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A gravidez é um momento da vida da mulher e/ou do casal em que há muitas expectativas: espera-se que tudo corra bem durante a gestação e na hora do parto. Entretanto, alguns fenômenos orgânicos podem acometer a gestante, como a diabetes gestacional.
É muito comum que mulheres sem um quadro anterior de diabetes desenvolvam a doença, a qual pode desaparecer após o parto. Isso acontece porque a placenta é uma fonte de hormônios que reduz a ação da insulina.
Durante a gestação, a placenta passa a produzir uma série de hormônios para ajudar no desenvolvimento do bebê. Porém esses hormônios costumam prejudicar a ação da insulina, o resultado é que o corpo passa a ter mais açúcar no sangue. Essa condição, normalmente, ocorre no segundo semestre de gestação e some logo depois do parto.
É o problema metabólico mais comum na gravidez, por isso é importante ficar de olho no que é exatamente essa doença e quais as melhores formas de prevenir e tratá-la.
A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, tem como função metabolizar a glicose (açúcar no sangue) para a produção de energia. Na gestante, esse órgão aumenta a produção de insulina, sobretudo, no último trimestre da gravidez, quando a ingestão de carboidratos precisa aumentar para que o bebê se desenvolva, como explica a Veja Saúde.
Quando há um mau funcionamento desse hormônio, ocorre a diabetes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, as adaptações na produção hormonal materna que atuam no desenvolvimento do bebê nem sempre acontecem da melhor maneira ou, simplesmente, não acontecem, podendo levar ao quadro de diabetes gestacional, que se caracteriza pelo aumento do nível de glicose no sangue.
Em geral, é a partir da 24ª semana (início do 6º mês) de gravidez que se descobre o diabetes na gestante.
Para diagnosticá-la, é preciso saber como está a glicose em jejum e, ainda, a glicemia após estímulo da ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância à glicose.
Se a glicose no sangue estiver em valor igual ou maior a 92 mg/dl em jejum, é diagnosticada a diabetes gestacional.
A diabetes gestacional costuma ser assintomática. Por esse motivo, é essencial que a mulher faça um bom pré-natal e acompanhe os níveis glicêmicos no sangue durante toda a gestação.
Os sintomas mais comuns que as gestantes sentem quando desenvolvem o diabetes gestacional são:
Mas como esses sintomas costumam ser bastante comuns na gravidez, o médico poderá avaliar se os níveis glicêmicos estão normais ou não, pedindo à gestante um exame de sangue.
Uma das consequências para o bebê, ao ser exposto a quantidades significativas de glicose no ambiente intrauterino, é o maior risco de crescimento fetal, o que pode acarretar complicações no parto, hipoglicemia neonatal e até obesidade e diabetes na vida adulta.
Existem alguns fatores de risco a seres considerados para o diabetes gestacional:
Embora possa assustar, o diabetes gestacional pode ser controlado através de orientação nutricional e da prática de atividade física para reduzir os níveis glicêmicos.
Entretanto, qualquer atividade física deve ser recomendada pelo obstetra, após uma avaliação de possíveis contraindicações.
Pode ocorrer de a gestante não conseguir controlar o diabetes com essas medidas e precisar fazer uso de insulinoterapia.
Com o tratamento adequado, a maioria das gestações tem um parto descomplicado e os seus bebês nascem saudáveis.
O mais importante, após diagnosticar a doença, é monitorar constantemente os níveis glicêmicos e seguir as recomendações médicas.
Mulheres diagnosticadas com diabetes gestacional devem redobrar os cuidados com alguns tipos de alimentos, como carboidratos, e evitar outros, como frituras, doces, gorduras e alimentos industrializados.
No caso dos carboidratos, é importante lembrar que eles são importantes nutrientes para dar a energia que o corpo precisa, no entanto, existem diferentes tipos de carboidratos, e a gestante com a doença deve sempre preferir aqueles com baixo índice glicêmico, que têm digestão lenta e não afetam significativamente os níveis de açúcar no sangue.
É recomendável consultar-se com uma nutricionista.
Aqui vão algumas dicas da nutri Michele Bortoletto:
É Interessante também fracionar as refeições, cortar a açúcar e consumir, em conjunto, uma quantidade de carboidrato e proteína, isso por que a proteína torna o processo de digestão do carboidrato mais lento, o que é bom para o controle glicêmico no sangue.
Com essas dicas, a gestante poderá seguir esse período tão importante na vida de uma mulher com mais tranquilidade e saúde.
Mas é fundamental acompanhamento médico e nutricional.
Depois de seis semanas do parto, a mulher deve realizar um novo teste oral de tolerância à glicose, sem estar em uso de medicamentos antidiabéticos.
A diabetes gestacional é um importante fator de risco para desenvolvimento de diabetes tipo 2 após alguns anos do parto.
A amamentação ajuda a reduzir esse risco, além da manutenção de uma alimentação controlada e da prática regular de exercícios físicos.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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