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Será que você conhece alguém mais frio que um iceberg que parece não se emocionar com nada, absolutamente nada? Alexitimia é um termo empregado no diagnóstico clínico de pessoas com acentuada dificuldade ou incapacidade de expressar emoções. A palavra significa “sem palavras para emoções“. Entenda:
Alexitimia é um termo amplo usado para descrever problemas de expressão emocional. Deriva do grego: a = não, lexis = palavra e thymos = emoção, ou seja, significa “sem palavras para emoção”.
Denota uma perturbação neurológica no processamento das emoções, que envolve conexões entre o sistema límbico e cortéx pré-frontal, responsável pela organização dos dados em “categorias”, pelo raciocínio e linguagem.
Embora a condição não seja bem conhecida, estima-se que 1 em cada 7 pessoas a tenha.
Muitas vezes, é visto como um diagnóstico secundário em problemas ou transtornos mentais preexistentes, incluindo depressão e autismo. No entanto, isso não significa que todas as pessoas nessas condições tenham problemas para expressar e identificar emoções.
Segundo este estudo, as pessoas que têm alexitimia podem descrever-se como tendo dificuldades em expressar emoções consideradas socialmente apropriadas, como a felicidade em uma ocasião alegre. Outros podem, além disso, ter problemas para identificar emoções.
Os sintomas do transtorno do espectro do autismo são amplos, mas ainda existem alguns estereótipos associados a essa condição.
Um grande estereótipo é a falta de empatia, algo que foi amplamente desmascarado. Ao mesmo tempo, algumas pesquisas indicam que até metade das pessoas com autismo também experimenta alexitimia. Em outras palavras, é a alexitimia que causa a falta de empatia, e não o próprio autismo.
Também é possível perceber uma relação entre alexitimia e depressão, observada em transtornos depressivos maiores, no pós-parto, bem como na esquizofrenia.
Pesquisas indicam que entre 32% e 51% das pessoas com transtornos depressivos também têm alexitimia.
Além disso, a alexitimia também foi observada em pessoas que sofreram algum tipo de trauma, especialmente durante a primeira infância. Trauma e negligência nesta fase podem causar mudanças no cérebro que podem dificultar sentir e identificar emoções mais tarde na vida.
A pesquisa também indica que essa condição pode estar presente em certas doenças e lesões neurológicas.
São elas:
Alexitimia não é oficialmente reconhecida pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) mas, pode ser diagnosticada por um profissional de saúde mental.
Existem dois testes que costumam ser utilizados como instrumentos no diagnóstico da alexitimia:
Ambos avaliam funções cognitivas e, no caso da alexitimia, os principais critérios analisados são:
Outro teste possível é uma ressonância magnética realizada por um neurologista que fornecerá imagens da ínsula no cérebro.
Até o momento, não existe um único tratamento individual para alexitimia. A abordagem exata do tratamento depende das necessidades gerais de saúde de cada um.
Terapias também podem ser extremamente úteis, como:
A prática de teatro e a de utilizar cores e paisagens para assimilar sensações também são recursos importantes no tratamento e otimização da expressão de emoções das pessoas que têm essa desordem.
A leitura de romances, bons romances como os de Machado de Assis e Fiódor Dostoiévski, podem ajudar a entender as emoções (e a alma humana).
Estudos indicam que aqueles que sofrem de alexitimia viveram os primeiros anos da infância em um núcleo familiar desajustado e frequentemente com a ausência da figura materna.
Por exemplo, nos primeiros anos de vida, ainda com um repertório limitado de vocabulário, ao expressar alguma emoção, seja de tristeza, alegria ou medo, a criança costuma receber a atenção de sua mãe com falas do tipo:
“Por que você está triste?
O que houve?
Como isto aconteceu?”
São essas experiências, aparentemente simples, as responsáveis por ampliar o repertório de memórias, possibilitando a compreensão e expressão das emoções em experiências futuras.
Na ausência desse cuidado durante seu desenvolvimento, a criança é privada de construir tais conexões, impossibilitando a identificação e expressão verbal de suas emoções.
Vale ressaltar que a alexitimia não impede a vivência das emoções, mas representa a incapacidade de reconhecer e expressar o que se sente, bem como a dificuldade de percepção do sentimento alheio.
Como uma condição marcada pela dificuldade de nomear sentimentos, pode ser difícil reconhecer os sintomas da alexitimia.
Como essa condição está associada à incapacidade de expressão emocional, uma pessoa afetada pode parecer fora de contato ou apática.
No entanto, pessoas com alexitimia podem experimentar os seguintes sintomas:
Sim! Apenas na presença da manifestação de lágrimas, aqueles que sofrem dessa perturbação costumam ser compreendidos por aqueles que os cercam sobre como estão se sentindo.
A alexitimia é muito confundida com a psicopatia, mas a diferença é que um psicopata é incapaz de sentir emoções, tais como as sentimos, enquanto que o alexitímico não consegue expressá-las.
Embora não seja inerentemente perigosa, essa condição pode levar a problemas interpessoais e de relacionamento.
Um passo possível para o reconhecimento emocional é começar a estar atento às suas próprias respostas fisiológicas, por exemplo, através da frequência cardíaca.
Observe se sua frequência cardíaca aumenta em determinadas situações e explore as possibilidades do porquê isso acontecer, pois as emoções são iminentemente físicas. Primeiramente são sentidas, depois racionalizadas.
Também é importante ter em mente que as emoções negativas são tão importantes quanto as positivas.
Aprender a identificar essas emoções e trabalhar com elas (não contra elas) pode ajudar a levar uma vida mais plena.
Saúde mental em primeiro lugar! Cuide de você e cuide dos seus.
Fonte:
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Categorias: Saúde e bem-estar
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