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No Brasil, o branco simboliza começar o ano com o pé direito, garantindo uma renovação harmoniosa e pacífica. Para dar continuidade à valorização dessa sensação de bem-estar, o janeiro foi escolhido como o mês da saúde mental, tendo como cor simbólica o branco.
Saúde mental para muitos é ainda um tabu. Muito preconceito, por isso, ronda o tema, o que faz com que tantos os números sobre pessoas que sofrem com as diversas doenças mentais sejam subnotificados, quanto o tratamento adequado para elas seja insuficiente.
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em países de baixa renda, os gastos públicos com saúde mental não chegam a 1 dólar per capita, além de o número de profissionais na área ser baixo: dois para cada 100 mil habitantes. Isso demonstra que uma parte considerável de pessoas que precisa de cuidados mentais não os receberá.
A campanha Janeiro Branco visa a sensibilizar a sociedade sobre o problema da saúde mental, sobretudo, por ser, ainda, um tema pouco discutido. Por isso, é fundamental conhecer o conceito de saúde mental de forma ampla.
Ter saúde mental significa estar em um estado de equilíbrio que proporciona bem-estar ao indivíduo e a toda a sociedade.
A campanha Janeiro Branco 2023 tem como tema: A Vida pede Equilíbrio
Muitas pessoas cuidam do físico e da alimentação e negligenciam o lado emocional de suas vidas ou, simplesmente, desconhecem terem algum tipo de transtorno mental como depressão, ansiedade, fobias, pânico, medos e etc.
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O mês de janeiro e a cor branca foram escolhidos para a campanha por representarem um recomeço. Os criadores da campanha aproveitaram esse simbolismo para relacioná-lo à saúde mental e, também, como forma de chamar a atenção para a melancolia de fim de ano, que fragiliza tanta gente.
O janeiro seria uma oportunidade para começar de novo e buscar ajuda profissional para cuidar de si. Já o branco é considerado como uma tela em branco, nova, na qual se pode desenhar uma nova história, informa o site Psicologia para Curiosos.
Garantir que pessoas com transtornos mentais tenham acesso à prevenção e tratamento já é um desafio, ainda mais que esses cuidados respeitem as convenções de direitos humanos.
O premiado livro “Holocausto Brasileiro”, da jornalista Daniela Arbex, investiga como durante décadas milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de doença mental, num hospício no interior de Minas Gerais. Nesse local, pessoas foram torturadas, violentadas e mortas sem que ninguém se importasse com os seus destinos.
Eram epilépticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres confinadas pelos maridos, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento, enfim, quaisquer pessoas que fossem consideradas “diferentes” eram confinadas no local.
O mais chocante da reportagem da jornalista é que esse holocausto brasileiro foi provocado pelo próprio Estado e seus agentes – médicos, funcionários – e pela própria população. Essa violação de direitos humanos ocorreu aqui no Brasil há bem pouco tempo, nos anos 1960 e 1970.
Entretanto, essas práticas ainda são comuns: menos da metade dos 139 países onde há políticas e planos de saúde mental está alinhada com as convenções de direitos humanos que defendem a transição do tratamento em instituições psiquiátricas para serviços comunitários, como vem ocorrendo com êxito, por exemplo, no Zimbábue com o Banco da Amizade. Nesse projeto, voluntárias intervêm sobre a vida diária de pessoas com transtornos mentais usando como instrumentos a escuta e a palavra.
Afinal, alguns transtornos mentais, sobretudo os leves, poderiam ser tratados de forma muito mais eficaz se o sofrimento fosse visto com empatia e o tratamento como um cuidado ao outro.
Por isso, a campanha Janeiro Branco é tão importante para que temas como psicologia, psiquiatria, saúde mental sejam tratados com seriedade, sem estereótipos e preconceitos, para que quem sofre receba tratamento e respeito.
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Categorias: Saúde e bem-estar
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