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Você também tem a impressão de que os casos de autismo estão em expansão no Brasil e no mundo? Como lidar com esse problema que requer cuidados tão especiais, inclusive em termos de alimentação? Como alimentar bem uma pessoa que tem seletividade alimentar e come pouquíssimas coisas? Vamos entender melhor este fenômeno e como tratar o autismo da maneira mais tranquila e eficaz possível.
Segundo o pesquisador Alysson Muotri do Departamento de Pediatria e Medicina Molecular, da Universidade da Califórnia em San Diego, uma das autoridades no assunto, um aumento no número de casos de autismo não indica, necessariamente, que mais pessoas estejam desenvolvendo a doença.
Atualmente, o diagnóstico da síndrome é mais eficaz e abrange casos leves, o que não acontecia antes. Além disso, há o aumento populacional, que deve ser considerado, e uma maior conscientização sobre a distúrbio.
No entanto, é importante ficar atento aos sinais que podem indicar um quadro de autismo. Uma vez diagnosticado, uma medida essencial é cuidar da alimentação do autista. Isso pode ser essencial para um tratamento eficaz.
Confira abaixo como os alimentos podem ajudar no controle da síndrome. Antes vamos entender melhor essa síndrome.
O autismo é uma síndrome caracterizada por distúrbios sociais, motores e de comunicação. Geralmente é diagnosticado nos primeiros anos de vida, e tem um quadro clínico variado, o que levou os estudiosos a classificarem como Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A prevalência mundial do autismo é de 15 a 20 casos para cada 10 mil pessoas. As causas da síndrome ainda são desconhecidas, mas existe um fator genético e ambiental importante. Problemas de gestação, por exemplo, como complicações durante o parto e ocorrência de rubéola na gravidez, podem estar entre as causas da TEA.
O autismo não tem cura, mas quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de que o autista consiga ter maior qualidade de vida e um tratamento mais assertivo.
O autismo tem uma gama grande de sinais, e o diagnóstico ainda é puramente clínico. No entanto, alguns dos sintomas mais característicos são:
Quanto aos sinais físicos, também é possível destacar alguns:
É importante que a alimentação do autista receba atenção especial, pois ela pode influenciar diretamente no tratamento.
É comum que exista uma dificuldade no organismo do autista em processar determinados alimentos. Além disso, a maioria dos autistas possui alta incidência de bactérias ruins no intestino, o que provoca um desequilíbrio no corpo. Por isso, as alergias, má absorção de nutrientes e inflamações podem ser bem mais comuns em tais pacientes.
Os estudos que mostram o papel da alimentação no tratamento do autismo ainda são novos, mas já se sabe que a retirada de determinados alimentos, como trigo, soja e leite, pode ajudar na terapêutica. Isso acontece por que a má absorção de tais itens provoca uma fragmentação de proteínas no intestino, que caem na corrente sanguínea e vão parar no sistema nervoso central. Tais substâncias têm ação parecida com o do ópio no organismo do autista, levando a uma maior falta de concentração e isolamento.
Outro item que pode atrapalhar o tratamento é o corante utilizado em diversos alimentos industrializados. Já se sabe que eles estão associados à hiperatividade e devem ser evitados, principalmente nos quadros de autismo.
Entre os alimentos que ajudam é possível destacar os probióticos, que reequilibram o trânsito intestinal e o Ômega 3, presente nos peixes e nozes, que melhora a concentração e aprendizado.
Autistas enfrentam ainda um outro problema no quesito alimentação: a seletividade alimentar porque eles geralmente têm comportamentos seletivos e cheios de rituais, o que atrapalha na alimentação.
Geralmente essa relutância está associada a uma intensa sensibilidade sensorial, principalmente por causa da textura. Mas há também bastante dificuldade de parte deles de experimentarem coisas novas. Um outro fator importante é que, em alguns casos, há um atraso nas habilidades motoras, que pode provocar maior dificuldade na mastigação, além das dificuldades gastrointestinais que grande parte deles enfrenta.
A seletividade alimentar no caso dos autistas pode ser bem acentuada, a depender do caso. Uma pesquisa feita pela University of Massachusetts Medical School mostrou um índice de 41.7% de recusa alimentar no caso dos autistas, enquanto crianças com desenvolvimento típico apresentaram taxa de 18.9% nesse quesito.
O incentivo à uma alimentação saudável deve ser uma regra, independentemente do quadro clínico, mas os autistas podem ser beneficiar muito de uma mudança na alimentação. Por isso existem algumas medidas que podem ajudar:
Existem muitas novas pesquisas a respeito do assunto, mas é importante lembrar que cada criança é única e existem muitos mitos relacionados ao tema.
Evite cortar alimentos da dieta, antes de consultar um especialista, pois não necessariamente o autista é celíaco ou tem alergia ao leite. Embora o consumo de tais alimentos possa agravar o quadro, isso não é uma regra. Cortar tais itens não significa também que o quadro vai melhorar.
O mais importante é contar com um tratamento multidisciplinar, dar especial atenção à alimentação, preferindo itens saudáveis e investindo em variedade. E, principalmente, respeitar a criança, e investir em melhorar a qualidade de vida dela.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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