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O nosso sangue é composto por diversas substâncias, dentre elas as plaquetas e os fatores de coagulação que fazem com que o sangue se solidifique quando temos algum ferimento, ou quando passamos por alguma situação em que o corpo precisa se reconstituir, tanto interna quanto externamente.
Esse processo é chamado de cascata de coagulação e quando ocorre de forma equilibrada e natural, é denominado hemostasia. Porém, existem situações de desequilíbrio dos fatores de coagulação, as quais são chamadas de Trombofilia que, quando não tratada pode causar problemas maiores como Trombose, Embolia Pulmonar, AVC e pré-eclâmpsia (na gravidez).
A Trombofilia pode ser tanto hereditária quanto adquirida e seus sintomas iniciais são leves, o que dificulta seu processo de identificação. Por isso vamos saber mais sobre ela, suas causas, sintomas e tratamentos.
A coagulação do sangue é um processo normal do organismo que faz com que cicatrizes sejam fechadas e os coágulos sejam absorvidos naturalmente. A Trombofilia é um desequilíbrio nesse processo de coagulação do sangue onde ocorre uma maior formação de coágulos, também chamados cientificamente de trombos.
A Trombofilia pode ser tanto hereditária, transmitida de pais para filhos, quanto adquirida, que ocorre na idade adulta devido à problemas no sistema imunológico ou devido à utilização de medicamentos como anticoncepcionais, por exemplo.
Se a quantidade de trombos no sangue aumenta, pode ocorrer a Trombose que é quando os coágulos se acumulam em regiões do corpo bloqueando a passagem do sangue.
Existem de dois tipos de trombose:
Além das tromboses, a trombofilia pode levar a outro problema grave chamado Embolia Pulmonar que é quando um ou mais coágulos se desprendem e continuam na corrente sanguínea até chegar nos pulmões, causando obstrução das artérias pulmonares, diminuição da oxigenação do sangue e falta de ar.
Quando a trombofilia é hereditária, as causas são genéticas e são caracterizadas por:
A gravidade da trombofilia hereditária se dá de acordo com os hábitos de vida e o histórico relacionado à alguma doença grave que levou ao aumento de coagulação do sangue. Geralmente a trombofilia hereditária só é descoberta quando a pessoa desenvolve uma trombose ou tem um AVC, daí então são feitos os exames genéticos para determinar se a pessoa tem trombofilia hereditária.
Nos casos de trombofilia adquirida, 60% representa síndrome antifosfolípide (um tipo de anticorpo que estimula a coagulação), fazendo com que seja mais agressiva do que a trombofilia hereditária.
As causas da trombofilia adquirida são variadas como por exemplo:
Segundo especialistas, o sangue fica mais espesso durante a gravidez e isso caracteriza uma tendência à trombofilia que, se não for acompanhada pelo médico, pode causar problemas graves tanto para a mãe quanto para o bebê.
O aumento de coágulos pode entupir as veias da mãe e consequentemente obstruir a irrigação da placenta fazendo com que ela se descole antes da hora. Além disso, a mãe também pode ter complicações com embolia pulmonar ou até mesmo com a pré-eclâmpsia, que é o estágio que antecede um possível colapso onde a mãe pode sofrer devido ao aumento da pressão sanguínea, causando edema cerebral, convulsão e coma.
A saúde do bebê pode ser afetada quando a circulação de sangue na placenta é prejudicada pelo entupimento das veias da mãe, pois os nutrientes não chegarão à placenta e o bebê terá problemas no seu crescimento e desenvolvimento.
Quando 90% das veias da mãe ficam comprometidas, o bebê não resiste e ocorre o aborto. Por isso é tão importante que as grávidas façam o pré-natal corretamente, seguindo todas as orientações do obstetra, principalmente quando houver a suspeita de trombofilia.
A trombofilia em si não causa sintomas no início até que se desenvolva para um problema maior como a trombose, que vai desencadear as demais complicações, embolia pulmonar, AVC e outros. Quando os sintomas ocorrem, são caracterizados basicamente por:
A pré-eclâmpsia normalmente é descoberta na 20ª semana quando ocorre o aumento da pressão arterial, inchaço nas mãos, pés e rosto, dores de cabeça, dores abdominais, sangramentos vaginais, alterações visuais e outras alterações detectadas por exames de sangue e de urina.
Outro exame muito importante que prevê a pré-eclâmpsia antes mesmo de surgirem os sintomas é o PlGF (Placental Growth Factor) que significa fator de crescimento placentário. Este exame foi lançado na Europa e chegou no Brasil recentemente.
Devido à trombofilia ser assintomática, o diagnóstico é um pouco complicado, mas quando há suspeitas, o resultado é obtido através de exames de sangue específicos, como por exemplo: Fator V Leiden, proteína C, proteína S, anticoagulante lúpico e, no caso das grávidas, ultrassonografia que ajuda a identificar a formação de coágulos.
Confirmado o diagnóstico, o médico inicia o tratamento com anticoagulantes e heparina. O anticoagulante tem duração de 24 horas e, na gravidez deve ser usado durante toda a gestação e nos 40 dias após o parto. Caso haja suspeita de trombofilia mesmo antes de engravidar, deve-se iniciar o tratamento da heparina mesmo antes da gravidez e continuar no pós parto até normalizar a coagulação do sangue.
Primeiramente, mantenha-se saudável, evite fumar, alimente-se bem e faça exames de rotina para prevenir qualquer problema de saúde. Ao sentir algum dos sintomas relacionados acima, procure um clínico que fará uma avaliação, solicitará os exames e, no caso de trombofilia, trombose e afins, poderá te encaminhar para o médico especialista no assunto (angiologista, hematologista ou cirurgião vascular).
Outras recomendações importantes para quem tem trombofilia:
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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