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“Eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo assim, vou ser sempre assim”… NADA PIOR DO QUE GENTE ASSIM.
Síndrome de Gabriela: gente que justifica seu modo egoísta de ser com a desculpa de ser “simplesmente” assim. Também pode ser verificado naquelas falas do tipo, “cada um tem um jeito de ser”, ou então, “seja você mesmo“.
A Síndrome de Gabriela não é uma síndrome propriamente dita, reconhecida na Psicologia. Mas nós brasileiros com nosso jeitinho de ser, achamos uma denominação perfeita para descrever certos tipos de personalidades, de pessoas resistentes às mudanças como diz a letra Modinha para Gabriela de Dorival Caymmi.
Para o historiador e professor Leandro Karnal, o homem é perfectível e não perfeito, a palavra perfeito significa completo, feito até o fim. Não sendo perfeito, o homem é um processo em construção.
Para a Psicologia e para a Filosofia, a Síndrome de Gabriela não existe, dado que para essas matérias, a pessoa é sempre passível de mudança, de aprimoramento e de transformação.
Logo, assim como ninguém é perfeito, o homem deve reconhecer seus defeitos bem como o das outras pessoas, como sendo uma marca natural do ser humano. E muito humildemente enxergar-se como um projeto que visa o aperfeiçoamento, provavelmente nunca encontrando a perfeição.
Isso é muito importante se alguém quiser viver em sociedade, pois a Síndrome da Gabriela atrapalha qualquer tipo de relação humana.
Esses são alguns sinais, mas a característica marcante é aquela rigidez de caráter, justificada pela ignorância de acreditar que somos o que somos e não podemos mudar, como se tivéssemos nascidos prontos e acabados.
Quem quer ficar com uma pessoa com Síndrome de Gabriela que não muda nem que o mundo acabe? Ninguém, certo?
Pois nem sempre é assim.
Sempre existirá uma pessoa disposta a se submeter, a se adaptar, a implorar por afeto porque, quem tem Síndrome de Gabriela pensa assim: se não me quer assim, tem quem queira.
E é provável que, de fato, a Gabriela encontre alguém. Porém, alguém com autoestima muito duvidosa, afinal, em relacionamentos saudáveis não existe que um se molde para agradar ao outro só porque o outro é uma pedra rígida implacável.
Verdade seja dita. Pessoas com Síndrome de Gabriela perdem o maior sentido da vida que é o da evolução, seja como pessoa, seja espiritual.
Fechar-se em seu caráter justificando-se como natural: “eu nasci assim”, é jogar fora a oportunidade de ser melhor. Não há ninguém que não possa ser melhorado.
Fontes:
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