É verdade que a vacina de Oxford é causadora de mortes na Europa?


O mundo está alarmado diante da possibilidade de a vacina de Oxford, também conhecida por AstraZeneca, ter provocado a morte por trombose de algumas pessoas que foram vacinadas com ela. Mas é preciso cautela para analisar a situação, a fim de que não desacreditemos de todo o esforço científico para o desenvolvimento de um vacina eficaz para o SARS-CoV-2.

É verdade que todas as vacinas aplicadas no mundo estão em fase de teste real. Saídas dos experimentos laboratoriais, é agora, com a vacinação em massa, que elas comprovarão a sua eficácia e, também, se não são causadoras de efeitos colaterais.

Dúvida e medo

Após vários países europeus terem impedido a aplicação da vacina de Oxford devido a casos de formação de coágulos, a dúvida e o medo pairam. O jornal alemão DW foi investigar o quanto disso tudo é verdade.

No caso das vacinas aprovadas pela União Europeia, todas apresentaram um elevado índice de eficácia para neutralizar o vírus e poucos efeitos colaterais, alguns até insignificantes.

Ontem, as autoridades sanitárias de Alemanha, França, Espanha e Itália se reuniram a uma lista crescente de países que suspenderam o uso da AstraZeneca após a identificação de 30 casos de trombose e 1 morte de pessoas que receberam doses da vacina – um número relativamente pequeno se consideradas as 6 milhões de doses já administradas em toda a União Europeia.

O problema é que a suspeita das pessoas em relação à vacina tem provocado um efeito de menor adesão à vacinação. 

Na Alemanha, houve 113 mortes entre as personas vacinadas de idades entre 46 e 100 anos. Do total, 2o morreram por Covid-19 (19 não haviam tomado a segunda dose e um caso não está claro para as autoridades) e 43 vieram a óbito por causa de enfermidades prévias ou outras doenças infecciosas.

Isso significa que em todas as pessoas foi constatada alguma enfermidade prévia que, supostamente, foi responsável por sua morte.

Prevenção

A suspensão da AstraZeneca na Europa é mais uma medida de prevenção para analisar a possível relação entre a vacina e a formação de coágulos. Até o momento, a vacina tem se mostrado segura, logo não haveria razão de desconfiança sobre a sua eficácia, de acordo com os estudos vigentes atualmente.

Segundo o El Pais, a suspensão de alguns países foi apenas de um lote da AstraZeneca, enquanto outros suspenderam totalmente o medicamento de forma temporária.

O que os dados mostram é que se morre mais por Covid-19 do que por vacina. Então, se a escolha por tomar a vacina deve ser baseada em evidências científicas, não tomá-la parece ser um caminho mais perigoso do que o risco de estar exposto ao vírus sem proteção.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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