 30h semanais e em mulheres que trabalham entre 22h e 27h semanais.

Os participantes que trabalham, em média, 40h semanais apresentaram um mau desempenho nos testes cognitivos, enquanto aqueles que trabalham 55h ou mais tiveram o pior resultado, até mesmo comparado aos resultados de aposentados e desempregados.

Bem e mal

Para Colin McKenzie, professor de economia da Universidade Keio (Japão) e um dos autores da pesquisa: “O trabalho pode ser uma faca de dois gumes, na medida em que pode estimular a atividade cerebral. Mas ao mesmo tempo, longas horas de trabalho e certos tipos de tarefas podem causar fadiga e estresse, que potencialmente danificam as funções cognitivas”.

A pesquisa conclui que trabalhar demais afeta o cérebro negativamente, mais do que não trabalhar. Logo, segundo McKenzie, o grau de estimulação intelectual deve ser diferenciada em qualidade e tempo de acordo com a etapa de vida. “Isso significa que, em média e maior idade, trabalhar em tempo parcial pode ser eficaz na manutenção da capacidade cognitiva”, defende o pesquisador.

Ideal x realidade

Esse tipo de avaliação não é feita pela quase totalidade das empresas do mundo todo. Aliás, a maioria dos países tem aumentado a idade para a aposentadoria, exigindo que as pessoas trabalhem cada vez mais. Algumas empresas sequer oferecem turnos de trabalho alternativos, a fim de contribuir para a qualidade de vida de seus funcionários.

Sobre o tipo de trabalho intelectual ideal a ser realizado, Mckenzie diz que “é difícil identificar os efeitos causais do tipo de trabalho nas funções cognitivas. Pessoas devem ser selecionadas em certas ocupações de acordo com as suas habilidades cognitivas”.

Infelizmente, nós sabemos que nem sempre isso é levado em conta pelo mundo do mercado de trabalho.

Confira aqui a pesquisa realizada pela Universidade de Melbourne (em inglês).

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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