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Distorções cognitivas representam maneiras de pensar e de ver a realidade de forma equivocada. As causas desse padrão mental podem ser os diversos níveis de sofrimento vividos.
Entenda o que são e quais são as distorções cognitivas, como estas se manifestam, os prejuízos que causam e como corrigir esse problema.
Distorções cognitivas são pensamentos exagerados, irracionais ou ilusórios, que perpetuam alguns distúrbios psicológicos.
A concepção sobre as distorções cognitivas foi apresentada pelo psiquiatra David Burns em 1989, depois de estudar e desenvolver pesquisas com o professor e psiquiatra, Aaron T. Beck, conhecido como o pai da terapia cognitiva.
Segundo essa concepção, a eliminação das distorções cognitivas melhora o sentimento de bem-estar e pode evitar a ocorrência de doenças como depressão e ansiedade crônica.
O processo de aquisição pelo paciente das técnicas para eliminar essas distorções cognitivas é chamado de “reestruturação cognitiva”.
As distorções cognitivas se caracterizam pela visão predominantemente negativa sobre a vida. A pessoa tem a tendência de focar nos acontecimentos ruins e ignora o que existe de bom e positivo em sua vida.
©Sound On/Pexels
Existem vários padrões de manifestação das distorções cognitivas. Por exemplo:
Nessa distorção, a pessoa tende a viver se culpando pelas mais diversas situações que vive. Por sempre se achar culpada, vive pedindo desculpas ainda que não tenha culpa ou responsabilidade pelos fatos a si mesma imputados.
É o caso das pessoas que ignoram o que existe de positivo na vida, se acham sempre fracassadas e ignoram os bons resultados que já obteve ou que ainda pode conseguir.
Esse tipo de distorção transforma um caso específico em uma regra para a vida, ou seja, um acontecimento infeliz se torna uma verdade absoluta. É o caso por exemplo, quando uma traição nos leva à crença de que todos traem.
É o tipo de distorção daqueles que acham que podem saber o que os outros estão pensando, e geralmente deduzem que os outros pensam mal deles.
Acontece quando minimizamos as próprias conquistas, enxergando mais os erros e aspectos negativos da vida. Dessa forma, realçamos nossas falhas e culpas em detrimento de nossas qualidades e potenciais.
Nessa distorção cognitiva, a pessoa enxerga a vida somente a partir de dois extremos: tudo ou nada, e adota posturas radicais que prejudicam uma visão realista das coisas.
Nesse tipo de distorção, a pessoa tem uma forte autocobrança, não consegue aceitar a realidade como ela é e tampouco consegue simplificar as situações. Sendo assim, ela mantém uma mente inflexível e uma atitude imperativa, criando regras rígidas e obrigações para si e para os outros.
Quem vive essa distorção de pensamento, transforma as emoções em fatos e acaba criando realidades que “confirmam” suas emoções negativas (medo, insegurança, sensação de fracasso, etc).
É a distorção cognitiva que se verifica em pessoas que têm o padrão de esperar sempre pelo pior, o que pode gerar um nível de ansiedade e de medo bem intensos.
Verifica-se na ideia de poder prever o que está por vir, em conclusões precipitadas e previsões infundadas.
Com o pensamento da rotulação, a pessoa desenvolve análises e interpretações gerando rótulos para tudo. Assim, ela julga e rotula tudo, como se tudo pudesse ser pré-definido.
Na atribuição de culpa, a tendência é procurar por culpados externos e considerar as próprias falhas como responsabilidade dos outros. É o famoso vitimismo.
Nessa distorção cognitiva, a pessoa estabelece comparações irreais entre sua vida e as conquistas alheias, desconsiderando que cada pessoa possui existências diferentes. Adotando essa postura, ela desenvolve complexo de inferioridade e amargura.
Essa distorção é marcada pela ideia de que “deveria” ter sido de determinada forma. Por exemplo: “Eu deveria ter feito diferente”ou “Meu relacionamento poderia ter dado certo”.
Estes pensamentos refletem culpa, frustração, raiva e amargura, gerando bloqueios e eterna insatisfação.
Tudo é visto ampliada, exagerada ou desproporcionadamente, embora não a ponto de catastrofizar. É o famoso “fazer tempestade em copo d’água”.
É o padrão de pensamento que faz com que uma pessoa acredite que só ela tem razão, deixando de considerar a opinião dos outros em um debate ou discussão. Essa distorção dificulta a formação e manutenção de relacionamentos saudáveis.
Se alguém atribui todos os eventos positivos ao seu caráter pessoal, e vê os negativos como fora de seu controle, essa pessoa pode ter algum tipo de narcisismo onde ela se recusa a admitir os próprios erros, vivendo em uma realidade distorcida onde não pode errar.
Falácias são enganos, ilusões. Há quem acredite na falácia da justiça divina, humana ou do controle da vida. Assim, pessoas se frustram quando não são recompensadas por Deus, por seus esforços ou por outras pessoas.
No vídeo abaixo, a psicóloga Gabriela Fonseca fala sobre o que são e como se manifestam as distorções cognitivas:
@psigabrielafonseca
Tudo o que fazemos é processado pelo nosso cérebro. Com isso, geramos pensamentos sobre nossas experiências, armazenamos memórias e desenvolvemos reflexões sobre o porvir. Quando esse processo mental ocorre de forma distorcida, existe a grande possibilidade de sofrermos, porque o que pensamos está diretamente ligado às nossas emoções e comportamentos.
Quem sofre de distorção cognitiva, tende a ver a vida de modo negativo ou fantasioso, o que pode se converter em ansiedade, tristeza e frustração. Há também o risco de passar a se comportar de maneira disfuncional, por exemplo se isolando e mantendo comportamentos recalcados.
Em geral, as distorções cognitivas têm relação com contextos diversos, desde simples equívocos de interpretação até problemas mais sérios como:
Dependendo da intensidade e abrangência das distorções cognitivas, pode ser necessária a ajuda de um psicólogo ou psicanalista para identificar e tratar as falhas no pensamento do paciente.
Para evitar as distorções cognitivas é preciso se auto-observar, ser sincero consigo fazendo uma auto-avaliação, buscando ser uma pessoa melhor. Procure se autoconhecer e busque ajuda se você se identificou com uma ou mais distorções.
Fontes:
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Categorias: Segredos para ser feliz
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