O canabidiol (CBD) é uma das substâncias químicas encontradas em plantas do gênero Cannabis, o qual vem sendo muito estudado para tratar diversos tipos de doenças mentais e neurológicas. De acordo com um estudo recente, na “quota” de canabidiol estaria presente um mecanismo protetivo que poderia ajudar inclusive no tratamento de doenças mentais graves, como a psicose e a dependência química.
O estudo em questão foi realizado pela University College London (UCL), no Reino Unido. A equipe de pesquisa da UCL fez exames de ressonância magnética com alguns usuários para estudar a ativação de diferentes partes do cérebro após o uso de duas variedades de “skunk”, uma com baixo CBD e outra com um alto nível dessa substância.
Para explicar melhor, o canabidiol (CBD) é uma substância química presente na Cannabis sativa, mas ela é apenas uma das 113 substâncias químicas presentes nessa planta. O principal psicoativo da Cannabis é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) e, diferente dele, o CBD não produz tanta euforia ou intoxicação. Já o skunk, é uma das variedades de Cannabis com odor e concentração de substâncias mais fortes e cultivadas em ambiente controlado, com iluminação intensa e nutrientes adequados.
No estudo em questão, descobriu-se que o “skunk” com baixo nível de CBD interrompeu os sinais de neurônios em uma região do cérebro chamada de cingulado posterior, levando os usuários a se sentirem mais “alterados”. Essa região do cérebro sustenta informações emocionais e sensoriais, conhecidas como redes de saliência. A interrupção dessas redes está associada à dependência e à psicose, mas o aumento de CBD no skunk utilizado na pesquisa, ajudou a aliviar esses sintomas, sendo portanto, apontado como um protetor medicinal.
Para o professor Val Curran, ao Independent:
“Se o CBD pode restaurar a interrupção da rede de saliência, isso poderia ser um mecanismo neuroprotetor para explicar seu potencial para tratar distúrbios de saliência, como psicose e dependência“.
O fato é que essa planta tem demonstrado ser muito poderosa no tratamento de doenças mentais, mas o uso inconsequente, principalmente recreativo, pode trazer sérias consequências simplesmente pelo fato da dosagem das substâncias e a frequência de uso serem inadequadas.
Como disse o principal autor do estudo, Matt Wall:
“Nas últimas duas décadas, as taxas de dependência e psicose ligadas à Cannabis têm aumentado e, ao mesmo tempo, cepas mais fortes de Cannabis com mais THC e menos CBD tornaram-se cada vez mais comuns”.
Isso quer dizer que os usuários aumentam a dose de THC com o intuito de obterem cada vez mais os efeitos entorpecentes da planta, o que gera mais dependência e problemas mentais. O estudo conclui que, aumentando os níveis de CBD, os efeitos negativos causados pelo excesso de THC, podem ser neutralizados.
Essa notícia seria boa se fosse usufruída apenas por pesquisadores e cientistas para uso medicinal, mas sabemos que infelizmente não é bem isso o que acontece.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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