Ansiedade: todas as causas, todos os sintomas e tratamentos


Ansiedade é um sentimento que afeta o comportamento das pessoas de várias maneiras e existem diversos estudos, pesquisas e explicações sobre ela. Por isso, vamos detalhar mais suas características e aprender quais são os seus tipos, causas, sintomas e tratamentos.

Atualmente vivemos cansados, estressados, atarefados e, neste mundo cada vez mais tecnológico e dinâmico, é praticamente impossível não demonstrar, nem que seja um pouquinho, de ansiedade em nosso modo de viver. Porém, é importante saber que, apesar de ser um grande problema em graus mais elevados, ser ansioso faz parte da psicologia do ser humano.

Por isso precisamos entender quais as diferenças, por que a ansiedade ocorre, como controlar a ansiedade, se ela tem cura, quais os tratamentos e porquê ela anda “de mãos dadas” com a depressão. Esta é outra patologia grave, mas que apesar de ser bem parecida com ansiedade, são situações diferentes, sendo que uma pode se transformar na outra e vice-versa.

Confuso?! Tenha calma! O melhor remédio para controlar a ansiedade é PARAR! Respirar, prestar atenção no que está fazendo, entender o que o deixa ansioso e agir com paciência e sabedoria. Parece difícil, mas com o tempo isso é possível.

Sabemos que este é um assunto que perturba muitas pessoas, por isso mesmo é importante explicar tudo direitinho para entender cada vez mais e aprender a lidar com ele. Vamos lá?

Neste artigo vamos abordar:

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O que é ansiedade?

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Primeiramente, é importante ter claro em mente que ansiedade é uma característica biológica normal tanto em seres humanos quanto em animais. É normal estar ansioso ou nervoso diante de alguma situação nova, quando se tem uma prova a fazer, diante de uma apresentação, um encontro, viagem, mudança ou até mesmo diante de uma situação de perigo real ou imaginário em que será necessário tomar alguma atitude ou decisão importante.

Quando essas sensações extrapolam os limites ao ponto de gerar pensamentos irreais sobre o futuro e atrapalhar a vida no geral, travando o indivíduo e fazendo com que ele fique paralisado sem saber o que fazer primeiro ou como agir diante de uma situação simples, caracteriza-se uma ansiedade patológica, e esta necessita de cuidados maiores.

Segundo a psicóloga Ane Caroline Janiro, podemos distinguir se a ansiedade é normal ou patológica com uma avaliação inicial simples, que consiste em perceber se o efeito que a ansiedade está trazendo para si é benéfico ou prejudicial.

Uma ansiedade benéfica, por exemplo, é aquela que nos mantém alerta diante de uma situação de perigo, ou que antecede uma entrevista de emprego ou uma decisão importante a ser tomada. Já a ansiedade patológica é caracterizada por um excesso de preocupações com o futuro, prejudicando o indivíduo no momento presente.

De acordo com Ane Caroline, essa condição é causada por pensamentos disfuncionais (fora da realidade), que levam ao sentimento de medo com relação ao futuro, prejudicando as atividades corriqueiras, pois o indivíduo não consegue concluir ou executar suas tarefas.

Com isso, é bastante comum a pessoa sofrer com sintomas físicos como palpitações, respiração ofegante, “suor frio”, bem como sintomas emocionais como medo, irritação e tristeza. Como consequência, as reações comportamentais são caracterizadas por “paralisação”, agitação em excesso, comer sem ter fome, bater o pé involuntariamente, roer unhas, isolamento, etc.

Para ajudar a manter a calma e voltar a ter o controle da situação, Dra. Ane indica um exercício muito simples: parar, respirar e refletir sobre o que está causando a ansiedade e se o motivo dela é real. Se não conseguir fazer isso sozinho, é muito importante procurar ajuda profissional ou até mesmo de alguém de confiança.

