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Nem cartomante, jogo de búzios ou bem-me-quer-mal-me-quer. A paixão está escrita na química do cérebro. Sem mimimi, para saber se tem alguém apaixonado por você basta entender um pouquinho de neurociência.
Com certeza você já se sentiu apaixonado (a)!
Os sintomas são aqueles velhos clichês que todo mundo sabe: não consegue tirar a pessoa da cabeça… sonha acordado com a pessoa quando deveria estar trabalhando… imagina e planeja um futuro juntos…
Esses pensamentos vertiginosos são apenas alguns dos sinais reveladores da paixão.
E cientificamente? Como a ciência explica a paixão?
Os cientistas definiram exatamente o que significa “se apaixonar”.
Eles descobriram que o cérebro de uma pessoa apaixonada é muito diferente de alguém em um relacionamento de longo prazo.
Segundo um estudo (1) de Helen Fisher, antropóloga da Rutgers University e uma das maiores especialistas nas bases biológicas do amor, a fase “apaixonada” do cérebro é um período de tempo único e bem definido.
Confira 11 sinais de que alguém pode estar apaixonado por você:
Quando a pessoa está apaixonada, ela começa a pensar que o amado é único, exclusivo e o mais especial.
Dessa forma, a pessoa fica incapaz de se interessar por qualquer outra pessoa.
Vários estudos (2) ligam a “monogamia” como resultado de níveis elevados de dopamina central, uma substância química envolvida na atenção e foco no cérebro. Embora o comportamento humano seja complexo e resulte de questões culturais, provavelmente a química cerebral atue fortemente nesse sentimento de exclusividade.
Tudo é lindo, zero defeitos.
Você sabia que estar apaixonado pode alterar o foco dos pensamentos de uma pessoa?
De acordo com pesquisa publicada em 2013 na revista Motivation and Emotion (3), estar apaixonado impede que as pessoas se concentrem em outras informações.
Por exemplo, quando as pessoas se encontram verdadeiramente apaixonadas tendem a se concentrar nas qualidades positivas do outro, enquanto ignoram os traços negativos.
Também, ao estar apaixonado, é normal que a pessoa queira ir a eventos ou escutar músicas que lembre a paixão e fiquem vidrados em lembranças e momentos com o amado.
Ou seja, cientificamente, o hiperfoco na pessoa amada pode ser explicada pelos níveis elevados de dopamina central, bem como de um pico na norepinefrina central, uma substância química associada ao aumento da memória na presença de novos estímulos.
Os apaixonados podem experimentar uma série de emoções e isso, muitas vezes, leva à instabilidade emocional e fisiológica.
Uma pessoa apaixonada salta facilmente entre:
Segundo um artigo de 2017 publicado na revista Philosophy, Psychiatry and Psychology (4), essas mudanças de humor são paralelas ao comportamento dos viciados em drogas.
Isto é, estar apaixonado é uma forma de vício e quando isso é tirado de alguém, pode-se experimentar “abandonos, abstinências e recaídas”.
As pessoas que estão apaixonadas relatam que passam, em média, mais de 85 % das horas meditando sobre o (a) amado (a).
O pensamento intrusivo, como é chamada essa forma de comportamento obsessivo, pode resultar da diminuição dos níveis de serotonina central no cérebro (o transtorno obsessivo-compulsivo é tratado com inibidores da recaptação de serotonina).
O pensamento intrusivo pode vir de muitas formas. De acordo com um estudo publicado no Journal of Psychophysiology (5), os homens que estão apaixonados têm níveis de serotonina mais baixos do que os homens que não estão, enquanto o oposto se aplica às mulheres.
Descobriu-se que os homens e mulheres que estavam apaixonados pensavam “na pessoa” cerca de 65% do tempo.
As pessoas apaixonadas exibem regularmente sinais de dependência emocional em seu relacionamento, incluindo:
Por exemplo, foram analisados os cérebros de indivíduos que viam fotos de alguém por quem ainda estavam apaixonados depois de serem rejeitados por essa pessoa.
A ressonância magnética funcional (fMRI) mostrou ativação em várias áreas do cérebro, incluindo áreas do prosencéfalo, como o giro do cíngulo, que demonstraram desempenhar um papel nos desejos de cocaína.
A ativação de áreas envolvidas no vício em cocaína pode ajudar a explicar os comportamentos obsessivos associados à rejeição no amor.
Buscar maneiras de se aproximar e sonhar acordado com um futuro juntos também são sinais de alguém apaixonado.
De acordo com um artigo da Universidade de Harvard (5), quando os níveis de serotonina começam a voltar aos níveis normais, o hormônio oxitocina aumenta no corpo.
Este neurotransmissor está associado à criação de relacionamentos mais sérios.
