Exercício físico é a chave de cura para o Alzheimer, diz pesquisa


Conforme envelhecemos, o Alzheimer é a doença degenerativa que mais atinge pessoas no mundo todo. Ainda sem cura, é um problema público de saúde que causa muito medo pois, se caracteriza pela perda das nossas funções cognitivas. Porém, cientistas brasileiros parecem ter descoberto uma promissora chave de cura para este mal.

Para tratar e até mesmo curar o Alzheimer, cientistas da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) descobriram na Irisina, um hormônio produzido pelos músculos durante as atividades físicas, um potencial protetor cerebral, capaz de restaurar a nossa memória.

Este hormônio, além de estar associado à queima da gordura, é importante para as conexões neurais que formam a nossa memória.

Fazer atividade física faz bem à saúde, não há dúvidas quanto a isso, mas não somente ao corpo – para ter um físico bonito ou um fôlego bem treinado – como também ao cérebro, como se descobriu com este estudo, e ao espírito pelo bem-estar que proporciona.

Os pesquisadores, para decifrarem esta doença de nível complexo, estão estudando a interação entre o cérebro e o corpo, tentando entender a comunicação entre os neurônios, os hormônios e o metabolismo cerebral:

Se quisermos entender uma doença com a complexidade do Alzheimer, precisamos compreender a integração entre o cérebro e o corpo. O cérebro não funciona sozinho, não flutua no vácuo — diz Sérgio Ferreira, professor dos Institutos de Biofísica e de Bioquímica Médica da UFRJ, colaborador no estudo.

Exercícios x remédios

A importância do estudo consiste também na possibilidade de se fabricar remédios à base de irisina para pacientes debilitados, ou que de alguma forma não possam se exercitar.

Quando se faz faz exercícios físicos, o cérebro manda uma mensagem aos músculos para que estes liberarem este hormônio de grande importância para o nosso metabolismo, inclusive cerebral. Os cientistas descobriram que pacientes afetados pelo Alzheimer tinham menos irisina em seus cérebros, e que tal hormônio tinha estreita relação com a perda da memória.

Testes laboratoriais realizados com camundongos revelaram que tal hormônio pode ser produzido pelo próprio cérebro através da atividade física. Os camundongos após terem nadado 1 hora por dia, durante 5 semanas, tiveram aumentado o nível de irisina no corpo, bem como a capacidade cognitiva, ou seja, a capacidade de aprendizagem. Para se certificarem de que era mesmo a irisina a responsável por tais melhoras, testes com camundongos insensíveis a este hormônio foram realizados, comprovando que se tratava mesmo da substância que leva o nome da mensageira dos deuses, a mitológica Íris.

Quanto exercício é preciso fazer?

Ainda não sabemos a dose certa de exercício (para que haja esse efeito). Mas ele certamente é fundamental para o metabolismo do cérebro e das doenças provenientes do desequilíbrio deste, como o Alzheimer. Temos que caminhar, nadar, pedalar ou correr. O tipo de exercício não importa. O fundamental é se exercitar, sempre, tornar isso parte da vida, rotina. Não é fácil, mas compensa — explica Fernanda de Felice, uma das coordenadoras do estudo conduzido pela UFRJ, Queen’s University, Columbia University e University of Kentucky.

Este estudo foi publicado na prestigiada Nature Medicine.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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