As causas da ansiedade patológica são bem variadas: traumas, genética, relacionamentos, uso de drogas, etc. Tudo isso e mais um monte de outros fatores podem contribuir para que a ansiedade se manifeste, porém não se pode viver sem ela, pois sob controle, ela é essencial para nossa vida. Quando a ansiedade foge do controle, é necessário acompanhamento médico e tratamentos como psicoterapia e remédios, se for o caso.

Se a ansiedade patológica não for diagnosticada a tempo, pode desenvolver o famoso Transtorno de Ansiedade e suas ramificações, como por exemplo: transtorno do pânico, fobias, transtorno de ansiedade generalizada, entre outros.

Veremos mais sobre isso no próximo tópico.

Ansiedade patológica é Transtorno de Ansiedade

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A definição do Transtorno de Ansiedade é a própria ansiedade em si só que em grau elevado, ou seja, que extrapolou o limite da realidade, e está relacionada com uma preocupação excessiva com os eventos futuros e a prevalência do medo dos acontecimentos presentes.

Alguns sintomas físicos como aceleração cardíaca e tremores, denotam essa patologia que podem se manifestar em diferentes tipos como transtorno de ansiedade generalizada, fobias específicas, transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade de separação, agorafobia e transtorno do pânico. Pode acontecer de mais de um tipo se manifestar ao mesmo tempo.

Os transtornos de ansiedade surgem devido a fatores genéticos ou ambientais, históricos de abuso infantil, familiar ou algum trauma relacionado, transtornos mentais e até mesmo a situação de pobreza. Por isso faz parte também do tratamento a mudança no estilo de vida, acompanhamento médico e psicológico, terapias e manutenção de medicamentos prescritos de acordo com a necessidade.

Pesquisas afirmam que a incidência de ansiedade é maior em mulheres do que em homens, e começa a se manifestar a partir dos 25 anos. Porém, a faixa de idade varia de 15 a 35 anos e são menos comuns a partir dos 55 anos de idade. Quanto às regiões, estima-se que a frequência é maior nos Estados Unidos e na Europa.

Tipos de ansiedade

Chegou a vez de detalhar mais sobre os tipos de ansiedade que abordamos anteriormente. Dentre os tipos mais comuns temos:

  • Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) – Trata-se da “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva. Ocorre quando a ansiedade permanece por longos períodos interferindo nas atividades do dia a dia;
  • Síndrome do pânico – Crises inesperadas de desespero e medo constante de que algo ruim aconteça, mesmo sem motivo aparente. Com essas crises ocorre o medo de que elas voltem, ou que novos ataques aconteçam, medo de perder o controle e até de enlouquecer;
  • Fobia social – Desconforto e pavor com ambientes novos, desconhecidos e cheios de pessoas estranhas, encontros sociais, falar em público e semelhantes. Isso faz com que a pessoa evite de ir a encontros, até mesmo familiares, por medo do contato com pessoas, principalmente estranhos;
  • Fobias específicas – Medo persistente e irracional de objetos, animais, ou situações específicas como por exemplo:

    • Claustrofobia – medo de lugares fechados○
    • Aracnofobia – medo de aranhas;
    • Agorafobia – medo de ficar sozinho em lugares amplos e públicos;
    • Acrofobia – medo de altura;
    • Aicmofobia – medo de agulha;
    • Catsaridafobia – medo de barata;
    • Coulrofobia – medo de palhaço.
  • Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) – Distúrbio psiquiátrico de ansiedade caracterizado por crises recorrentes de pensamentos obsessivos, intrusivos com comportamentos compulsivos e repetitivos (como um disco riscado). Imagens e pensamentos invasivos e insistentes que só conseguem ser controlados e aliviados com rituais repetitivos realizados durante o dia todo, trazendo graves consequências para a vida da pessoa em diversos aspectos.
  • Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) – Conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais decorrentes de atos violentos ou situações traumáticas que ameaçaram a própria vida ou a vida de terceiros. Ao recordar esses fatos, a pessoa sofre as mesmas sensações do momento em que eles ocorreram, pois é como se ela revivesse toda a situação novamente. Isso desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.

