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Nem todo relacionamento abusivo é feito de violência física. Além de existir violência verbal, xingamentos, palavras que machucam, etc, existe ainda um tipo de violência muito sutil chamada manipulação afetiva ou emocional. Do que se trata?
Também chamada de manipulação psicológica, trata-se de um tipo de manipulação muito sutil porque se manifesta em forma de uma comunicação ambígua, incoerente, enganosa, passiva mas agressiva, que visa mudar a percepção ou o comportamento do outro.
Quem manipula, consciente ou inconscientemente, tem um objetivo preciso: satisfazer seus próprios interesses às custas do outro.
Como saber se uma pessoa está manipulando? Como se comporta um manipulador emocional?
Um manipulador pode agir, por exemplo, das seguintes formas:
Alguns estudos sugerem que o manipulador conhece e usa algumas fragilidades do outro para melhor manipular. Ou seja, nem todo mundo é manipulável, portanto, a fome com a vontade de comer existem sempre nestes casos. Assim, um manipulador encontra sua presa ideal quando percebe que pode usar de fragilidades como:
Segundo especialistas, existem diferentes tipos de manipuladores, tais quais:
Não é fácil saber se somos vítimas de manipulação. Muitas vezes tentamos “entender” o comportamento do outro, pensando que cada um tem seu jeito de ser (às vezes é o próprio manipulador que se desculpa com isso – síndrome de Gabriela).
O nosso sexto sentido, ou a nossa intuição, muitas vezes nos avisa de que algo não está certo. Mas, para não nos decepcionarmos ou para darmos uma chance ao outro, fazemos o tempo passar, correndo o risco de abrirmos os olhos quando os danos já são enormes.
Por isso, fique de olho nos seguintes sinais, pois eles indicam que uma possível manipulação está em jogo:
Na verdade, uma relação deve ser boa e fluída. Quando algo parece estar engasgado, isso pode ser um sinal de alerta.
Infelizmente, temos presente que relações tóxicas e abusivas são apenas aquelas onde existem brigas, violência, xingamentos, etc. Mas não é assim! Algumas relações causam feridas sutis, frequentes e profundas que marcam tanto ou mais que as relações de violência explícita.
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A experiência de se relacionar com um manipulador afetivo é uma das piores que uma pessoa pode ter. Mas, por mais que encontrar um manipulador possa parecer um caso fortuito, cada encontro tem sua razão de ser.
Nem tudo está perdido quando você encontra um manipulador. Isso porque, você pode aprender muito com um manipulador sobre você mesmo.
Como ensina o psicoterapeuta Roberto Ruga:
“as relações de amor nascem e se fundam em relações precedentes. No momento em que nos sentimos atraídos por uma pessoa, isso não acontece por mera casualidade, pois as recordações e os vestígios de nossas experiências passadas, agem em nosso mundo interior nos empurrando para certas pessoas em vez de outras. As feridas ainda abertas da nossa alma, nos rendem sensíveis àquelas pessoas que incarnam a nossa memória emotiva”.
Isso, claro, de maneira inconsciente. Assim, a primeira impressão de uma vítima é a de não poder resistir ao turbilhão de emoções que experiencia ao conhecer aquele que será seu carrasco (manipulador ou abusador).
Do estimulante encontro inicial, cheio de energia e vontade, a vítima passa a sentir dúvidas e inseguranças até que se torna presa.
Dizem que o amor é cego. Em relações abusivas isso é fato! Geralmente as vítimas aceitam seus erros enquanto os abusadores não, estes conseguem reverter o jogo e colocar a culpa em suas vítimas, aumentando ainda mais os seus poderes de manipulador.
“Para Freud, o ser humano procura nas relações uma figura materna substitutiva e ao fazer isso, se protege a fim de evitar para si o peso da responsabilidade de sua existência autônoma”, explica Roberto Ruga. “Por trás de um abusador, manipulador há um pai e uma mãe que não souberam fazer o seu papel de genitor. Não souberam ou não puderam cuidar do filho, responder às suas exigências. Assim, acontece que nas relações futuras, o manipulador se interessa, ou se apaixona, por uma outra pessoa que parece satisfazer às suas exigências de cuidados”.
O mesmo acontece com a vítima e acaba que de um lado e de outro, ambos buscam o abraço protetivo materno, que àquela época faltou.
Reconhecer tais dinâmicas é importante para quebrar essa corrente de amor e ódio que se instala em relações abusivas de dependência emocional e manipulação afetiva.
A única saída é continuar a ter confiança nas relações, porque é ao interno das relações humanas que se encontra a felicidade. O medo que uma pessoa manipulada sente em ser abusada novamente deve se transformar em conhecimento, entendendo que o que nos atrai no outro, mais que o outro, é a luta com nós mesmos em busca do nosso crescimento.
Quem puder fazer psicanálise ou psicoterapia para desatar os nós que uma maipulação emocional deixa, pode aprender muito sobre si mesmo.
Fontes:
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Categorias: Segredos para ser feliz
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