Dificuldade de respirar? Respiração acelerada? Dor no peito? Tosse frequente? Cuidado! Esses sintomas podem indicar muito mais do que uma simples gripe, tosse, resfriado ou algo parecido. Esses são alguns sintomas de uma condição chamada Atelectasia Pulmonar, você já ouviu falar?
Calma! Não fique sem fôlego! Nesse artigo vamos aprender do que se trata essa condição, quais os sintomas, causas, tratamentos, cura e como prevenir. Respire fundo!
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O que é atelectasia?
A palavra atelectasia é originária das palavras gregas “ateles” que significa “incompleto” e “epéktasi” que significa “extensão” ou “expansão”, ou seja, “expansão incompleta”.
A atelectasia pulmonar é uma condição em que os alvéolos não conseguem se expandir completamente, devido à alguma obstrução nos pulmões. Nessa condição, os alvéolos pulmonares, responsáveis por trocar dióxido de carbono com o oxigênio, sofrem um colapso e diminuem a capacidade de fornecer o oxigênio para o corpo através do sistema circulatório.
Normalmente os alvéolos pulmonares ficam inflados para que a troca de gases ocorra de forma correta, mas quando se tem um acúmulo de muco devido à alguma doença respiratória ou cirurgia, essa função pode ficar comprometida, ocasionando assim as atelectasias.
Os tipos de atelectasia são
- Obstrutiva – tipo mais comum e ocorre quando a comunicação entre os alvéolos e a traquéia está obstruída;
- Não obstrutiva – quando ocorre uma perda de contato entre as membranas pulmonares, compressão, perda do líquido que faz as trocas gasosas, cicatrizes ou infiltrações;
- Subsegmentar – devido à obstrução do brônquio menor em estados de hipoventilação, embolia ou infecção pulmonar;
- Pós-operatória – devido a cirurgias no tórax e administração de anestesia, como veremos nas causas a seguir.
Causas
Os principais fatores que causam atelectasia são aqueles que impedem a respiração profunda, ou seja, quando não é possível encher completamente os pulmões de ar. Dentre eles temos:
- Infecções respiratórias – por fungos e bactérias (pneumonia, bronquite, enfisema, tuberculose) que deixam cicatrizes e dificultam a respiração;
- Anestesia geral – devido ao estado de inconsciência e relaxamento muscular causado pelos remédios que alteram o padrão de respiração do corpo, acumulando secreções nas vias aéreas;
- Excesso de muco – secreções acumuladas por doenças respiratórias e cirurgias que impedem a limpeza de fluidos, podendo ocasionar até mesmo fibrose cística e ataque de asma;
- Obstrução – bloqueio pela ingestão de algum objeto (brinquedos, alimentos inteiros, etc.) engolido acidentalmente que obstrui a passagem de ar;
- Insuficiência respiratória – por bloqueio, trauma ou excesso de esforço físico;
- Derrame pleural – acumulação excessiva de fluido que envolve as membranas do pulmão causando pressão;
- Repouso prolongado – ficar muito tempo deitado na mesma posição;
- Tumores nas vias aéreas – bloqueiam a passagem de ar;
- Coágulo sanguíneo – sangramentos excessivos nos pulmões provocam coágulos que obstruem a troca de ar;
- Pneumotórax – perfuração do pulmão que causa vazamento de ar;
- Trauma físico – lesões no tórax que comprometem a função da respiração;
- Cirurgia abdominal – a dor do pós operatório inibe a tosse, fazendo com que as secreções se acumulem e também não permite que a respiração seja completa.
Além das causas citadas acima, também é importante mencionar que existem outros fatores de risco, como por exemplo:
- Nascimento prematuro;
- Crianças menores de 3 anos e adultos com mais de 60 anos;
- Doenças neuromusculares e pulmonares que prejudicam a respiração profunda;
- Ficar em frente ao ventilador.
Quais os sintomas?
Alguns sinais clínicos indicam a incidência de atelectasia, dentre eles podemos citar:
- Deslocamento da traquéia ou do mediastino;
- Elevação do diafragma (músculo responsável pela respiração);
- Pinçamento das costelas.