Sintomas

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Além de palpitações, respiração ofegante, “suor frio” e todos os outros sintomas citados no início, ter ansiedade é muito mais do que se preocupar demais com o futuro.

Separamos algumas evidências de todos os sintomas que a ansiedade causa em nossas vidas, extraídos de um texto muito claro e sincero publicado na Revista Pazes que, colocando em tópicos podemos listar de uma maneira que você poderá comprovar e ter seu próprio diagnóstico.

É quase uma poesia… seria cômica (ou linda) se não fosse trágica!

“Ansiedade é (são):

  • Noites em claro, conforme você suspira e vira de um lado para o outro;
  • Seu cérebro nunca sendo capaz de desligar;
  • A confusão de pensamentos antes da hora de dormir e todos os seus piores medos se tornam realidade em sonhos e pesadelos;
  • Acordar cansada mesmo que o dia só tenha começado;
  • Aprender a funcionar em privação do sono porque você só conseguiu fechar os olhos às duas da manhã;
  • Toda mensagem que você pensa “como fazer isso da forma correta?”;
  • Duas ou três mensagens que você manda caso tenha feito algo errado;
  • Responder mensagens de forma embaraçosamente rápida;
  • O tempo que você gasta esperando uma resposta enquanto um cenário se monta na sua cabeça, questionando o que a outra pessoa está pensando ou se ela está brava;
  • A mensagem não respondida que te mata por dentro, mesmo que você diga a si mesma “talvez ele esteja ocupado ou irá responder depois”;
  • A voz crítica que diz “talvez ele esteja só te ignorando mesmo”;
  • Acreditar em cada cenário negativo que você cria;
  • Esperar. Parece que você está sempre esperando;
  • O conjunto de conclusões inexatas que sua mente cria, e você não tem outra escolha a não ser aceitá-las;
  • Se desculpar por coisas que nem precisam ser desculpadas;
  • Duvidar de si mesma e falta de autoconfiança;
  • Ser super atenta sobre tudo e todos. Você consegue dizer se alguém mudou de humor apenas pelo tom de voz;
  • Arruinar relacionamentos antes mesmo deles começarem. Ela te diz “você está enganada, ele não gosta de você e vai te deixar”. E você acredita;
  • Um estado constante de preocupação, pânico e viver no limite. É viver com medos irracionais;
  • Pensar demais, se importar demais, porque a raiz das pessoas ansiosas é se importar;
  • Ter mãos suadas e coração acelerado, mas por fora ninguém percebe. Você aparenta estar calma e sorridente, mas por dentro é o contrário;
  • A arte da decepção por parte de pessoas que não te conhecem. E das pessoas que te conhecem é ouvir constantemente, “não se preocupe”, “você está pensando demais”, “relaxe”;
  • Sobre seus amigos ouvirem suas conclusões e não entenderem como você chegou nelas;
  • Querer consertar algo que nem problema é;
  • O amontoado de perguntas que te fazem duvidar de si mesma;
  • Voltar atrás para checar novamente;
  • O desconforto de uma festa por pensar que todo mundo está te observando e você não é bem-vinda lá;
  • Tentar compensar e agradar demais outras pessoas;
  • Estar sempre no horário porque o pensamento de chegar atrasada te deixa em pânico;
  • Medo de fracassar e busca incansável por perfeição. E então se punir quando você falha;
  • Sempre precisar de um roteiro e de um plano;
  • A voz dentro da sua cabeça que diz “você vai falhar”;
  • Tentar suprir as expectativas dos outros mesmo que isso esteja te matando;
  • Aceitar mais do que você consegue lidar para que você se distraia e não pense demais em outros assuntos;
  • Procrastinar, porque você está paralisada pelo medo de fracassar;
  • O gatilho que te faz ter um ataque de pânico;
  • Estar quebrada na sua privacidade e chorar de preocupação quando ninguém mais está vendo;
  • Aquela voz crítica dizendo “você estragou tudo” ou “você deveria mesmo se sentir um lixo agora”.

