Quem sofre de herpes pode ser propenso à diabetes, revela estudo


Um dos vírus de maior ocorrência na população é o vírus da herpes, por ser de fácil contágio e se manifestar de várias formas. Agora, uma pesquisa revela algo inusitado sobre esse vírus.

Inclusive, após o contágio, esse vírus pode ficar inativo (latente) e, em um momento de baixa da imunidade se manifestar trazendo vários distúrbios à saúde.

Pesquisas vêm sugerindo que alguns desses distúrbios são o desenvolvimento da pré-diabetes, e por consequência, o surgimento de Diabetes mellitus tipo 2 (DM2).

Em busca de ter comprovação sobre esta relação, foi feito um novo estudo publicado no periódico Diabetologia, da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes nesta quarta-feira, 11.

Como o vírus da herpes coopera para o surgimento da diabetes não ficou muito claro neste novo estudo, porém, a compreensão inicial é a de que esse vírus pode impactar no metabolismo, principalmente relacionado à glicose, provocando o surgimento da diabete tipo 2.

Saiba mais detalhes deste estudo com as informações a seguir.

Objetivo do novo estudo

Como estudos anteriores sugeriram que a prevalência de diabetes tipo 2 é maior em indivíduos soropositivos para o herpes vírus, este novo estudo foi feito com o objetivo de examinar a associação de herpes vírus com à (pré) diabetes e avaliar seu papel potencial na etiologia (causas/origens) e desenvolvimento da diabetes.

Como se deu o estudo

O novo estudo foi conduzido pelo Dr. Tim Woelfle e sua equipe na Ludwig-Maximilians University, Helmholtz Munich, Alemanha.

Inicialmente, foram coletados dados e feitos exames para detectar no grupo de participantes a existência do herpes vírus.

Os herpes vírus são um dos vírus mais prevalentes em humanos, com 8 tipos atualmente conhecidos:

  • HSV-Vírus herpes simplex 1 e 2
  • VZV-Vírus varicela-zoster
  • EBV-Vírus Epstein-Barr
  • CMV-Citomegalovírus
  • HHV-humano 6, 7 e 8

Saiba mais sobre os tipos de herpes vírus em:

Todos estes tipos de herpes vírus causam infecções latentes que podem se manifestar ao longo da vida dos seus hospedeiros após uma infecção primária inicial, comumente leve ou assintomática.

Os dados de saúde coletados por este novo estudo foram obtidos através da plataforma de pesquisa em saúde  KORA (Cooperative Health Research in the Augsburg Region) com base na população do sul da Alemanha, envolvendo 1.967 indivíduos.

O grupo de indivíduos tinha idade média de 54 anos no início do estudo, 962 (49%) eram homens e 999 (51%) eram mulheres.

O estudo e acompanhamento realizados com os participantes passou por algumas etapas como:

  • Eles foram submetidos a várias a exames de saúde detalhados na linha de base (2006-2008)
  • Tiveram acompanhamento (2013-2014), com testes para a presença de herpes vírus humanos, testes de tolerância oral à glicose (OGTT) e medição de hemoglobina glicada -HbA 1c (uma medida do controle de açúcar no sangue nos 3 meses anteriores).

Dados e exames coletados

Os exames e análises de amostras de sangue foram realizadas para detectar a presença de anticorpos para 7 dos 8 herpes vírus humanos conhecidos, o que indicaria a presença de infecções primárias e latentes.

Ademais, também foram coletados no início desta pesquisa os seguintes dados como:

  • sexo
  • idade
  • IMC (Índice de Massa Corporal)
  • anos de escolaridade
  • tabagismo (sim/não)
  • atividade física no lazer (ativo/inativo)
  • diabetes dos pais (sim /não)
  • hipertensão (sim/não, definida como pressão arterial maior que 140/90mmHg)

Todos esses dados foram coletados para considerar ou descartar outras possíveis causas relacionadas à propensão à diabetes.

Exames de sangue de cada participante

No início do estudo foram realizados exames de sangue nos participantes a fim de detectar a incidência do herpes vírus neles.

Estes exames de sangue apresentaram os seguintes resultados:

Em síntese, cerca de um terço (34%) testou positivo para mais vírus no final do período de acompanhamento, 54% tiveram o mesmo número e apenas 12% foram positivos para menos vírus do que no início.

Herpes vírus e propensão à diabetes

Dos 7 herpes vírus examinados, o HSV2 (Herpes-vírus simplex humano 2) e o CMV (Citomegalovírus) foram associados à incidência de pré-diabetes entre indivíduos com tolerância normal à glicose no início do estudo e que não apresentavam outros fatores de risco.

Os indivíduos com HSV2 (Herpes-vírus simplex humano 2) foram 59% mais propensos a desenvolver pré-diabetes do que aqueles que eram soronegativos, enquanto a infecção por CMV (Citomegalovírus) foi associada a um aumento de 33% na incidência de pré-diabetes.

Avaliação sobre os resultados

Sobre os resultados desta pesquisa, os autores registraram no relato do estudo:

“Nosso estudo sugeriu que, embora a incidência de (pré) diabetes tenha sido explicada principalmente pela idade, IMC, colesterol e glicemia de jejum, tanto o HSV2 quanto o CMV adicionaram informações complementares de risco adicionais, apesar da alta prevalência viral e co-ocorrência (que ocorre simultaneamente).”

Conclusões da pesquisa

Os resultados desta pesquisa destacam a ligação entre infecção do herpes vírus e (pré) diabetes, e a necessidade de mais pesquisas para avaliar estratégias de prevenção viral.

Prevenção para evitar o contágio pelo vírus da herpes

Enquanto os cientistas estudam a relação do herpes com o surgimento e desenvolvimento da diabete, que tal fazermos a prevenção para evitar o contágio por esse vírus?

Para realizar essa prevenção, basta seguir as seguintes recomendações:

Todas essas recomendações têm a finalidade de proteger a imunidade e evitar o contágio por esse vírus através do contato com a pele, boca ou partes íntimas.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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