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Quem frequenta praia certamente já viu na areia um bicho transparente de aspecto gelatinoso. Esse animal chamado medusa, ou água-viva, às vezes é difícil de ser visto e pode provocar “queimaduras”, quando em contato com a nossa pele.
As águas-vivas são cnidários que se reproduzem no verão, época em que, também, aumenta o número de queimaduras nos banhistas. É preciso entender o que é esse ferimento, comumente chamado de “queimadura”. Na verdade, quando a pele entra em contato com os tentáculos da água-viva, o veneno neles contido pode causar dor, ardência e vermelhidão similares à uma queimadura.
Segundo explicou ao Biologia Total um dos maiores especialistas do assunto no Brasil, o dermatologista e professor Vidal Haddad Júnior, a lesão é provocada por pequenas células, localizadas nos tentáculos dos cnidários, que têm uma espécie de bolsa onde fica armazenado o veneno que ajuda a água-viva a se defender.
Quando os tentáculos entram em contato com alguma superfície, eles liberam uma espécie de arpão, que atinge a vítima e libera uma substância urticante que causa irritação e até paralisia em animais de pequeno porte.
Este é um método de defesa do animal que não o faz por maldade, e sim por sobrevivência, portanto nunca maltrate ou mate uma água-viva, nem qualquer outro animal.
Além de se defenderem de seus predadores, o veneno das medusas também serve para que elas imobilizem uma presa da qual elas se alimentarão. Apesar de não possuirem propriamente um sistema digestivo, estes animais se alimentam enquanto se deixam levar pelas correntes marítimas. Águas-vivas comem peixes de pequeno porte, frutos do mar e outros pequenos seres aquáticos.
Saiba como agir em caso de contato acidental com uma água-viva, aprendendo o que fazer e o que não fazer quando você, ou alguém próximo, for queimado por este animal marinho.
Se vir uma água-viva, tente manter a calma e a não se desesperar por risco inclusive de afogamento. Peça ajuda se preciso e apenas tente nadar em direção contrária à medusa ou ir à beira do mar para sair da água.
Lave o loca em contato com a água-viva com a própria água do mar. E é precisamente isso que você terá à mão, água do mar! E evite água doce pois esta pode estimular os tentáculos a liberarem ainda mais veneno
Retire os tentáculos do animal com calma utilizando uma pinça ou até mesmo um palito de picolé ou um cartão de crédito, similar, ou uma faca da parte não cortante.
Aplique uma pomada specífica para queimadura de medusa, se tiver, geralmente este tipo de medicamento é feito com cloreto de alumínio.
Algumas pessoas podem ser especialmente sensíveis às toxinas da medusa. Se notar complicações do tipo: reação cutanea difusa, dificuldade para respirar, sudoração excessiva, dores de cabeça, náusea, vômito, vertigens, confusão mental, chame imediatamente a ambulância.
Não esfregue areia nem qualquer outro tipo de material na área atingida.
Não coce a região pois isso pode fazer com que se libere ainda mais veneno.
Não use urina nem amoníaca estes métodos além de inúteis, podem causar inflamação na área já atingida.
Se a queimadura for local e não difusa e se não ocorrerem os sintomas de uma intoxicação, os cremes feitos à base de cortisona ou os cremes anti-histamínicos são inúteis, porque, a priori o efeito do creme demora o tempo de o efeito tóxico (ou a reação alérgica) passar. Tais princípios ativos podem ser úteis por ingestão oral mas somente nos casos de reação generalizada (não apenas local);
Evite tomar sol por alguns dias depois ter sido picado pela água-viva para evitar a formação de marcas pois a pele, queimada, estará mais sensível. Use protetor solar 50!
Leia também: QUEIMADURAS DE ÁGUA-VIVA: 10 DICAS, TRATAMENTOS E REMÉDIOS NATURAIS
Alguns especialistas orientam que pode ser usada uma compressa de água gelada sobre o local afetado após alguns dias do ocorrido, mas, caso surjam feridas ou bolhas, a área deve ser lavada de 2 a 3 vezes por dia com água e sabão neutro e, depois, ser coberta com uma ligadura ou compressa esterilizada.
A maior parte dos acidentes provocados por águas-vivas não costumam ser graves. O professor Vidal explica que, caso se formem bolhas na região afetada, é aconselhável procurar um médico, que, provavelmente, irá receitar alguma pomada tópica com anti-inflamatório.
Como o melhor remédio é sempre a prevenção, quando for à praia, busque se informar se é comum o aparecimento de águas-vivas naquela época do ano e evite nadar em lugares onde elas estejam ou apenas esteja atento à elas, evitando contato. Não são seres do mal, apenas se defendem e se alimentam. Todo animal é importante para a Biodiversidade do Planeta. Pense nisso!
Fontes:
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Categorias: Saúde e bem-estar
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