Mas mais que qualquer coisa, ansiedade é se importar…”

A autora desse texto descreve exatamente como uma pessoa ansiosa se sente e, tirando a questão do horário, eu mesma me encaixo em todos esses sintomas! E você? Se sentiu tocado pelos sintomas da ansiedade? Tenha calma!

Assim como falamos anteriormente e como também cita Kirsten Corley nesse texto quase que poético: “…Você percebe que essa pode ser uma batalha que você enfrenta todos os dias, mas é uma que não precisa ser enfrentada sozinha.”

Diante disso, reforçamos o conselho de não deixar de lado esses sentimentos e procurar ajuda para que a ansiedade não se transforme em patologias piores. Controlar a ansiedade também é qualidade de vida!

Continuando nosso artigo, vamos detalhar mais sobre as causas da ansiedade.

Todas as Causas

A ansiedade ou Transtorno de Ansiedade pode ser causada por uma série de fatores ou até mesmo a combinação deles de forma simultânea. Em um recente artigo nosso, vimos que até a largura da circunferência abdominal, principalmente em mulheres é fator determinante para a ansiedade se manifestar.

A pesquisa apontou que mulheres com a cintura mais larga em relação à altura são mais propensas a apresentar ansiedade. Além disso, a incidência em mulheres de meia idade é maior, baseado no fato de que os níveis de estrogênio, que tem função neuroprotetora, diminuem a partir dessa idade.

Na meia idade ocorrem muitas mudanças hormonais, as quais, segundo especialistas, colaboram para o aumento de gordura na cintura e, consequentemente, em alterações comportamentais com o aumento da ansiedade. Essa referência tornou-se parâmetro de medida no Hospital Santa Maria.

Além dessa informação fresquinha que faz com que tudo tenha sentido para o drama de muitas mulheres, outras causas importantes associadas à ansiedade são:

  • Genética – histórico familiar de transtorno de ansiedade;
  • Ambiente – evento traumático ou estressante ocorrida com a pessoa ou terceiros;
  • Mentalidade ou modelo de pensamento – forma com que a pessoa estrutura seus pensamentos e lida com as situações cotidianas;
  • Doenças físicas – problemas cardiovasculares, arritmia, etc;
  • Doenças hormonais – hipertireoidismo e hiperadrenocorticismo (aumento de atividade da glândula adrenal);
  • Problemas respiratórios – doença pulmonar obstrutiva crônica;
  • Dores crônicas – qualquer tipo de dor, quando muito forte, deixa a pessoa nervosa e ansiosa;
  • Abuso de drogas – isso inclui o álcool e até medicamentos benzodiazepínicos (ansiolíticos);
  • Outros eventos – concussões, tumores cerebrais, excesso de cortisol e infecções por bactérias chamadas estreptococos.

Além de todos esses fatores citados acima, ressaltamos também que dormir pouco ou dormir mal também pode aumentar a ansiedade! É o que aponta uma pesquisa realizada na Universidade de Binghamton nos Estados Unidos, na qual eles associaram o sono com o surgimento de pensamentos negativos e ansiedade.

Essa pesquisa foi realizada com 100 alunos que responderam um questionário sobre seus hábitos diários. Em análise foi identificado que os alunos que dormiam tarde tinham mais pensamentos negativos, pessimistas e comportamentos ansiosos, enquanto que os outros que tinham seus hábitos regulares tinham pensamentos mais positivos e não sofriam com ansiedade exacerbada.

Por isso que é sempre bom reforçar: dormir bem pode ser a cura para muitos males da vida moderna!

E por falar em vida moderna, que tal falar da quantidade de vezes que checamos nossos e-mails, mensagens e notificações nos em computadores, smartphones e afins? Sim! Isso também causa ansiedade e estresse. É o que aponta um outro estudo realizado pela Universidade de British Columbia no Canadá.

