Vacinação por si só provavelmente não consegue parar variante delta


O britânico Adam Kucharski, que é matemático e epidemologista, avaliou os possíveis efeitos da variante delta e, segundo sua análise, o mundo tenderá a viver duas realidades:

  • Uma em que países buscarão retomar uma vida mais normal, convivendo com surtos de Covid-19.
  • Outra em que países manterão medidas restritivas, talvez até durante anos, para evitar a proliferação dessa doença.

Adam Kucharski é um especialista e uma referência em análises e projeções sobre as tendências da pandemia no mundo e, conforme sua avaliação, ele prevê que:

“A vacinação por si só provavelmente não consegue parar a [variante] delta.”

Variante X Vacinação

Esse epidemiologista explicou que a variante delta, primeiramente identificada na Índia, elevou os padrões do que os países precisam fazer. Isto quer dizer que esse padrões vão além de vacinar em níveis muito elevados.

Um exemplo que endossa essa explicação desse especialista é o caso do:

O modelo israelense mostra: a vacinação não está funcionando como deveria

O que agrava toda essa situação é que o vírus consegue se adaptar e se espalhar, por meio de variantes, inclusive entre pessoas vacinadas.

Cabe, nesse contexto, os exemplos do Reino Unido e EUA, que mesmo com ampla vacinação estão enfrentando a proliferação da variante delta.

Nesse quadro de evolução da Covid-19, o especialista recomenda:

“Os países precisam ficar de olho na situação e estar preparados para mudar de direção se houver sinais de que é cedo para a reabertura.”

Exemplos de países e medidas para lidar com variantes

Em relação às medidas para o enfrentamento das variantes, há países que têm tomado medidas extremas e mais radicais como a França e a Itália que estabeleceram o tal do green pass para entrar em restaurantes, cinemas e teatros.

Outros, seguem cautelosos, porém, de forma mais flexível como o Reino Unido e Brasil.

Há também casos como da Nova Zelândia que estava livre das infecções locais por Covid-19 desde fevereiro desse ano, e atualmente há notícias que apareceram dez casos confirmados em surto de variante delta em Auckland, fazendo com que este país  inicie um novo bloqueio nacional para contenção dessa a variante do coronavírus.

“Com base na experiência que vimos no exterior, estamos absolutamente prevendo mais casos”, disse a primeira-ministra Jacinda Ardern.

Esse bloqueio vigora por todo o país por pelo menos três dias, e em Auckland permanecerá por uma semana.

Como visto, diante das variantes do coronavírus, o desafio de cada nação é encontrar medidas eficazes e inteligentes para lidar com a mutação do vírus.

Saúde Preventiva para lidar com as variantes

De acordo com Adam Kucharski, as mutações do vírus são capazes de contornar a resposta imunológica à vacina.

Por esse motivo,  dá para se deduzir que é imprescindível e urgente o avanço e o investimento em saúde preventiva e em tratamento eficaz para a Covid-19.

Para refletir

Pelos fatores expostos neste conteúdo, vem o seguinte questionamento: Será que não é o momento de desacelerar, parar e repensar o tipo de existência que estamos levando?

Quantas vacinações em massa terão que ocorrer para combater um vírus que vem sendo robustecido e multiplicado pela ação destrutiva e negativa do próprio homem.

Sabe aquela história de “morder e assoprar”?  Pois é, combate-se um vírus mas as ações que contribuem para novas pandemias continuam as mesmas.

Investe-se em vacinas e medicamentos caros, sacrifica-se milhares de animais para testar esses medicamentos, mas não se investe em:

  • educação para viver com qualidade de vida
  • alimentação saudável
  • empregos bem remunerados
  • saneamento básico universal
  • saúde preventiva gratuita
  • erradicação da fome
  • atendimento hospitalar público e digno

É necessário repensar nossas ações, escolhas e sistema de vida que estamos criando, refletir e se posicionar com consciência sobre o rumo que as coisas estão tomando.

A olhos vistos, a pandemia veio se somar aos efeitos destrutivos e de desequilíbrio que o ser humano vem causando à vida no planeta;

  • lixo plástico
  • desmatamento
  • poluição
  • excesso de produção, consumismo e desperdício
  • aquecimento global
  • maus-tratos aos animais
  • exploração e matança animal para consumo humano
  • desigualdade social
  • competição materialista
  • corrupção
  • guerras e conflitos
  • miséria e fome

Já parou para pensar que precisamos também nos curar internamente e que a mudança começa em cada um de nós?

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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