Lâmpadas para secar esmalte podem aumentar risco de câncer de pele


Esmalte em gel será que faz mal? Ninguém se perguntou antes de cair na nova moda (já nem tão nova assim). Agora, a novidade é que a lâmpada usada no forninho para secar a unha pode causar câncer de pele.

Pensando na economia, os adeptos da manicure de salão escolheram o esmalte em gel porque dura mais. Mas talvez seja melhor fazer a unha em casa, como faziam nossas mães, tias e avós. Até porque, vamos combinar, o esmalte em gel é bem fake, e quando a unha começa a crescer é horrível. Bom, mas gosto é gosto e saúde é o que interessa.

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O perigo das lâmpadas

Trata-se do primeiro estudo sobre potenciais efeitos mutagênicos e carcinogênicos do esmalte em gel, que evidenciou danos não tanto para a unha, quanto para a pele exposta à luz usada para secar o gel.

Da mesma forma que as lâmpadas de bronzeamento artificial e os banhos solares naturais sempre foram tidos como fatores de risco para esse tipo de câncer, um novo estudo da Universidade da Califórnia em San Diego, quis colocar em xeque as lâmpadas para secar o esmalte em gel.

Um espectro de luz ultravioleta (340-395 nm) é usado para “solidificar” os produtos químicos usados ​​nas manicures em gel. As câmaras de bronzeamento artificial, conhecidas por causar câncer de pele, usam um espectro diferente de luz UV (280-400 nm), mas muito semelhantes aos “secadores” de esmaltes.

A luz ultravioleta (UV) natural tem comprimentos de onda entre 10 nm e 400 nm, enquanto o ozônio estratosférico terrestre geralmente bloqueia comprimentos de onda abaixo de 280 nm. A luz ultravioleta que atinge a superfície terrestre está entre 280 nm e 400 nm. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer classificou os raios UV de banda larga 315-400 nm como carcinógenos do grupo 1.

O estudo

A ideia de pesquisar sobre a relação causa-efeito entre esmalte em gel e câncer de pele, veio do professor de bioengenharia e medicina celular e molecular na UC San Diego, Ludmil Alexandrov, autor correspondente do estudo.

Um dia, no consultório de um dentista, enquanto aguardava para ser atendido, ele leu em uma revista que uma jovem participante de um concurso de beleza, havia sido diagnosticada com uma forma rara de câncer de pele no dedo.

“Achei estranho, então começamos a investigar e notamos uma série de relatos em revistas médicas de que pessoas que fazem manicure com gel com muita frequência, como concorrentes de concursos de beleza e esteticistas, relataram casos muito raros nos dedos, sugerindo que isso poderia estar causando esse tipo de câncer”, explicou o médico. “E o que percebemos é que não havia compreensão molecular sobre o que esses dispositivos estavam fazendo com as células humanas”.

Para avaliar o impacto da luz ultravioleta, os pesquisadores usaram uma máquina de secagem de unhas MelodySusie de 54 watts com seis lâmpadas em sessões de 20 minutos em três linhas celulares diferentes: queratinócitos de pele humana adulta, fibroblastos de prepúcio humano e fibroblastos embrionários de camundongos.

Os especialistas descobriram que o uso desses dispositivos emissores de UV por apenas uma sessão de 20 minutos levou a 20% a 30% de morte celular, enquanto três exposições consecutivas de 20 minutos resultaram em 65% a 30% de morte celular, 70% das células expostas.

A exposição à luz ultravioleta também causou danos mitocondriais e de DNA nas células remanescentes e resultou em mutações que podem ser vistos no câncer de pele em humanos.

“Vimos mais coisas. Primeiro, vimos o DNA sendo danificado”, disse Alexandrov. “Também vimos que alguns danos no DNA não são reparados com o tempo e levam a mutações após cada exposição com um secador de esmalte UV. Finalmente, essa exposição pode causar disfunção mitocondrial, que também pode resultar em novas mutações. Observamos pacientes com câncer de pele e vemos exatamente os mesmos padrões de mutações nesses pacientes que foram vistos nas células irradiadas.”

Embora os resultados mostrem os efeitos nocivos do uso repetido desse dispositivo, seria necessário um estudo maior para confirmar que o uso de máquinas secadoras de esmalte em gel aumenta o risco de câncer de pele.

Todavia, os resultados do estudo foram claros: o uso frequente dessas máquinas de secagem de esmalte é prejudicial às células humanas.

O estudo DNA damage and somatic mutations in mammalian cells after irradiation with a nail polish dryer foi publicado dia 17 de janeiro na revista Nature Communications.

Fonte: UC San Diego Today

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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