Nesse estudo, participantes que checavam seus e-mails apenas três vezes ao dia se sentiam menos ansiosos e menos estressados do que o outro grupo que foi forçado a checar os e-mails o tempo todo.

A inspiração para essa pesquisa veio do próprio autor do estudo Kostadin Kushlev, que sofria com o excesso de e-mails em sua caixa de entrada e passou a checar os e-mails em blocos, apenas 3 vezes ao dia. Com essa atitude ele se sentiu menos ansioso e menos estressado. Ele sugeriu ainda que as empresas incentivassem seus funcionários a checarem seus e-mails em horários programados para que essa prática fosse diminuída em quantidade de vezes. É uma ótima sugestão, no entanto não funcionaria em empresas de suporte de software por exemplo e T.I. (tecnologia da informação) que dependem dos e-mails dos clientes para a abertura dos chamados, mas é algo a se pensar levando-se em conta a qualidade de vida dos seus colaboradores e, consequentemente a satisfação dos seus clientes.

Todos os Tratamentos

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Os tratamentos para ansiedade são variados e dependem da causa, por isso é importante procurar ajuda médica para fazer o diagnóstico. Quando a ansiedade é patológica ocasionada por problemas físicos, desequilíbrios hormonais, processos químicos cerebrais, etc, o tratamento geralmente é feito com medicamentos ansiolíticos do grupo benzodiazepina.

Os medicamentos ansiolíticos também são utilizados como sedativos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes, mas se forem utilizados em excesso podem levar a óbito. Por isso é importante seguir as orientações de um psiquiatra, tanto para prescrever a dose correta, quanto para indicar se é necessário continuar ou não com a ingestão deles.

Em casos mais simples, falando da ansiedade benéfica, por exemplo, além do exercício inicial de parar, respirar e refletir, existem relatos que mencionam até a prática de alguns rituais para tirar a preocupação diante de eventos importantes ou ações difíceis de serem realizadas.

O fato é que a ansiedade deixa o corpo em constante estado de alerta e isso ocorre como resposta do Nosso Sistema Nervoso Central, gerando os sintomas físicos e emocionais citados anteriormente. Com base nisso, uma pesquisa feita por alunos da Harvard Business School nos Estados Unidos, relatou que fazer um ritual antes de realizar alguma tarefa difícil ajuda muito a controlar a ansiedade, sendo importante para a obtenção de um bom resultado na realização dessa tarefa.

Lembra da Hortência, ex-jogadora de basquete? Quem não suspirava com ela soltando os ombros quando ela ia bater uma cesta de três pontos?! Esse ritual que ela tinha era infalível e pode ser usado como exemplo semelhante ao que dizia a pesquisa publicada em um de nossos artigos “Pesquisadores de Harvard descobriram o segredo para conter a ansiedade“.

É importante frisar apenas que ritual é diferente de hábito, pois este já faz parte da rotina, e o excesso de rituais não é normal e pode ser considerado como sintoma do transtorno obsessivo compulsivo, que falamos antes. Por isso é bom ficar de olho e não exagerar nos rituais!

Ansiedade não é Frescura!

Assim como a depressão, a ansiedade é um assunto sério e não deve ser tratado como frescura. O número de ocorrências desses dois casos vem aumentando consideravelmente, gerando preocupação por parte de médicos e profissionais da saúde. Isso porque há mais tipos de ansiedade e depressão do que se imagina!

Pesquisadores identificaram 5 tipos de manifestação dessas doenças com sintomas variados em diferentes regiões do cérebro: tensão, impulso ansioso, melancolia, ansiedade geral e anedonia (explicamos detalhadamente sobre cada um desses tipos no link acima).

