No apagar das luzes do governo de Theresa May, o Reino Unido publicou um documento, que andava na gaveta há tempos, com diretrizes para a saúde pública. A ênfase recai nas doenças passíveis de prevenção e há a expectativa de que haja uma melhora na qualidade de vida dos britânicos.
Entre os principais tópicos constam medidas relacionadas ao consumo de cigarro. A expectativa é de que até 2030 a população esteja livre do tabagismo.
De acordo com informações divulgadas pela BBC, atualmente, a população britânica gasta mais de um quinto de suas vidas administrando problemas de saúde: são 19 anos, no caso das mulheres, e 16 anos dos homens, considerando os dados populacionais locais. Esse número é ainda maior nas áreas mais empobrecidas.
No geral, o governo agora propõe atacar o problema promovendo os benefícios da prática de atividade física regular, dos cuidados com a alimentação e com recomendações para um sono de qualidade. De forma específica, há a recomendação de medidas como:
Essas medidas representam desdobramentos de passos já iniciados, tais como a exigência por rótulos mais claros em cafés, restaurantes e serviços de delivery; a proibição de publicidade de junk food antes das 21h; e a proibição da da venda de bebidas energéticas para crianças.
Apesar de se tratarem de medidas benéficas para a saúde pública, a publicação do documento gerou desconfiança e contrariedade. Helen Donovan, do Royal College of Nursing, declarou à BBC que, embora há tempos existisse uma expectativa positiva em relação a essas medidas, elas chegam em um momento em que as verbas para os programas de qualidade de vida estão sendo cortadas, o que compromete o sucesso do plano.
Ian Hudspeth, conselheiro da Associação do Governo Local, afirmou que o documento continha algumas “idéias ambiciosas e interessantes”, mas também manifestou receio em relação ao financiamento inadequado.
Outras críticas se referem ao fato de que o documento não prevê uma atuação mais agressiva contra os fabricantes de bebidas lácteas açucaradas, nem impostos mais pesados para a indústria do tabaco.
A publicação do documento neste momento, no fim do mandato do atual governo, também levantou suspeitas, sobretudo porque foi disponibilizado on-line de forma discreta, à noite e sem qualquer notificação à imprensa. Há a interpretação de que o gesto demonstra discordâncias internas, considerando que a primeira ministra Theresa May estava determinada a lançar as medidas ainda nos últimos dias de sua liderança, enquanto o Secretário de Saúde Matt Hancock queria adiar até que o novo governo fosse formado.
O candidato Boris Johnson, favorito até agora para assumir a cadeira de May, já manifestou publicamente que se opõe a mais impostos sobre o açúcar e intervenções semelhantes.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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