Johnson & Johnson vai parar de vender talco: risco de câncer


Você ainda usa talco? Talvez você ainda não saiba mas já faz tempo que a Johnson & Johnson vem respondendo processos por suspeita de que seu super famoso talco cause câncer. Muitos destes processos resultaram em indenizações por parte da empresa.

Nós noticiamos aqui:

Depois de tentar provar que seu produto não era cancerígeno, agora vem da própria empresa o anúncio de que não irá mais produzir talco.

Mais processos, menos talco

A gigante Johnson & Johnson irá interromper a venda mundial de seu famoso talco a partir do ano que vem (2023). A decisão está ligada aos demais processos que a empresa terá de enfrentar – mais de 40 mil – pela suposta relação causa-efeito entre seu produto com câncer de ovário e mesotelioma (tipo de câncer praticamente incurável causado pela inalação de amianto).

Em fevereiro, um tribunal de New Jersey confirmou o pedido de falência da J&J por causa da grande quantidade de processos que a empresa deve ainda responder.

Desde 2014, a empresa vem enfrentando dezenas de milhares de ações judiciais nos Estados Unidos de consumidores que alegam ter contraído câncer depois de usarem produtos à base de talco por longos períodos.

Em 2018, um júri do Missouri condenou a empresa a pagar US$ 4,7 bilhões depois que 22 mulheres acusaram a empresa de usar amianto em talcos e em produtos para bebês. Os consumidores acusam a empresa de esconder e minimizar os riscos de câncer.

A Johnson & Johnson já não vende talco nos Estados Unidos há mais de dois anos, agora não irá vender em nenhum outro lugar.

Um novo talco natural, feito de amido de milho

A empresa continua reiterando que décadas de pesquisas independentes comprovam a segurança de seu produto. Mas agora decidiu retirá-lo em todo o mundo.

“Como parte de uma avaliação de portfólio global, tomamos a decisão comercial de mudar para um pó de talco inteiramente à base de amido de milho”, diz em um comunicado.

O grupo acrescentou que este produto já é vendido em países de todo o mundo.

“Continuamos a avaliar e otimizar nosso portfólio para estar melhor posicionado para o crescimento de longo prazo. Essa transição ajudará a otimizar nossa oferta de produtos”, explica a Johnson & Johnson.

O que você pode aprender com essa história?

É impressionante que uma gigante como a Johnson & Johnson possa um dia ir à falência por causa de um produto aparentemente inócuo, usado inclusive em crianças e bebês.

Infelizmente, muitas coisas são descobertas depois de muitos anos de denúncias. Mas a verdade sempre vem à tona. As pessoas adoram usar as palavras “pesquisa” e “ciência” para darem credibilidade às suas crenças, mas se esquecem que pesquisa a ciência também podem ser patrocinadas por grandes empresas.

Infelizmente, o mundo em que vivemos é governado pelo deus dinheiro. Não podemos confiar em nada e exemplos disso não faltam:

Fontes: Corriere e AdnkronosJohnson & Johnson

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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