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Na sociedade hedonista que vivemos, a felicidade é frequentemente considerada o objetivo máximo a ser alcançado. Espera-se que todos tenham um bom emprego, um parceiro amoroso, uma casa própria e faça atividades prazerosas, viagens, festas como meios para atingir a felicidade. No entanto, algumas pessoas experimentam o oposto: a felicidade não é um objetivo, mas sim algo a ser evitado. Este fenômeno é conhecido como querofobia, o medo da felicidade.
Querofobia, derivada do grego “kairós” (alegria) e “fóbos” (medo), é uma condição na qual indivíduos deliberadamente evitam situações que poderiam trazer felicidade ou emoções positivas. Diferente da depressão, onde a felicidade é ausente, a querofobia envolve uma fuga ativa da felicidade.
A percepção da felicidade varia significativamente entre culturas. Um estudo publicado no Journal of Happiness Studies revelou que culturas da Ásia Oriental, por exemplo, frequentemente veem a felicidade como superficial ou algo que pode causar inveja e sofrimento nos outros. Nestas culturas, demonstrar felicidade pode ser visto como insensível ou como uma forma de atrair má sorte. Em contraste, as sociedades ocidentais tendem a valorizar a busca individual pela felicidade como um sinal de sucesso pessoal.
Portanto, buscar felicidade e demonstrar essa busca é também uma questão cultural e em certa medida, pessoal, subjetiva. Não constitui um problema, a priori, se pensarmos que as pessoas têm o direito de serem quem são, e não robozinhos replicadores de modos de viver. Em outras palavras, ninguém é obrigado a sorrir o tempo todo, mas nossa cultura ocidental nos “obriga” a isso, simplesmente penalizando os infelizes e favorecendo os alegrões.
Contudo, há de se dizer que, quando a aversão à felicidade começa a prejudicar a qualidade de vida de uma pessoa, afetando suas relações sociais, familiares e profissionais, ela pode ser considerada uma condição clínica a ser tratada.
Embora o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ainda não tenha listado a querofobia como um transtorno mental oficial, alguns profissionais de saúde mental a classificam como uma forma de transtorno de ansiedade.
Como saber se você, ou alguém que você conhece, tem medo de ser feliz? Conheça os sintomas da querofobia.
Os sintomas da querofobia podem incluir:
Esses comportamentos muitas vezes resultam de crenças como “a felicidade me tornará vulnerável”, “algo ruim acontecerá se eu for feliz” ou então “a felicidade dura pouco, melhor nem experimentar.”
Você deve estar se perguntando: mas por que raios alguém teria medo de ser feliz, se para a maioria, ser feliz é a melhor coisa do mundo? As causas da querofobia podem ser diversas:
Pensamentos comuns que podem passar na cabeça de uma pessoa com querofobia podem ser:
Embora não haja um tratamento específico para a querofobia, várias abordagens terapêuticas podem ser eficazes:
A querofobia, embora não seja amplamente conhecida, é uma condição que pode afetar profundamente a qualidade de vida de uma pessoa. Entender suas causas e sintomas é o primeiro passo para lidar com o medo de viver uma vida prazerosa. Através de terapias adequadas e de uma compreensão mais profunda sobre as próprias crenças e comportamentos, é possível superar a aversão à felicidade e descobrir o valor das emoções positivas.
Referências
1. O medo de ser feliz: descrição, sintomas, tratamento da querofobia. Dr. Christian Spinelli, psicólogo e psicoterapeuta.
2. Medo da felicidade: o que é querofobia. Psique Santagostino
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Categorias: Segredos para ser feliz
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