Os sintomas são variados, pois quando ocorre uma atelectasia leve, apenas alguns alvéolos podem estar colapsados e não causar sintomas aparentes. Já quando áreas maiores dos pulmões são afetadas, os sintomas aparecem rapidamente e são definidos por:
- Dificuldade de respirar
- Batimento cardíaco e respiração acelerados
- Dor no peito
- Tosse
- Pele e lábios azulados
- Febre
Tem cura?
Felizmente existe solução para os casos de atelectasia, pois ela tem cura, só depende da gravidade e dos fatores que estão causando o problema. Por isso, o tratamento é essencial, principalmente nos casos mais críticos, e este consiste em re-expandir os pulmões que, caso esteja obstruído, deverá ser feita a remoção dos fluidos para permitir a expansão.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de radiografias do tórax, para identificar as obstruções das vias aéreas e fatores que estão pressionando os pulmões. Além da radiografia, as atelectasias podem ser detectadas por outros exames, como por exemplo:
- Tomografia computadorizada – imagens mais detalhadas do que uma radiografia normal;
- Broncoscopia – feita por uma câmera iluminada num tubo fino guiada pelos brônquios;
- Ultrassonografia – que também oferece imagens detalhadas;
- Oximetria – mede a quantidade de oxigênio transportado na corrente sanguínea.
Quais os tratamentos?
Após o diagnóstico, se for constatada atelectasia leve, não há necessidade de intervenção médica, pois esta pode diminuir por si só. Já as atelectasias graves necessitam de tratamentos mais específicos para ajudar na expansão dos pulmões.
Os procedimentos para o tratamento são basicamente de fisioterapia pulmonar, os quais consistem em:
- Dispositivos de espirometria de incentivo – para ajudar nos exercícios de respiração profunda;
- Drenagem postural – Inclinar a pessoa com a cabeça mais baixa que o tórax para drenar o muco mais rapidamente;
- Percussão ou tapas no peito – para ajudar a soltar os tampões de muco presos nas vias respiratórias. Caso o pulmão esteja comprimido em apenas um dos lados, deitar-se do lado oposto para ajudar a expandir o lado colapsado;
- Medicamentos inalatórios – para limpar as vias aéreas;
- Pressão expiratória positiva (PEP) – dispositivo para aumentar a pressão nas vias respiratórias e limpá-las;
- Remoção ou tratamento de tumores – diminuir ou eliminar tumores com tratamentos adequados para desobstruir a passagem de ar;
- Tossir – ajuda a limpar as secreções, mas em alguns casos é necessário usar dispositivos de pressão positiva, pois pacientes pós-cirurgia não tem força para tossir o suficiente para expelir os fluidos.
Enfim, o melhor tratamento será indicado pelo médico responsável após o diagnóstico preciso, conforme cada caso.
Como prevenir?
Melhor do que tratar qualquer doença é preveni-la! Por isso, as recomendações para não sofrer com os sintomas condicionais da atelectasia, são as seguintes:
- Respire profundamente! Isso mesmo, ao encher os pulmões de ar por completo, você ajuda na expansão necessária e na limpeza de fluidos nas vias aéreas.
- Tussa! A tosse promove a limpeza do muco acumulado principalmente após cirurgias de pulmão e tórax e anestesias.
- Cuidado com o que as crianças levam à boca! Essa já estamos carecas de saber, mas é sempre bom alertar, pois isso pode acontecer com qualquer um! Evite deixar brinquedos ou objetos pequenos perto de crianças que ainda não tem noção que não se deve levá-los à boca. Por isso, respeitem a indicação etária de cada brinquedo!
- Por fim, atente-se para infecções e doenças respiratórias aparentemente simples, pois se não forem tratadas corretamente podem evoluir para problemas mais graves causando desconfortos maiores e desnecessários. Portanto, ao surgirem quaisquer um dos sinais ou sintomas citados nesse artigo, procure um médico e inicie o quanto antes o tratamento.
Esperamos ter ajudado e até a próxima!
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