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Quem de nós já não ouviu a frase: tal pessoa é bom caráter, ou, mesmo o inverso, aquele indivíduo é mau-caráter! Afinal, o que significa caráter e o que é ser bom ou mau-caráter? Para compreender melhor estas questões, foi feito este conteúdo, para esclarecer os fatores que formam e envolvem o nosso caráter e desfazer mal-entendidos que levama à preconceitos, julgamentos e discriminação, quando entendemos de forma equivocada, os aspectos relacionados ao caráter de cada ser humano.
Para destrinchar melhor esse assunto, serão explicados os seguintes tópicos:
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A origem etimológica da palavra caráter vem do grego – charaktēr e na tradução significa: marca, gravação, sinal, entre outros sentidos similares.
Se formos pesquisar no dicionário, encontraremos a seguinte definição da palavra caráter: conjunto de características relacionadas à forma de agir e de se comportar de um indivíduo.
O caráter tem a ver com o perfil psicológico da pessoa, o qual direciona suas atitudes e a maneira de sentir e pensar.
A grosso modo, é o que costumamos entender como qualidades e defeitos de uma pessoa e sua moral, ética e valores.
As atitudes e feitos de uma pessoa denotam seu caráter, por exemplo, aquele que tem atitude permissiva é tido como mau-caráter e o que realiza ações construtivas é visto como bom-caráter.
Uma pessoa quando tem o caráter firme, equilibrado e coeso, tem propensão a agir com mais clareza, lucidez e consciência, porém, na sociedade atual se costuma confundir ser bom-caráter com ser marionete do sistema, no qual vivemos, mesmo que seguindo normas e regras questionáveis, corrompidas ou ultrapassadas.
Mudar crenças e condicionamentos adquiridos que não servem mais. é sinal de caráter sólido e firme, que sabe o real valor das coisas e prima pelo que ressoa com o que é verdadeiro para a Alma.
Fazer tudo “certinho” e ser “bonzinho” para agradar todo mundo, é uma falsa ideia de bom-caráter, e pode estar evidenciando uma pessoa que se anula em busca da aprovação dos outros, perdendo a força de seu caráter.
Uma pessoa que tem propensão a se deixar corromper, se desequilibra e influencia facilmente, e/ou é movida por pensamentos mesquinhos, vivi à margem de si-mesmo, carece de lucidez, e vai, por vezes, sem perceber alimentando o mau-caratismo ou ficando sem caráter e sem individualidade, se distanciando de si mesma e de seu ser.
É necessário compreender que o ser humano tem muitas facetas e, nem sempre, ele mostra todas e algumas ficam bem escondidas e, até soterradas em sua psiquê, por isso, definir um indivíduo como bom-caráter ou mau-caráter, pode não corresponder à verdade.
A realidade, nem sempre é o que parece ser!
Existe santidade no pecador, assim como, há maldade no santo.
Neste vídeo o radialista Flavio Siqueira faz uma reflexão, com um trecho de seu livro: O menino que anseia pelo céu. Através dessa mensagem, ele ressalta que cada ser humano tem seu lado bom e mau, ninguém é inteiro bondade ou maldade, segue uma parte dessa reflexão contida neste vídeo.
“Todo diabo é santo para alguém, todo santo é ou já foi diabo, de modo que só me resta a consciência de que não há santos que resistam ao cotidiano, afinal, quanto mais enxergo de perto, mais complexidade vejo.
Na lente ninguém é totalmente do bem, nem do mal.
Somos nós expostos no outro, para que não haja outro, para que não haja nós.”
Texto do livro “O menino que anseia pelo céu”
Veja o vídeo:
Caráter é um termo usado em psicologia para indicar o conjunto de traços psíquicos de uma pessoa. Traços esses que acompanham a pessoa desde o nascimento até a morte.
Caráter tem relação com um conjunto de tendências psicológicas inatas e adquiridas de um indivíduo.
Na psicologia, o caráter é o conjunto dos traços particulares e o modo de ser de uma pessoa: sua índole, sua natureza e temperamento.
