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Uma capital brasileira participará de um projeto do qual será a primeira em que o Aedes aegypti será bloqueado pelo vírus da dengue circulando no ar.
A partir de 15 de abril, Campo Grande lançará o projeto de pesquisadores da Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz), segundo anúncio feito pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Conforme informado pelo Correio do Estado, outras cidades também receberão o projeto, como Belo Horizonte e uma terceira, que ainda está em fase de seleção. Em 2016, os resultados dos primeiros testes foram feitos em cidades do estado do Rio de Janeiro e demonstraram que o controle deve se basear na reprodução natural do inseto.
O projeto consiste em usar um mosquito infectado pela bactéria Volbaquia, que é responsável por bloquear a transmissão do vírus da dengue pelo Aedes aegypti. Mandetta explicou que:
“Isto consiste em pegar os mosquitos, que são os mosquitos da dengue, vamos dizer, do bem e soltá-los no meio ambiente. Eles vão cruzar com os mosquitos que transmitem [a dengue] e não nascerão mais mosquitinhos”.
A fêmea infectada repassa a bactéria para os filhotes, os quais nascem já incapazes de serem transmissores de doenças.
A bactéria Volbaquia é inofensiva para a saúde humana e, embora esteja presente em 70% dos insetos, não ocorre naturalmente no mosquito da dengue. A Volbaquia vive dentro das células do hospedeiro, logo, quando o inseto morre, ela também morre.
Além desse método, a vacina contra a dengue está em fase final de teste no Instituto Butantã. De acordo com o ministro, a vacina é capaz de englobar os quatro tipos de vírus.
Essas ações de combate à dengue são parte de programas do SUS (Sistema Único de Saúde), que, conforme ressaltou Mandetta é um “sistema que muitas vezes as pessoas acham que não é utilizado para pesquisa”.
Com os surtos de dengue que ocorrem anualmente pelo Brasil, várias estratégias são idealizadas e colocadas em prática para combate o mosquito Aedes aegypti.
Uma delas partiu da Prefeitura de Piracicaba, que criou um projeto-piloto para combater a dengue que consiste em lançar no meio ambiente uma “versão” do mosquito geneticamente modificado, que não pica e nem transmite a dengue, o “Aedes do Bem“, como também foram apelidados.
Entretanto, o Ministério Público do estado de São Paulo solicitou a suspensão do programa e instaurou um inquérito para apurar maiores detalhes sobre o projeto-piloto da prefeitura, já que a manipulação genética de mosquitos pode gerar riscos ambientais e de saúde pública.
É fundamental que pesquisas e ações públicas eficazes e que não ofereçam riscos sejam realizadas. Mas cada um também deve fazer, também, a sua parte.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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