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Se você soubesse que uma pessoa está muito doente, com muitos problemas financeiros e pessoais, que vive sozinha há décadas e que nunca teve uma vida fácil, você sentiria dó dessa pessoa? E se você soubesse que, não obstante a sua falta de sorte, essa pessoa vive sorrindo, tem muita esperança e não se deixa abater facilmente. Ao contrário, é uma pessoa que não se lamenta. Qual sentimento você nutriria por uma pessoa assim?
E se fosse você essa pessoa? Você se sentiria chateado (a) se soubesse que as pessoas sentem dó de você? Qual sentimento é “politicamente correto” sentir neste caso?
Estamos dando voltas para entender se existem diferenças entre dó e compaixão e quais diferenças são essas.
É interessante saber, porque às vezes sentimos dó (oh! coitadinhos!) quando na verdade os coitadinhos somos nós. Vamos tentar entender isso, porque de fato, não é fácil distinguir conceitos, aparentemente, tão parecidos.
Segundo o monge Satyanatha, a compaixão é muito diferente do sentimento de dó, pena ou piedade. Dó (ou pena) é o sentimento de dor que você sente ao ver o sofrimento do outro. O dó é um sentimento passivo, que fala mais sobre a sua própria dor do que a dor do outro. Ou seja, você sente dó porque se coloca no lugar do outro, mas com seus próprios sentimentos.
A compaixão é diferente porque é a compreensão da dor do outro, sem causar incômodo em si. A compreensão da compaixão é pacífica, não sofrida e ajuda o outro a superar os seus problemas.
A compaixão é ativa enquanto a pena, o dó, é passivo. O dó causa uma energia baixa, desesperançada, de ajuda desesperada e forçada, enquanto a compaixão é ativa, racional, pois sabe que a dor é inevitável, mas pode ser minimizada.
São teorias que têm a ver com religião, filosofia, psicologia e outras ciências subjetivas, por assim dizer. Afinal, talvez estejamos falando de uma mesma coisa com palavras diversas, por isso, é bom averiguar.
Para o pastor evangélico Cleuvis Casagrande, a diferença entre dó e compaixão está na atitude que um e outro sentimento provocam. O dó é passivo e até repulsivo, a compaixão é ativa, busca ajudar, resolver.
A compaixão gera compadecimento e generosidade. O dó gera sentimento de superioridade aos outros.
Segundo o pastor Casagrande, Jesus nunca teve dó de alguém, e sim, compaixão de milhares.
A grande questão é perguntar a si mesmo, qual sentimento você nutre pelos convalescidos, desafortunados e necessitados? E quais sentimentos você gostaria que sentissem por você, se fosse você quem estivesse vivendo momentos de necessidades.
Assim, fica mais fácil entender os próprios sentimentos e ajustá-los para que sejam elevados (não politicamente corretos, o que é diferente, porque não é para os outros, é para si, não é ética, é moral).
O mesmo vale com relação a si mesmo. Voltando ao exemplo dado no inicio do texto, quando alguém passa por momentos de dificuldades e sente compaixão de si mesmo, sofre, sente dor, mas se mantém firme. A compaixão lhe faz entender que o sofrimento faz parte da vida.
Ao contrário, quem tem dó de si mesmo acaba se entregando ao vitimismo, um sentimento passivo de que não há nada a se fazer.
Se você nunca tinha pensado na diferença entre essas palavras parecidas, agora já sabe que não são sinônimos.
Dó ou compaixão? Você escolhe!
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Categorias: Segredos para ser feliz
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