Esse conjunto de aspectos psíquicos de um indivíduo, que costumamos nos referir como qualidades, boas ou más, determinam as características individuais de uma pessoa, tais como:
Sintetizando, caráter é a soma de hábitos, virtudes e vícios e a forma que a vontade de um indivíduo se projeta e se expressa.
Existem vários tipos de caráteres, conforme as características psicológicas, temperamento e tendências marcantes, que se pronunciam no indivíduo, seguem alguns exemplos de tipos de caráter:
amoroso, protetor, heroico, trágico, racional, sentimental, dramático, inconstante, místico, poético, aventureiro, analítico, observador, religioso, desafiador, inconstante, rebelde, romântico, libertário, sonhador, impulsivo, ditador, irado, corrupto, desonesto. perverso, rude, calculista e outros mais.
Ao longo da existência podemos oscilar entre estes vários tipos de caráter e suas tendências, conforme nossas vivências e desenvolvimento interno.
O caráter pode mudar de acordo com a maneira que o indivíduo responde às experiências e ao meio, no qual vive. Por isso, não dá para determinar que uma pessoa boa, nunca será capaz de um ato ruim ou vice-versa.
O caráter tem relação com a força espiritual e psíquica do indivíduo, repercutindo no ambiente, no qual ele vive e faz parte.
Existem diversas formas pelas quais o caráter de um indivíduo se projeta: em sua personalidade, suas decisões, escolhas, amizades, relações sociais, seu trabalho, sua forma de expressar o amor, seus estudos, objetivos e outros aspectos.
Em contrapartida, o caráter sofre influência de vários fatores, como, por exemplo: família, educação, genética, saúde, alimentação, recursos materiais, ambiente, convivência, cultura, experiências vividas, força de vontade e das diferentes etapas e ciclos de vida da pessoa.
O caráter é o alicerce que estrutura o ser humano e estabelece seu modus operandi, diante das situações que vivi e escolhas que faz.
É o caráter que estabelece as bases da personalidade, do temperamento e das aptidões.
A boa formação do caráter ocorre quado estas bases se alinham, de forma harmônica, sendo veículos de expressão do caráter e não o auto sabotando, de forma negativa, entrando em conflito com ele.
Por exemplo:
Uma pessoa que tem um caráter aventureiro, entra em uma relação em que o parceiro poda sua individualidade e invade seu espaço, pode se tornar uma pessoa reprimida, anulando seu caráter essencial e seu temperamento livre e desenvolvendo uma personalidade insegura e amedrontada.
O caráter contribui para podermos expressar e desenvolver nossas potencialidades.
É necessário nos conhecer e saber o que, realmente, alimenta de forma positiva o nosso caráter, para não criarmos um conflito interno e ficarmos à deriva de nós mesmos!
Virtudes como coragem, honestidade, lealdade, confiança, compaixão, lucidez, serenidade e outras, tornam um caráter forte e íntegro.
Fraquezas, como covardia, insegurança, desonestidade, ganância, vitimismo, egoísmo, falsidade, brutalidade e outras, tornam um caráter corrompível e influenciável.
Personalidade:
A personalidade é a persona que desenvolvemos para interagir com o mundo, uma espécie de capa ou máscara que utilizamos para nos apresentar ao meio, com o qual nos relacionamos.
Esse veículo se forma com a influência do convívio com o meio, no qual se está inserido, da criação familiar, dos costumes, da moral vigente, das tradições e cultura, às quais se tem contato, da educação e da sociedade, da qual fazemos parte.
A personalidade é formada por um conjunto de características que projetamos, externamente, para interagir com o meio, tais como: nosso modo de se expressar, de se vestir, nossos gostos, nosso modo de viver e estilo de vida e outras.
Como veículo de expressão de nossa individualidade, dentro da coletividade, a persona ou personalidade pode ajudar ou atrapalhar na expressão do nosso caráter.
Personalidade fraca, insegura e influenciável pode tornar um indivíduo sem caráter ou de caráter duvidoso ou conflituoso.
Uma personalidade equilibrada pode contribuir para a solidez do caráter e vice-versa.
