O exemplo da Argentina que faz as pessoas se rebelarem contra lockdown


#fiqueemcasa – Quem de nós não usou essa hashtag? E o vírus de Wuhan continua circulando livre, leve e solto, enquanto a Europa enfrenta o lockdown soft que agora se chama toque de recolher.

Aliás, o vírus que não é bobo nem nada, até mudou de veste e saiu por aí renovado (dizem que sofreu alterações porque o novo coronavírus ficou velho).

E enquanto ao vírus tudo, ao povo nada!

Muitas pessoas estão usando o exemplo da Argentina para recusarem o lockdown.

Olhando para trás, parece que foi inútil confinar as pessoas dado que o vírus segue firme e forte. No Brasil, embora não tenha havido um lockdown nacional, muita gente se confinou por conta própria (a exemplo da Suécia que apostou na responsabilidade do indivíduo) e assumiu sua própria responsabilidade, ainda que em alguns estados o bloqueio tenha ocorrido.

Mas a questão é que muita gente continua vivendo em ritmo de confinamento, senão total, parcial. Como negar o vírus é impossível para quem tem um mínimo de pé na realidade, o lance é evitar festas, encontros, cinemas, o famoso beijo, abraço, aperto de mão, passeio.

Mas há quem comece a duvidar dessa precaução toda considerando o exemplo argentino.

O país vizinho ficou 31 semanas em lockdown nacional, ou seja 215 dias, sendo o país com recorde de confinamento. E, por incrível que pareça, dizem que, em termos comparativos, a Argentina é o país onde o coronavírus mais atingiu o povo, não só em número de contágios e mortes, mas em número de pobreza.

De fato, a Argentina chegou a ocupar o 5° lugar mundial em número de casos e o 12° em número de mortes.

E justamente por causa da pobreza, acredita-se que o vírus tenha feito tanto dano por lá (pois o confinamento em lugares já confinados, em moradias pequenas que abrigam grandes famílias, faz do vírus o rei da situação).

E agora o que se vê, ou melhor, o que se lê em todos os jornais do mundo, pois as viagens estão desaconselhadas, é que a Argentina está emersa na pobreza e na depressão. São vários os relatos de profissionais de saúde sobre os efeitos colaterais da quarentena: tristeza, ansiedade, depressão.

Como dizia o grande visionário da pandemia, o prefeito de Limeira: todos vão se contagiar:

“Uns apresentarão sintomas, outros terão agravamento, outros terão que ser internados numa UTI e outros perderão a vida (…) Então tenham calma, tranquilidade, que todos seremos contaminados e você que está preocupado, também vai ser contaminado”.

Mas e aí, já que todos vão se contaminar, qual é a questão que o povo brasileiro pode aprender seja com a Argentina seja com a Europa?

Negacionismo não dá, complotismo tampouco. É dado de fato que o vírus existe e pode ser mortal. Mas igualmente é verdade que o ser humano precisa de outros seres humanos, sem que uma tela se meta no meio da relação.

Talvez, como diriam os orientais zen budistas, o equilíbrio é o caminho do meio. Dá para socializar com respeito e certo distanciamento?

O vírus existe e precisamos sobreviver a ele. Confinamento que gere depressão, ansiedade, desemprego… melhor não! Mas tampouco podemos fazer de conta que tudo já passou, porque não passou.

Cuide de si e de quem você gosta. Use máscara, lave as mão, evite aglomerações… mas deixar de socializar por medo de contágio… pense bem se isso é uma boa opção.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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