Enfermeira Viraliza no TikTok Falando Abertamente Sobre a Morte


Julie McFadden, uma enfermeira de cuidados paliativos da Califórnia, está revolucionando a maneira como discutimos a morte. Com mais de 1 milhão de seguidores no TikTok, ela usa sua plataforma para compartilhar conversas francas sobre os aspectos mais delicados e muitas vezes evitados do fim da vida. Suas conversas sinceras e educativas têm ajudado muitas pessoas a compreender e aceitar melhor o processo de morrer, quebrando estigmas e oferecendo conforto em momentos de necessidade.

Fotos de Julie McFadden

Fotos de Julie McFadden

A Morte em Pauta

Embora a morte seja uma experiência universal, poucos se sentem à vontade para falar sobre ela. McFadden, conhecida nas redes sociais como @hospicenursejulie, está mudando isso. Em seus vídeos, ela aborda questões que vão desde as sensações que uma pessoa pode sentir enquanto morre até como os familiares podem oferecer o melhor apoio nos últimos dias de vida.

Um dos vídeos mais populares de McFadden, com quase 2 milhões de visualizações, trata do “ruído da morte” – um som assustador para quem não está acostumado, mas na verdade um processo normal causado pelo acúmulo de saliva. Este tipo de informação é crucial para desmistificar a morte e reduzir o medo que a cerca.

Educando e Confortando

Os comentários nos vídeos de McFadden são testemunhos do impacto positivo da abordagem natural com que ela trata a morte. Pessoas que perderam entes queridos encontram consolo e esclarecimento em suas palavras. “Eu sempre pensei que minha mãe estava engasgando quando morreu. Finalmente, agora acredito que ela não estava com dor. Obrigado,” escreveu um seguidor. Outro comentou: “Eu gostaria de ter sabido disso antes de passar por isso com a morte do meu pai.”

Esses relatos demonstram a importância de educar o público sobre o que é normal no processo de morrer, reduzindo o medo e a ansiedade. McFadden começou sua conta no TikTok justamente para proporcionar esse tipo de conhecimento e apoio, inspirada por amigos e familiares que incentivaram suas conversas francas sobre a morte.

Quebrando Concepções Erradas

McFadden também aborda equívocos comuns sobre os cuidados paliativos. Ela explica que, ao contrário do que muitos pensam, seu trabalho não é deprimente. Pelo contrário, ela sente que está realmente ajudando as pessoas e testemunhando um amor imenso entre os familiares e seus entes queridos. “Ver os entes queridos ajudarem durante um dos momentos mais difíceis de suas vidas é inspirador e parece uma honra,” diz ela.

Outra concepção errada que ela desmistifica é a ideia de que a morte é a pior coisa possível. Antes de se tornar enfermeira de cuidados paliativos, McFadden trabalhou na UTI, onde percebeu que o sofrimento é muito pior do que a morte. “O que aprendi na enfermagem de cuidados paliativos e na UTI é que a morte não é a pior coisa possível. Eu acho que o sofrimento é muito pior,” explica ela.

Temas Virais e Importantes

Os vídeos de McFadden cobrem uma ampla gama de tópicos, incluindo as visões que as pessoas podem ter enquanto estão morrendo, o fenômeno do “olhar da morte” e movimentos espontâneos no leito de morte. Ela também fala sobre a importância de pensar com antecedência sobre como se deseja morrer, pois isso pode ajudar a decidir como viver o tempo que resta.

McFadden destaca que muitas perguntas de seus seguidores giram em torno do medo de que seus entes queridos tenham sofrido ao morrer. Embora não possa falar sobre todas as circunstâncias individuais, ela explica que muitos dos sinais que parecem sofrimento são, na verdade, respostas biológicas normais do corpo no fim da vida.

Mudando a Perspectiva Sobre a Morte

Ao falar abertamente sobre a morte, McFadden espera reformular a conversa em torno dos cuidados paliativos, focando em como esses cuidados ajudam uma pessoa a viver seus últimos dias com dignidade, apoio e conforto. Ela também espera encorajar mais pessoas a fazer perguntas e ter conversas abertas sobre o tema.

“Mesmo pessoas que estão dispostas a falar sobre [a morte], mesmo que de forma relutante, como ‘Estou com medo. Não quero. Não quero pensar nisso,’ há algo em apenas dizer isso em voz alta que alivia o medo,” afirma McFadden. “Precisamos começar a reformular como vemos a morte e o morrer, porque isso vai acontecer a todos nós.”

Com seu trabalho, Julie McFadden está não apenas educando, mas também confortando milhares de pessoas, mostrando que a morte, embora inevitável, não precisa ser cercada de medo e desinformação.

Fontes:

  1. ABC News
  2. Julie McFadden

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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