Temperamento:
É a forma como expressamos nossa parte instintiva e nossas emoções.
O temperamento compõem o nosso caráter e serve para expressá-lo e alimentá-lo, positivamente ou negativamente, conforme o caso.
O inverso, também, é verdadeiro, nosso caráter pode contribuir para trabalharmos e canalizarmos nosso temperamento, de forma construtiva.
Por exemplo:
Um indivíduo com um temperamento agressivo, através de uma caráter equilibrado pode canalizar essa agressividade para os esportes, uma causa, o mundo da arte, um ideal e outras formas de expressão.
Caso a pessoa não tenha domínio de seu temperamento, o caráter pode perder sua força, ficando à mercê dos instintos e emoções inconscientes, então, é quando vemos pessoas agindo com brutalidade, cometendo barbaridades e desenvolvendo psicopatias.
Emoções e sentimentos:
Existem pessoas que são mais emotivas e sentimentais e acabam desenvolvendo um caráter sensível. Indivíduos com esse tipo de caráter, geralmente, são voltadas para as artes e atividades filantrópicas.
Há outras que são menos direcionadas pelas emoções e sentimentos, possuem um caráter mais racional e, em casos extremos, têm aqueles que possuem um caráter frio e calculista.
Ações:
Nossas atitudes podem desenvolver nosso caráter ou enfraquecê-lo.
Se nosso caráter for fraco poderemos ser omissos e passivos, diante de situações que dependem de nossas atitudes e são de nossa responsabilidade e por medo ou negligência de agir e fazer o que precisa ser feito, anulamos nossa vontade e perdemos nosso poder de decisão e a oportunidade de solucionar uma questão.
Razão:
Nossos pensamentos e o uso da razão podem ser expressão de nosso caráter, mas também, podem corrompê-lo ou deformá-lo, quando criamos ou nos deixamos influenciar por crenças distorcidas, limitantes e negativas.
Criatividade, autenticidade e liberdade:
O grau de criatividade, autenticidade e liberdade que um indivíduo possui, determinam a força, a espontaneidade e transparência de seu caráter.
Pessoas reprimidas, inseguras, melindrosas e amedrontadas têm dificuldade de projetar seu caráter, por vezes, se anulando diante de pessoas com caráter autoritário ou que se impõem sobre elas e sendo influenciadas constantemente pelo meio, ficando submissas ao contexto que estão inseridas, mesmo que em desacordo com sua vontade.
Comunicabilidade:
A comunicação é um instrumento do caráter através da qual a pessoa pode edificar, ainda mais o seu caráter e contribuir para a formação de outros pessoas e seus caráteres.
Através da comunicação se compartilha conhecimento, valores, experiências, aprendizado e isso contribui para que o caráter cresça em sabedoria.
Existem vários meios da comunicação de expressão do caráter: pintura, música, escrita, oralidade, dança e outra formas.
O bom desenvolvimento do nosso caráter contribui para a nossa firmeza de propósito, diante de nossas vivências, relações pessoais, escolhas e objetivos.
Mesmo em condições adversas, um caráter coeso e bem formado tem elementos e condições de transcendê-las e transformá-las em experiências enriquecedoras e de aprendizado.
Filhos dos mesmos pais, que foram criados e educados no mesmo seio familiar, podem ter caráteres diferentes, prova que não é só o ambiente e a genética que influem na expressão do caráter.
Cada pessoa traz tendências, que ao longo da existência, podem se desenvolver de forma positiva ou não, dependendo de vários fatores, como escolhas e resultados dessas escolhas; reações diante das vivências boas ou ruins; influências externas; e a força da vontade e do caráter do indivíduo.
Nossas escolhas e decisões determinam nosso caráter e vice-versa.
O autoconhecimento é uma importante ferramenta para o desenvolvimento e expansão do nosso caráter, por isso, nos observarmos, termos atenção ao meio em que vivemos e as situações que costumamos experimentar pode revelar muito sobre nosso caráter.
O nosso caráter quando à serviço do Ser nos edifica!
Somos nossos arquitetos, nossa edificação é a Vida!
Categorias: Segredos para ser feliz, Viver
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