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Aquele cheiro de cigarro impregnado na roupa, no cabelo, no tapete, na cortina, etc, etc tem um nome: fumo de terceira mão. E ele é muito prejudicial, inclusive para quem não fuma.
Uma equipe de pesquisa dos EUA, liderada por cientistas da Universidade da Califórnia em Riverside, determinou que a exposição ao “fumo de terceira mão” e aos vazamentos de fluidos dos e-cigarrettes danificam a pele.
A combinação de toxinas que adere por horas, ou dias, nos lugares, objetos e pessoas dificultam a cicatrização de feridas, aumentam o risco de infecções e promovem o estresse oxidativo nas células epiteliais.
O estudo revelou que bastam 24 horas de exposição ao fumo de terceira mão para causar danos à pele e, como em alguns ambientes os resíduos de fumaça podem persistir por anos, o impacto na saúde pode ser significativo.
O estudo foi realizado por meio de experimentos específicos com células humanas cultivadas em laboratório. Os pesquisadores exploraram um modelo 3D da epiderme humana chamado Epiderm.
Os pesquisadores expuseram as células por pelo menos 24 horas à concentrações de resíduos de fumaça de terceira mão, que são normalmente encontrados em ambientes com 10 ou 400 μg/mL de nicotina.
Observando os efeitos nas organelas das células epidérmicas (como mitocôndrias e peroxissomos), destacaram as consequências biológicas significativas, como alteração do fenótipo mitocondrial e redução da mitofusina.
A exposição à nicotina também pode ocorrer ao entrar em contato com os líquidos perdidos dos cigarros eletrônicos, evento que pode ocorrer, por exemplo, ao trocar as recargas.
Conforme explicou Giovanna Pozuelos, pesquisadora do Departamento de Biologia Molecular, Celular e de Sistemas da Universidade da Califórnia, em um comunicado de imprensa:
“Descobrimos que o contato dérmico com a nicotina pode prejudicar a cicatrização de feridas, aumentar a suscetibilidade a infecções da pele devido à diminuição da resposta imune e causar estresse oxidativo nas células da pele”, disse a especialista.
Entre os mais vulneráveis estão crianças e bebês, que costumam engatinhar em superfícies contaminadas, mas também funcionários de locais onde é permitido fumar em ambientes fechados, ou de lojas que vendem líquidos de cigarros eletrônicos.
Os autores do estudo também enfatizam a importância de implementar práticas de descontaminação dos ambientes mais afetados por depósitos de fumaça e introduzir restrições estritas ao vaping e a fumar em ambientes fechados.
O cerco se fecha contra os tabagistas, aquelas pessoas dependentes químicas da nicotina, a substância causadora dos estragos do tabaco.
Nada contra os tabagistas pois sabemos o quanto é difícil parar de fumar. É preciso que se tenha um olhar mais atento à situação dado que essas pessoas sofrem cada vez mais preconceitos.
Reconhecer o vício, a fraqueza, a dificuldade de sair dele é o primeiro passo para tentar laraar o cigarro. Ninguém promete que é fácil. Mas é possível.
Leia mais:
Os detalhes da pesquisa “Nicotine Affects Multiple Biological Processes in EpiDermTM Organotypic Tissues and Keratinocyte Monolayers” foram publicados na revista científica Atmosphere. Leia aqui!
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Categorias: Saúde e bem-estar
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