Lucy Brown, neurocientista do Albert Einstein College of Medicine, explica:
“Estudos funcionais de ressonância magnética mostram que sistemas neurais primitivos subjacentes ao impulso, reconhecimento de recompensa e euforia estão ativos em quase todos quando olham para o rosto de seu amado e têm pensamentos amorosos. Isso coloca o amor romântico na companhia de sistemas de sobrevivência, como aqueles que nos fazem sentir fome ou sede.
Penso no amor romântico como parte da estratégia reprodutiva humana. Ele nos ajuda a formar laços de pares, que nos ajudam a sobreviver. Fomos construídos para experimentar a magia do amor e ser levados em direção ao outro”.
As pessoas que estão apaixonadas geralmente sentem um poderoso senso de empatia em relação ao seu amado, sentindo a dor da outra pessoa como sua e estando dispostas a sacrificar qualquer coisa pela outra pessoa.
Os cientistas descobriram padrões significativos na atividade cerebral de pessoas que estavam apaixonadas.
Seus neurônios-espelho, que estão ligados a sentimentos de empatia, eram mais ativos em pessoas que estavam em um relacionamento amoroso de longo prazo.
Apaixonar-se pode resultar em alguém reordenando prioridades diárias para se alinhar com as de seu amado.
Enquanto algumas pessoas podem tentar alinhar os interesses com os da pessoa, outras pessoas são atraídas por seus opostos, pelo menos seus opostos “químicos cerebrais“.
Por exemplo, foi descoberto que pessoas com personalidades dominantes em testosterona (altamente analíticas, competitivas e emocionalmente contidas) eram frequentemente atraídas por parceiros com personalidades ligadas a altos níveis de estrogênio e oxitocina, esses indivíduos tendiam a ser “empáticos, carinhosos, confiantes, pró-sociais, buscando significado e identidade”.
Aqueles que estão profundamente apaixonados querem exclusividade!
Não querem dividir o amado com ninguém. E há fortes amarras emocionais associadas a isso: o desejo por sexo é combinado com um desejo de exclusividade sexual e ciúme extremo quando o parceiro é suspeito de infidelidade.
De acordo com o Indian Journal of Endocrinology and Metabolism, a oxitocina é liberada durante a atividade sexual. Esse hormônio cria laços sociais e desenvolve a confiança.
Acredita-se que esse apego tenha evoluído para que uma pessoa apaixonada compele seu parceiro a rejeitar outros pretendentes, garantindo assim que o namoro do casal não seja interrompido.
De acordo com pesquisas, isso evoluiu como uma necessidade biológica, permitindo que as pessoas em relacionamentos românticos “concentrem [sua] energia de acasalamento em um indivíduo em particular”.
Embora o desejo sexual seja importante para as pessoas apaixonadas, o desejo de união emocional é um outro fator importantíssimo.
Um estudo publicado no Archives of Sexual Behavior, descobriu que 64% das pessoas apaixonadas (a mesma porcentagem para ambos os sexos) discordavam da afirmação:
“O sexo é a parte mais importante do meu relacionamento com [meu parceiro]”.
A falta de controle sobre seus sentimentos é um sinal comum da paixão.
Pessoas que relatam estar “apaixonadas” geralmente dizem que sua paixão é involuntária e incontrolável.
No livro “Love and Limerence“, da psicóloga Dorothy Tennov, os apaixonados expressaram sentimentos de desamparo, dizendo que a obsessão pelo outro era irracional e involuntária. Mesmo assim, é preciso saber controlar a assustadora loucura da paixão para viver o melhor desse sentimento, e não o pior dele.
Muita gente acredita que a paixão é uma coisa linda e maravilhosa, mas, de acordo com a ciência, quando estamos nesse estado, vamos do inferno ao paraíso rapidamente.
O amor não é um só. Ele se divide em fases, e a primeira fase (chamada de paixão) costuma ter curta duração e alta intensidade.
É claro que cada um é cada um e que as pessoas se comportam diferentemente, mas a paixão é algo sério e incontrolável. O que talvez aconteça muito hoje em dia é que as pessoas se controlam antes de se apaixonarem, e não se deixam levar pelo fogo da paixão por medo de se queimarem.
Conta pra gente… Depois de entender melhor os sinais da paixão, você está apaixonado(a) ou acha que alguém está apaixonado(a) por você?
Assista ao vídeo de Pedro Calabrez explicando a neurociência da paixão para se aprofundar no assunto.
Fontes:
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Categorias: Saúde e bem-estar
Publicado em 31/01/2024 às 11:09 pm [+]
Seu artigo foi muito realista e me fez perceber que ele não está nem se importando comigo, mas o que eu faço agora?