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Certamente, boa parte das pessoas já sentiu aquela insegurança natural sobre o parceiro amoroso ou mesmo em outras relações, como amizade ou entre família. O fato é que o ciúme, em condições normais, é algo comum. Porém, existe um grau de ciúme que pode fazer muito mal, não somente ao alvo desse sentimento, como à própria pessoa: é o caso do ciúme patológico ou Síndrome de Otelo.
Para entender quando o ciúme é motivo de preocupação, conheça abaixo as principais diferenças entre ambos, quais os sinais e consequências e como tratar.
O termo “Síndrome de Otelo” tem inspiração na literatura.
Em uma das obras mais famosas do poeta William Shakespeare, “Otelo o Mouro de Veneza”, que data de 1603, o escritor conta a história de Otelo, um personagem que sente um ciúme tão intenso da esposa, Desdêmona, acreditando que ela é infiel que acaba por provocar uma tragédia na história de ambos.
Esse enredo inspirou os neuropsiquiatras John Todd e Kenneth Dewhurst a darem o nome “Síndrome de Otelo”, em 1955, ao Transtorno Delirante Paranoico do tipo Ciumento, que consta do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
O ciúme é uma emoção comum aos seres humanos e tem como principal motivação o medo de perder a pessoa amada para outra pessoa.
Derivado do latim Zellumen, que significa “zelo”, remete ao cuidado pelo objeto de amor. Em uma situação na qual o parceiro é alvo de algum flerte de terceiros, é comum e esperado sentir ciúme. Em contextos pontuais, essa emoção é esperada.
Porém, quando o ciúme gera medos e suspeitas infundadas sobre a fidelidade do parceiro, por exemplo, fazendo a pessoa que sente ciúme acreditar em pensamentos paranoicos, distorcendo fatos, trata-se de um ciúme patológico.
Geralmente, a pessoa que desenvolve ciúmes patológico tem uma baixa autoestima, e pode acreditar que não merece o amor e a atenção.
Suas bases afetivas podem ter sido precárias, seja pela falta de atenção ao longo de seu desenvolvimento, o que a faz cobrar afeto na vida adulta, e a desenvolver um medo de que o outro perceba que ela não merece amor; ou mesmo pelo excesso de atenção, o que pode a tornar dependente emocionalmente.
Desse modo, o apego inseguro na infância ou um sentimento de inferioridade podem estar por trás do ciúme patológico, porém há outras causas.
Entre os sintomas da Síndrome de Otelo estão:
Além de desgastar a relação, tendo em vista que mostra para o parceiro que não há confiança nele, o ciúme patológico pode elevar a autoestima do outro a tal ponto que ele pode começar a acreditar que deve buscar outras pessoas, levando a possíveis traições.
Pode ainda tornar a vida da pessoa que sente ciúmes muito difícil, pois essa patologia é exaustiva, provoca intenso desgaste mental e danos constante à relação.
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Em primeiro lugar, quem sofre exageradamente de ciúme precisa reconhecer que talvez se trate de ciúme patológico.
E como saber se é patológico? Uma boa medida é perceber o quanto o sentimento está estragando as relações, e a prova dos nove (não precisaria chegar a isso) é perceber que todas as relações se desgatam por esse mesmo motivo.
Uma vez “diagnosticado” o erro, o tratamento para a Síndrome de Otelo pode ser feito por meio de psicanálise ou psicoterapia, que ajudem o paciente a se autoconhecer, buscando as causas da sua baixa autoestima e ao mesmo tempo fortalecer o amor próprio,
A psicanálise ou a psicoterapia também podem auxiliar no controle dos pensamentos obsessivos sobre a infidelidade do outro.
Em casos extremos, alguns profissionais podem indicar medicação que ajuda no alívio do estresse e da ansiedade.
A terapia de casal também pode ser interessante para quem busca continuar a relação com pessoas que sofram desse problema.
O mais importante é reconhecer que há um ciúme patológico em jogo, e buscar a ajuda necessária para se livrar de uma emoção que pode ser destrutiva para todos.
Saiba mais sobre o ciúme, normal e patológico, com o psicólogo Marco Lacerda do Nós da Questão.
Fontes:
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