Com base nessas informações, torna-se necessário tratar de forma específica cada caso, para que se obtenha um resultado eficaz. Pesquisadores e cientistas fazem testes de mapeamento cerebral com o intuito de identificar quais as áreas do cérebro estão com distúrbios e precisam ser trabalhadas.

Muitas pesquisas estão sendo feitas nesse sentido, mas atualmente ainda há uma longa estrada a se fazer em termos de neurologia. E o grande problema ainda é a questão cultural. Infelizmente, ainda existe muito preconceito com relação à ansiedade e à depressão, e muitas pessoas deixam de procurar ajuda por falta de informação, por vergonha ou por medo de serem criticadas (taxadas de frescas, exageradas, loucas, etc).

Quando não é o paciente que deixa de procurar ajuda, é a irresponsabilidade de “profissionais” desatualizados que não se importam com a situação do paciente. Muitos atendem em poucos minutos, mal olham nos olhos das pessoas que estão atendendo e já vão logo receitando ansiolíticos fortes e perigosos que, ao invés de ajudar, podem prejudicar ainda mais a situação da pessoa.

É preciso ter coragem de procurar ajuda e perguntar! Quanto mais informação, melhor. Por isso, desconfie de consultas rápidas com no máximo 5 minutos já visando o próximo paciente e, principalmente, se remédios forem receitados sem ao menos a solicitação de exames laboratoriais.

Lembre-se de que quem sofre com os sintomas é você, não o “profissional” que está à sua frente. Por isso, vá preparado para a consulta com todas as informações detalhadas num papel: sintomas, frequência em que eles ocorrem, eventos passados, situações que te deixam ansioso, enfim… Tudo o que te incomoda!

Essa dica vai ajudar caso você não consiga se expressar durante a consulta, ou esteja acompanhando alguém que esteja passando pelo problema e não consiga se expressar. Também vai ajudar a identificar se o profissional está realmente interessado em lhe ajudar: se ele nem olhar para o seu papel ou te interromper quando você estiver “recitando” o que registrou, procure outro médico para ajudá-lo.

Sobre ansiedade e química cerebral

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Por fim, separamos algumas informações sobre a relação entre ansiedade e a química que ocorre em nosso cérebro, que é mais complexo do que imaginamos e seus mistérios ainda não foram desvendados por completo. Enquanto isso não acontece, pesquisas e mais pesquisas são realizadas para entender o que causam os distúrbios cerebrais e algumas patologias como depressão e ansiedade.

Uma dessas descobertas foi a constatação de que existe um desequilíbrio químico que ocorre no cérebro de pessoas com depressão, ansiedade e outras perturbações psiquiátricas. Médicos apontam esse desequilíbrio químico no cérebro como uma das razões para transtornos de humor, abuso de substâncias e dificuldade de aprendizagem.

As sinapses, comunicação no cérebro feita através de neurotransmissores cerebrais, ocorrem com a ajuda de substâncias químicas que, quando em excesso ou em falta, podem interferir nesse processo afetando essa comunicação. Esses desequilíbrios químicos que todos os transtornos psiquiátricos, são:

  • Baixos níveis de serotonina, dopamina, GABA e acetilcolina;
  • Elevado nível de homocysteine (neurotoxina química);
  • Baixos níveis de minerais como potássio, manganês, zinco e magnésio;
  • Falta de vitaminas B6, B12, ácido fólico e vitamina C;
  • Excesso de cortisol (hormônio do estresse).

As causas desses desequilíbrios são as mesmas que apresentamos anteriormente, bem como os sintomas acrescidos também de falta de concentração, dificuldade de aprendizado e estar mais suscetível a vícios.

Diante de todas essas informações, fica claro que ansiedade, apesar de ser essencial para nossa sobrevivência e ser normal até certo ponto, quando foge do controle pode trazer consequências sérias para o indivíduo.

Por isso, não descuide e preste atenção nas evidências! Não trate sentimentos como algo simples, é a sua saúde e sua relação pessoal e com o próximo que está em jogo… Por isso, não se arrisque!




Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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