Brasil tende a superar os Estados Unidos em número de casos e mortes, segundo projeções da OMS.
Depois de um certo alívio que durou 6 semanas durante as quais o número de novos casos globais esteve em queda, na semana passada houve um novo aumento em 4 regiões do mundo, entre as quais o Brasil, que passa a ser a maior preocupação, segundo indicou a OMS, conforme informações de Jamil Chade, colunista do Uol.
A questão é que, segundo especialistas, o Brasil deveria mudar a forma com a qual está enfrentando a pandemia, não apenas em termos de vacinação, mas também em termos de lockdown. A imagem brasileira está ficando cada vez pior no exterior e daqui a pouco a variante brasileira poderá vir a ser mais famosa, e mais temida, que o próprio e “simples” coronavírus.
Ainda segundo Jamir Chade, um grupo independente formado pela OMS está investigando a resposta brasileira, assim como a de outros países e a da própria OMS, com relação à pandemia para averiguar falhas, omissões, acertos etc. Um relatório deverá ser publicado em maio.
No Brasil, não são poucos os cientistas que vêm chamando Bolsonaro de “genocida” e de outros “apelidos” similares. Ontem mesmo a BBC publicou um artigo com o título: Coronavírus: Brasil apostou em estratégia ‘genocida’ para combater covid-19, diz Atila Iamarino.
Mas convenhamos que provavelmente será necessário um pouco mais de tempo para avaliar os motivos pelos quais alguns países responderam melhor que outros à pandemia. Não é só questão de vacinação, restrição do vai e vem das pessoas e número de hospitais. Variáveis como cultura e educação do povo, clima e até a poluição atmosférica podem desempenhar seus papeis nesse jogo pandêmico.
Fato é que o mundo está de orelha em pé com essa “variante brasileira”. Não tem carnaval, Gisele Bündchen ou Tom Jobim que atenuem essa imagem.
É verdade que existem outras variantes: a inglesa, a sul-africana… mas nós estamos sendo vistos como um país fora de controle, criador de mutações de coronavírus cujas variantes podem ser mais que uma, pode ser mais que “a de Manaus” (a P.1) pois a variante manauara foi descoberta no Japão e já foi detectada pelo menos em 30 países. E sabe-se lá quantas outras variantes poderão existir se temos poucos dados e pouco controle sobre o vai e vem do povo, dentro de um país de dimensões colossais.
Nesta segunda-feria, 1°, São Paulo entrou no assim chamado toque de restrição (para não chamar de toque de recolher, como nos tempos de guerra).
Com 70,8% dos leitos de UTI ocupados na capital paulista, a grande São Paulo foi classificada como fase laranja e todo o estado está com a circulação de pessoas restrita ao horário das 23h às 5h até o dia 14 de março. Somente serviços essenciais podem funcionar nessa faixa e o comércio só poderá funcionar até às 20h.
Essa estratégia vem sendo adotada na Itália desde setembro 2020 aproximadamente, quando o país foi dividido em zonas amarela, laranja e vermelha com toques de recolher e restrições mais ou menos brandas, a depender da situação. Zona verde, liberdade, não existe. Cinemas, teatros e tantas outras atividades recreativas seguem fechadas. Alguns museus estão abertos mas com restrição de horários e de número de visitantes.
Hoje na Itália, a notícia reportada pelo la Repubblica é uma espécie de mais do mesmo com a adição das variantes:
O vírus continua circulando cada vez mais rápido e o número de infecções aumenta impulsionado pelas variantes, sobretudo a inglesa, que junto com as brasileiras e sul-africanas representam cerca de 60% do total. Tendência que preocupa presidentes e prefeitos regionais que colocam medidas restritivas, antecipando as decisões que serão tomadas na sexta-feira, quando muitas regiões podem mudar de cor ficando laranjas e também vermelhas.
Ou seja… há luz no fim do túnel?
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Categorias: Saúde e bem-estar
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