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Em um mundo compulsivo, acabamos adquirindo também comportamentos compulsivos.
Tocar, alisar, enrolar e arrancar os cabelos pode virar um distúrbio grave cujo nome é tricotilomania.
A tricotilomania está entre as condições psiquiátricas listadas no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Trata-se de um comportamento compulsivo de arrancar os cabelos, não só da cabeça, mas também pelos de todo o corpo.
A tricotilomania faz parte dos transtornos comportamentais repetitivos focados no corpo (BFRB).
No manual DMS-5, está incluída no capítulo dedicado aos “Transtornos Obsessivo-Compulsivos e Relacionados“.
É um distúrbio, cuja denominação deriva da união de três termos gregos:
Como especificado no DSM, as pessoas com tricotilomania podem arrancar “cabelos do couro cabeludo, sobrancelhas e/ou pálpebras”, bem como de outros lugares do corpo.
O distúrbio é caracterizado pelo arrancamento sistemático e crônico de cabelos da cabeça e outras áreas do corpo.
Pode ser um comportamento parcialmente automático (sem plena consciência) ou totalmente consciente.
Para pessoas com tricotilomania, puxar o cabelo pode ser:
O distúrbio pode afetar todas as faixas etárias, de crianças a adultos.
Quando se trata de adultos, em 80 a 90% dos casos são mulheres.
De fato, a causa do transtorno ainda não se sabe ao certo, mas especialistas acreditam que possa ser uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
O estudo “Mutações SLITRK1 em Trichotillomaniacs” publicado na revista Nature, descobriu que uma pequena porcentagem de pacientes apresenta mutações no gene SLITKR1, ligado a conexões entre neurônios.
Ou seja, o histórico familiar e a genética, pode desempenhar um papel no desenvolvimento da tricotilomania.
Além disso, situações ou eventos severamente estressantes podem desencadear tricotilomania em algumas pessoas.
Muitas pessoas que têm tricotilomania também cutucam a pele, roem as unhas ou mastigam os lábios.
A maioria das pessoas com tricotilomania puxa o cabelo quando está sozinha, em particular, e geralmente tentam esconder o distúrbio dos outros.
Embora possa não parecer particularmente grave, a tricotilomania pode ter um grande impacto negativo.
As complicações podem incluir:
O toque compulsivo pode levar à perda de cabelo.
Tocar excessiva e repetitivamente os cabelos pode causar danos às pontas dos fios de cabelo.
Torcer ou esfregar o cabelo, especialmente com as mãos sujas ou oleosas, pode transferir a sujeira para o cabelo e o couro cabeludo.
Além de embaraçar e quebrar os cabelos, pode acontecer a separação das pontas duplas, o que pode causar danos permanentes ao folículo, e o trauma pode fazer com que ele pare de produzir novos cabelos.
Para diagnosticar a doença, o ideal é procurar um médico.
Se o caso for grave, medicamentos podem ser recomendados para o tratamento.
Os manuais do MSD relatam que entre os medicamentos potencialmente eficazes contra o distúrbio estão os inibidores seletivos da recaptação da
A terapia cognitivo-comportamental também pode ser eficaz, com uma abordagem definida como “treinamento para a inversão de hábitos“, onde os pacientes são treinados para monitorar seu comportamento compulsivo e controlá-lo.
Alguns truques podem ajudar a diminuir o ato de tocar nos cabelos. Confira:
Como vimos, a tricotilomania é caracterizada pelo ato de arrancar e até comer cabelos. Mas será que apenas tocar, sem arrancar, é tricotilomania?
A questão é, de fato, subjetiva e varia a cada caso em particular. Ocorre que muitas vezes começa-se tocando, sentindo, abrindo pontas duplas, enrolando os cabelos com os dedos para progressivamente passar a arrancá-los depois.
Arrancar gera consequências mais graves como alopecia e perda de cabelo, mas tocar também pode ser prejudicial seja do ponto de vista estético que social. A pessoa quer tocar o cabelo o tempo todo e passa uma imagem de ansiedade ou compulsão.
Contudo, tocar e enrolar cabelos não é necessariamente um TOC mas pode configurar transtorno obsessivo quando:
Fique atento se a vontade de tocar os cabelos o tempo todo te deixa em estado de ansiedade e te prejudica de qualquer modo. Descobrir as causas por trás dessa compulsão poderá te ajudar a viver melhor.
Procure ajuda especializada: um psicólogo, psicoterapeuta ou psicanalista.
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Categorias: Saúde e bem-estar
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