Dependência emocional não é amor – Saiba como diferenciar 


Todas as pessoas desejam construir vínculos fortes ao longo da vida. Não à toa, o amor é uma das palavras mais faladas em músicas, livros, peças de teatro, filmes e séries; e um dos sentimentos mais desejados por todos. Porém, o anseio de encontrar por amor pode resultar em relações disfuncionais, abusivas e nada saudáveis, que podem ser classificadas de várias formas, menos como amor. Esse é o caso de quem vive relacionamentos pautados pela dependência emocional. Por isso é essencial saber o que é, como identificar e tratar esse transtorno, que pode gerar enorme sofrimento para aqueles que o vivenciam.

O que é dependência emocional?

A dependência emocional pode ser classificada como um transtorno. Ele consiste em um apego excessivo a outra pessoa e, geralmente, está por trás de relações abusivas ou tóxicas. Embora possa ocorrer em várias configurações de relacionamento, é mais comum nas parcerias amorosas.

Na dependência emocional, o indivíduo precisa do outro para manter seu equilíbrio emocional e bem-estar, o que leva a uma sensação constante de estar “preso” àquela relação.

Entre as causas do transtorno estão a vivência na infância de situações de abandono, negligência ou carência afetiva. Com isso, a pessoa aprende que para merecer o amor precisa lutar e fazer de tudo para tê-lo. Porém, quando o amor ao outro conflita com o amor a si próprio, certamente há algo errado.

É dependência emocional ou amor?

Embora seja uma pergunta complexa, existem alguns caminhos que podem ajudar as pessoas a identificarem se estão em uma relação amorosa saudável ou não. O amor, embora difícil de classificar, é um sentimento de doação, cuidado e descoberta do outro, sem que ocorra perda de identidade. Relacionamentos pautados no amor são saudáveis, leves, e funcionam à base de ideais, valores e projetos em comum e um desejo de permanecer com o outro, mesmo podendo ir embora a qualquer momento.

Já na dependência emocional as dinâmicas da relação são baseadas em posse, manipulações, chantagem, carências e inseguranças. Nesse caso, o dependente emocional acredita que não pode deixar o outro sair da relação, pois, caso isso ocorra, a vida do dependente emocional vai acabar ou não vai fazer sentido. Não há valorização da identidade de cada um, nem limites saudáveis nesse tipo de relacionamento.

Será que sou dependente emocional?

Para saber exatamente se a relação está baseada em dependência emocional e não em amor é preciso de um constante exercício de autoconhecimento, por isso a ajuda terapêutica é muito importante. É necessário investigar o que está por trás de relações com uma dinâmica tóxica para conseguir parar de repetir padrões nos relacionamentos posteriores.

Sinais de dependência emocional

Existem alguns sinais que podem indicar se a pessoa pode ser um dependente emocional. Alguns destes sinais são:

  • Baixa autoestima e insegurança;
  • Dificuldade de tomar decisões sem pedir ajuda aos outros;
  • Anulação das próprias vontades em prol dos desejos da outra pessoa;
  • Dificuldade de ficar sozinho (a), sem se sentir angustiado (a);
  • Ciúme excessivo ou sentimento de que o parceiro (a) é uma posse;
  • Facilidade de ser manipulado (a);
  • Dificuldade de estabelecer limites;
  • Necessidade constante de controlar o parceiro (a), com medo de que ele vá embora.

Caso você se identifique com algum dos sinais ou com as dinâmicas envolvendo relações de dependência emocional, procure ajuda terapêutica. A conscientização de que há um problema e de que precisa de apoio psicológico é o primeiro passo para a melhora.

Fontes: 

  1. Psicanálise Clínica
  2. Cíngulo
  3. UOL
  4. Mundo Psicólogos

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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