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Os pombos dividem opiniões: para alguns, eles remetem a imagens de filmes românticos, a belas praças europeias ou até mesmo aos desenhos animados da infância, em que personagens idosos se dedicavam a alimentá-los com milho. Outros sentem verdadeira aversão e os veem como “ratos voadores”. Nessa história, equilíbrio é a palavra-chave: todos os animais merecem nosso amor, mas é preciso também conhecer as consequências do convívio com eles.
De acordo com o Ministério da Saúde, a criptococose, conhecida como “Doença do Pombo”, é causada por um fungo, que costuma se desenvolver principalmente em matéria orgânica morta presente no solo, em frutas secas, cereais, árvores e nas fezes de aves, principalmente dos pombos.
Há três variantes do fungo: Cryptococcus neoformans variante, neoformans e gattii. Segundo informações disponibilizadas pelo MS, a primeira, de caráter oportunista, é a “principal causa de meningoencefalite e morte em indivíduos com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). No entanto, essa espécie também acomete indivíduos sem problemas de saúde em todo o mundo”.
Já a variante gatti “acomete crianças e jovens sem evidência de imunodepressão aparente, de comportamento endêmico ou focal nas regiões tropicais e subtropicais, especialmente nas regiões Norte (Amazônia) e Nordeste do Brasil, incluído o semiárido, e, esporadicamente, nas demais regiões brasileiras”.
As fezes secas dos pombos podem ser contaminadas por uma dessas variantes e, quando inalados, instalam-se nos pulmões e de lá se disseminam para o sistema nervoso central.
Os sintomas são:
Os pacientes diagnosticados com a doença podem recorrer ao tratamento, via internação, com medicação disponibilizada gratuitamente pelo SUS.
O Ministério da Saúde recomenda o uso de equipamento de proteção individual e máscaras durante a realização de limpeza em locais onde há criação de aves ou aglomerado de pombos.
Além disso, é preciso ignorar a lição dos velhinhos dos desenhos animados e não favorecer o aumento da população, com medidas como redução da disponibilidade de alimento, de água e de abrigos.
“Os locais com acúmulo de fezes desses animais devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, assim como a sua dispersão por aerossóis”, recomenda, ainda, o MS.
No último mês, a cidade de Santos, no litoral paulista, registrou dois casos de morte por criptococose. No dia 6 de julho, o empresário José Wilson de Souza, de 56 anos, foi internado na Santa Casa da cidade após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) e ficar em coma, vindo a óbito 12 dias depois. Já o cinegrafista Mauro Sérgio Senhorães, 43, morreu no dia 26, na Beneficência Portuguesa. Ambos apresentaram os mesmos sintomas inicialmente: dores de cabeça fortes, sinais de febre, tonturas e cansaço.
Os dois vinham sendo submetidos a tratamentos nos últimos quatro meses. Durante esse período, os médicos suspeitaram de outras doenças, que foram descartadas à medida que o quadro de saúde de ambos piorava.
Segundo a Secretaria de Saúde de Santos, até então a doença não constava na lista de notificação obrigatória dos hospitais e não havia registros desse tipo de caso. De acordo com informações do Ministério da Saúde, a criptococose não é transmissível entre seres humanos nem de animais para homens.
A Prefeitura da cidade informou que toma as medidas para prevenir a doença, promovendo a limpeza de fezes de pombos em locais públicos e realizando eventos educacionais para a população.
O problema é a superpopulação de pombos nas cidades, causada pela adaptação da espécie nos centros urbanos, onde não lhes falta nem água nem comida. Diante disso, deu para entender que o melhor é não contribuir para que essa população continue a crescer. Aliás, nenhum animal deve ser alimentado pelo homem. Já estamos nos envenenando por si só…
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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