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A médica e virologista chinesa Li-Meng Yan, contou em uma entrevista ao programa Loose Women, do Reino Unido, que há evidências de que o SARS-CoV-2 foi “criado” em um laboratório em Wuhan, de propósito.
Segundo a médica, ela e outros dois pesquisadores publicaram o estudo no site Zenote, mostrando evidências de
“que o vírus tem características biológicas que são inconsistentes a uma ocorrência natural, não sendo um vírus zoonótico”.
Yan, que hoje mora nos EUA, é uma ferrenha opositora ao governo chinês e é conhecida por fazer declarações contra a China e a OMS (Organização Mundial de Saúde), em discurso muito alinhado com o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmando que as autoridades chinesas estão escondendo informações sobre a doença que levou o mundo à pandemia.
Embora o assunto tenha movimentado os noticiários, chamando atenção de especialistas, o laboratório onde ocorreu a pesquisa, o Hong Kong School of Public Health, afirmou que não há registro desse estudo e que o artigo não tem base científica.
Uma especialista em patogênese microbiana, Andrew Preston, da Universidade de Bath, no Reino Unido, disse ao site Newsweek que não deve ser atribuída qualquer credibilidade ao estudo, que sequer foi revisado, faltando inclusive referências científicas e bibliográficas que comprovem a conclusão nele apontada.
“O documento não é baseado em uma interpretação objetiva do genoma SARS-CoV-2. As interpretações feitas não são respaldadas por dados, não são substanciais e são amplamente declaradas, mas não explicadas. O artigo não parece começar com uma hipótese aberta sobre a origem do SARS-CoV-2”, explica.
Outro fato que levanta suspeitas sobre a validação do estudo e levantam suspeitas sobre as verdadeiras intenções da médica, é o fato de Yan e seus outros colaboradores serem afiliados ao Rule of Law Society, sociedade fundada por Stephen K. Bannon, ex-conselheiro de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, acusado de fraude pelo FBI e até hoje, apontado, nos bastidores, como verdadeiro articulador da campanha presidencial.
Dois dias após a polêmica declaração de Yan dessa vez à FoxNews, o Twitter tirou do ar e suspendeu a conta da médica, sob a alegação de violação das políticas de proteção das informações sobre o coronavírus.
Coincidentemente, toda essa polêmica ganhou força uma semana antes do discurso de Donald Trump na ONU essa semana, onde o presidente americano disse que a China precisa ser responsabilizada pela forma como o país asiático gerenciou a pandemia de coronavírus.
Para reforçar a polêmica, na semana passada, um estudo norte-americano afirmou
“que não se deve descartar a hipótese de uma próxima pandemia ser ocasionada por um vírus criado em laboratório, mas deixando algo claro: não foi o que aconteceu com o coronavírus — ou pelo menos, não há evidências concretas sobre tal feito”.
Parece que, à mercê de evidências científicas contundentes, a declaração da médica chinesa vai ficar restrita ao campo da polêmica, embora possa ter contribuído para o discurso de Trump.
Fato é que a esse vírus misterioso cabe a frase atribuída a Sócrates: “só sei que nada sei”. Da sua descoberta até hoje, o que ainda resta em excesso é confusão, disse-me-disse e muitos mal entendidos.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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