Pesquisadores da Università di Trieste (Itália) e da King’s College de Londres, analisaram os pulmões de 41 pacientes mortos por Covid-19 e descobriram um outro mecanismo de ação do SARS-CoV-2.
“as células se fundem, como se magnetizadas, criando uma espécie de nova estrutura, de uma forma nunca vista antes” diz Rossana Bussani, professora de Anatomia Patológica da Universidade de Trieste e autora principal do estudo, entrevistada pelo jornal italiano Il Fatto Quotidiano.
Na entrevista ela diz que nunca tinha visto tal resposta viral em seus 30 anos de carreira.
Além disso, o vírus continua se replicando mesmo em pacientes com a doença avançada, mesmo depois de 30, 40 dias da internação.
O que se sabia até então, é que a fase inicial da infecção é a fase da alta replicação viral, com o pico virêmico. Depois dessa fase, se inicia uma outra fase da doença que afeta os pulmões e que gera uma resposta imune anormal que pode ser fatal.
Neste novo estudo, os pesquisadores evidenciaram um outro mecanismo de ação do vírus pois, sua replicação viral não é interrompida em pessoas com a doença avançada.
Os dados coletados sugerem um outro tipo de replicação em andamento, uma replicação contínua.
O estudo também evidenciou que o vírus afeta e rasga a superfície interna dos vasos sanguíneos pulmonares e, as “alterações” que ele cria no interior destes vasos, tornam-se um “facilitador” para a formação de eventos trombóticos tanto na micro quanto na macrocirculação.
Muitas perguntas sobre o coronavírus seguem sem respostas: quanto tempo dura a imunidade de quem contraiu a doença? Por que alguns pacientes morrem enquanto em outras pessoas o vírus passa assintomático?
Sobre essa última questão, acredita-se que o estado de saúde, a defesa imunitária da pessoa, seja fundamental para o desenvolvimento da doença:
“todos os casos que estudamos apresentavam, mesmo os mais jovens, alguma claudicação funcional, alguma patologia, alguma anomalia que os tornava mais propensos a serem vítimas do vírus.
Agora estes pesquisadores buscam entender o mecanismo do vírus em comprometer a capacidade funcional residual dos pulmões, nas pessoas que desenvolveram a doença.
Este estudo foi publicado na The Lancet.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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