Como e por que a barriga pode causar danos ao coração


A gordura que se acumula na barriga aumenta os riscos de doenças cardíacas, muito mais do que em outros pontos do corpo, ainda que você não esteja acima do peso. É o que uma pesquisa confirma.

 

Gordura abdominal? Quer você goste ou não, ela deveria ser eliminada não por questão estética, e sim de saúde, pois ter uma barriga rechonchuda duplica o risco de ataques cardíacos.

Os falsos magros, ou seja, aqueles que têm peso normal, na verdade, correm mais riscos de doenças cardíacas se tiverem excesso de gordura na cintura, em comparação com os obesos que têm gordura, porém, com uma distribuição mais uniforme (não acumulada na barriga).

Isto é o que afirma um estudo realizado pela Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota, que reitera que a gordura da barriga é ruim para a saúde cardiovascular, mesmo se você não estiver acima do peso.

Uma análise anterior, feita pela mesma clínica norte-americana em 2015, mostrou em uma amostra de quase 15 mil pessoas, como ter gordura abdominal pode ser mais perigoso do que ser obeso.

Agora, uma nova pesquisa confirma esta tese depois de monitorar 1.692 moradores de Olmsted, Minnesota, com 45 anos ou mais, uma amostra representativa por idade e sexo da população deste condado. Os participantes foram submetidos à avaliação clínica e mensuração do peso, altura, medida do quadril e circunferência da cintura. Os pesquisadores definiram obesidade central, a proporção que divide a circunferência da cintura pela circunferência do quadril, como 0,90 ou acima para homens e 0,85 ou acima para mulheres.

O estudo inicial foi conduzido de 1997 a 2000 e as avaliações de acompanhamento foram realizadas até 2016. Os pesquisadores descobriram que as pessoas com IMC normal e obesidade central tinham duas vezes mais chances de sofrer problemas cardíacos do que os participantes sem obesidade central, independentemente do seu índice de massa corporal.

“Pessoas com um peso normal, mas com gordura abdominal, têm mais chances de problemas cardíacos do que pessoas sem barriga, mesmo que sejam obesas, de acordo com o IMC. Esta forma corporal indica um estilo de vida sedentário, baixa massa muscular e consumo excessivo de carboidratos refinados”, explica o Dr. Medina-Inojosa.

E o oposto também seria verdadeiro: pessoas com um IMC mais alto, mas sem gordura na barriga, provavelmente têm mais tecido muscular, o que é um sinal de melhor saúde.

“A barriga é geralmente o primeiro lugar onde a gordura se deposita, por isso as pessoas classificadas com excesso de peso no IMC, mas sem gordura abdominal, provavelmente têm mais músculos que são bons para a saúde – continuou Medina-Inojosa. O músculo é como um depósito metabólico e ajuda a reduzir os níveis de lipídios e açúcares no sangue”.

O que o estudo gostaria de demonstrar, em suma, é que, por útil que seja o IMC, ele também pode enganar os pacientes dando-lhes um sentido falso de segurança.

“Nosso estudo fornece evidências de que os médicos também devem medir a obesidade central para obter uma melhor imagem se o paciente está em risco”, conclui Medina-Inojosa.

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Redação greenMe

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