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Em um mundo cada vez mais conectado pelas redes sociais, surgem novas dinâmicas nas relações amorosas, na maioria das vezes, pouco ou zero saudáveis. Uma delas é o breadcrumbing, um termo que pode soar inofensivo à primeira vista, mas que esconde uma realidade dolorosa para aqueles que o experimentam.
© FreePik
Imagine-se seguindo um caminho marcado por migalhas de pão, com a esperança de chegar a algum lugar. No entanto, o caminhante que deixou essas migalhas nunca está completamente presente, dando apenas pequenas doses de atenção e afeto. O breadcrumbing em relacionamentos amorosos é exatamente isso: um parceiro que mantém a outra pessoa interessada, mas sem nunca se comprometer totalmente.
Essa prática é alimentada pela facilidade das redes sociais, onde é possível manter contato mínimo e intermitente sem muito esforço. Mensagens esporádicas, curtidas em fotos e comentários ocasionais criam uma ilusão de conexão, mantendo o outro na corda bamba emocional.
O grande problema do breadcrumbing é que ele não visa a construção de um relacionamento sólido e significativo. É apenas um jogo de poder, onde um dos parceiros tem controle sobre a situação, enquanto o outro fica preso em uma teia de esperança ilusória. Aquele que pratica o breadcrumbing não está disposto a levar as coisas para o próximo nível, e essa falta de comprometimento pode causar um grande sofrimento na “vítima”.
Você tem fome de quê? Na dinâmica da fome com as migalhas há sempre um desequilíbrio entre o amor dado e o recebido porque, se de um lado uma pessoa se recusa a dar, do outro é necessário que uma outra pessoa aceite não receber. Isso caracteriza uma dinâmica de ambivalência, ou seja, um não existe sem o outro. Tal dinâmica tende a prolongar a relação indefinidamente, mesmo que seja percebida como insatisfatória e prejudicial.
A pessoa que recebe migalhas de afeto experimenta sensações conflitantes, oscilando entre momentos de proximidade e ausência por parte do parceiro. A ausência se torna uma arma poderosa, mantendo o outro em suspense e criando um ciclo vicioso de dependência emocional.
O breadcrumbing não deixa de ser uma forma de manipulação emocional, onde uma das partes dá apenas o suficiente para manter o parceiro preso emocionalmente. Nem precisaria dizer que aí está configurado um relacionamento tóxico. Mesmo consciente de que merece mais, a pessoa presa nesse ciclo encontra dificuldades para terminar o relacionamento, continuando a implorar amor, na ilusão de que um dia alguma coisa mude, afinal, ela está recebendo alguma coisa, poucas migalhas, mas “alguma coisa”.
O pior é que o manipulador afetivo disposto a dar apenas migalhas, muitas vezes, tem dificuldades emocionais e relacionais profundas, resultantes de experiências passadas, especialmente na infância. Esse comportamento pode ser uma forma de escapar de suas próprias inseguranças e medos, ao mesmo tempo em que alimenta sua autoestima de forma superficial e egoísta.
Reconhecer o breadcrumbing é o primeiro passo para não cair nessa armadilha emocional. Mensagens espaçadas, falta de continuidade nas conversas e desaparecimento repentino após momentos de proximidade são sinais claros desse comportamento.
É importante estar atento a esses padrões e não se deixar envolver em relacionamentos que não oferecem reciprocidade e comprometimento genuíno. No final das contas, o breadcrumbing é uma forma de autodefesa emocional para quem o pratica, mas pode deixar um rastro de dor e frustração para aqueles que estão do outro lado.
Construir relacionamentos saudáveis requer honestidade, comprometimento e empatia, ingredientes que o breadcrumbing simplesmente não oferece.
Portanto, é essencial reconhecer quando estamos sendo alvo desse joguinho tóxico e tomar medidas para proteger nossa própria saúde emocional.
Para parar de comer migalhas e sair desse ciclo vicioso, é essencial que a “vítima” do breadcrumbing tome medidas para encerrar o relacionamento. Aqui estão algumas etapas importantes a serem seguidas:
É importante cuidar de si mesmo e buscar apoio psicológico, como terapia ou psicanálise, para lidar com as dificuldades emocionais e reconstruir sua autoestima. Decidir não aceitar migalhas não é egoísta, mas sim um passo necessário em direção a relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.
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Categorias: Segredos para ser feliz
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