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“Mas eu me mordo de ciúme”: quem não se lembra da música do Ultraje a Rigor? Mais cedo ou mais mais tarde, provavelmente todo mundo se sentirá em pleno ciúme, imaginando coisas loucas, absurdas sobre o ser amado que trai e abandona.
Dizem que o ciúme é a pura prova de amor, que quem não tem ciúme não ama. Mas será possível amar sem sentir ciúme?
Omraam Mikhaël Aïvanhov, autor de Love and Sexuality sustenta que quem ama de verdade sim, sente ciúme, pelo menos um pouco. E ele explica o porquê: “O ciúme é indissoluvelmente ligado ao amor sensual. Enquanto você estiver fisicamente ligado a um ser, você gostaria que ele pertencesse apenas a você”. Mas existem outras três coisas a se considerar:
É evidente que um baixo nível de autoestima pessoal faz as pessoas se sentirem sempre “inadequadas”, “não à altura”, ou seja, elas sentem que podem ser facilmente trocadas, abandonas ou traídas. E isso, além de não permitir a confiança no outro, faz com que tudo e todos os lugares “sejam “perigos”, tornando a vida um estresse contínuo.
Não importa se o perigo é verdadeiro ou não, fato é que o sentimento de baixa autoestima acaba sendo um peso tão grande dentro de um relacionamento que, muitas vezes, acaba criando uma profecia que se tornou realidade por mecanismos da pisque que precisariam ser entendidos.
O ciúme contém elementos de alerta sobre a “manutenção” e a “salvaguarda” do (próprio) “território” relacional que será mais forte o quanto menos claro sejam os limites, a intimidade, o acordo e os comportamentos dentro da relação.
Quem está em uma história sólida, baseada em um diálogo forte, um entendimento mútuo e profundo em vários aspectos, na qual os parceiros estão acostumados a enfrentar as dificuldades juntos, dificilmente será atingido por uma ataque de ciúme. E, dada a segurança no relacionamento e o conhecimento do outro, saberá, em qualquer caso, reconhecer quando realmente existem sinais de que algo está indo errado, tomando uma direção perigosa ou indesejada ou seja, quando há um “perigo” evidente.
E, finalmente, existem as chamadas memórias transgeracionais. Sim, além da nossa história (e das vivências emocionais que tivermos da infância), interpretamos, percebemos, sentimos nossas experiências e encontramos pessoas também utilizando de informações das quais não somos conscientes, mas que representam um pedaço da herança recebida da nossa árvore genealógica.
Obviamente, tudo pode correr bem como podemos nos sentir naturalmente inseguros ou até propensos à traição. Então, sim, o ciúme está ligado ao amor, mas de uma maneira distorcida: não por acaso nos afasta do amor e da pessoa amada, favorece comportamentos destrutivos e nutre o nosso desejo por controle.
É ruim seja quem sente ciúme seja para quem sofre as consequências do ciumento.
Por fim, resta dizer que o ciúme, em condições “normais” e não patológicas (as quais requerem tratamento), pode inclusive ser muito útil: ele evidencia as partes de nós ou da nossa relação que precisam de atenção, podendo nos trazer consciência e melhorar nossas vidas.
Assim, será mais fácil amar, sem medo de perder o outro ou perder-se a si mesmo em viagens alucinantes protagonizadas por um animal feroz chamado ciúme.
Categorias: Segredos para ser feliz, Viver
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