Índice
Existem vários estudos afirmando que, durante a quarentena, as pessoas estão sonhando mais ou estariam tendo a oportunidade de se conectarem melhor com os seus sonhos.
Os sonhos são uma parte da memória humana, um lugar que não somente nos liga à nossa ancestralidade como também é capaz de projetar os nossos desejos para o futuro.
O sonho é um espaço multidimensional que nos conecta com a nossa sensibilidade e percepção. Entretanto, no último século, ele vem sendo negligenciado pelos seres humanos, seja pela drástica mudança que houve na forma como dormimos – provocada pelo advento da luz elétrica -, seja porque, sobretudo nos últimos anos, nosso ritmo de vida ficou tão ocupado que sobrou pouco tempo para uma boa noite de sono.
No cinema, essa relação entre a vida moderna e o sono foi tratada em filmes como “O operário” (The Machinist), no qual a personagem de Christian Bale, Trevor Reznik, passa um ano sem dormir, o que, progressivamente, acaba por esgotá-lo física e psicologicamente. Reznik trabalha em uma fábrica operando uma máquina. Sem conseguir resolver o seu problema com o sono e desesperado por não perder o seu emprego, ele se isola cada vez mais e torna-se paranoico. Começa, então, a sua luta não apenas para perder o seu cargo, mas, principalmente, a sua sanidade.
Outro filme que mostra um jovem profissional que não consegue dormir é “Clube da Luta”. O icônico filme da década de 1990 trata da vida de um homem comum, Tyler Durden, que é vivido como um duplo por Brad Pitt e Edward Norton. Durden, um solitário que sofre de insônia há meses, começa a sentir um cansaço mental e existencial a ponto de confundir sonho e realidade.
Essas personagens parecem desconectadas de si mesmas, como se estivessem vivendo outra vida, na qual seus desejos e sonhos mais profundos emergem. Será que, conhecendo-os melhor, elas (e nós) poderiam dar um outro rumo para as suas (nossas) vidas?
Fazendo uma extensa pesquisa bibliográfica, Ribeiro mostra em seu livro como, desde a Antiguidade clássica, o registro de sonhos premonitórios traça a história de vários povos.
“O desejo é o motor do sonho porque é a ativação das vias dopaminérgicas de recompensa e punição durante o sono REM (fase em que os sonhos mais vívidos acontecem) que dá direção ao sonho. Isto é, as imagens oníricas são concatenadas de acordo com o desejo e o seu contrário, o medo, criando de imagens independentes uma história que pode ser depois narrada e portanto re-representada para outras pessoas”.
O pesquisador também se debruçou sobre as experiências das populações ameríndias com os sonhos e descobriu que elas os usavam como ferramentas para o diagnóstico de problemas e, em consequência, para a solução deles.
No final do século XIX, Sigmund Freud publica o livro “A Interpretação dos Sonhos”, no qual aborda os processos inconscientes, pré-conscientes e conscientes envolvidos nos sonhos, incluindo sonhar, recordar e relatar o sonho. O livro trata de um novo modelo do inconsciente e desenvolve um método para conseguir acessá-lo, a fim de contribuir em suas pesquisas sobre o tratamento da histeria.
Essa teoria dos sonhos proposta por Freud, que dá luz a esse mundo supostamente incompreensível e repleto de riqueza, é uma abordagem inovadora sobre como acessar o inconsciente, isto é, trazer ao consciente conteúdos produzidos pelo inconsciente. Freud parte do princípio de que todo sonho tem um significado vinculado aos nossos desejos, sendo parte integrante dos nossos processos mentais.
Alguns sonhos parecem ser recorrentes em alguns indivíduos inscritos em um dado momento histórico. Algumas pessoas relatam terem, durante toda a sua vida, o mesmo sonho. Dentre os sonhos mais comuns estão: perder um dente, estar nu, perder um ente querido ou perder-se.
Se você tem curiosidade para saber os significados dos sonhos, leia essa matéria que fizemos aqui:
https://www.greenme.com.br/significados/2917-sonhos-mais-comuns-e-seus-significados/
Ribeiro dá algumas dicas para que nos lembremos dos sonhos e possamos tentar conectá-los com a nossa vida acordados.
O primeiro passo é, assim que abrir os olhos, ainda na cama, tentar contar para si mesmo o que você sonhou. Esse exercício da memória vai ajudá-lo a não perder o fio da lembrança.
Em seguida, conte o seu sonho para uma pessoa que faça parte do seu círculo de afetos; alguém com quem você toma o café da manhã, por exemplo.
Por fim, registre os seus sonhos em um caderno, fazendo um diário dos sonhos. Isso vai ajudá-lo a construir esse quebra-cabeças e, quem sabe, conectá-lo consigo na busca de compreender melhor os seus medos e desejos.
A busca pela compreensão dos sonhos pode ser uma ferramenta para acessar a tua história e projetar o teu futuro.
Talvez te interesse ler também:
Por que sonhamos? Qual a finalidade e os diversos simbolismos do sonho
Sonhos: 9 informações interessantes que desconhecemos sobre eles
10 dicas úteis para se lembrar dos sonhos
Categorias: Segredos para ser feliz, Viver
ASSINE NOSSA NEWSLETTER