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Alguma vez você já parou para pensar no que te faz ser quem você é? A resposta, provavelmente, é sim. A imensa maioria das pessoas faz essa reflexão vez ou outra.
Quem nunca ouviu aquela comparação entre pai e filho ou mãe e filho, traços de personalidade que as pessoas julgam como uma espécie de “herança”. Muitos já ouviram que era igualzinho ao pai ou tão teimoso como a mãe e outras coisas do tipo. Mas será que é assim mesmo? Os genes determinam a personalidade ou há mais elementos nessa equação?
Jonh Locke, um dos principais pensadores iluministas, dizia, lá no século XVII, que a criança era uma “tabula rasa”, ou seja, um papel em branco, pronto a ser preenchido. Desde então, muitos pesquisadores vêm procurando responder se, ao nascer, o cérebro do bebê é isso mesmo: uma tela em branco.
Hoje já se sabe que o cérebro, na verdade, é moldado por uma série de fatores ambientais, mas que existe sim um componente genético e uma capacidade adaptativa desde o nascimento. Na realidade, bebês são bem inteligentes e observadores. Tudo o que acontece ao redor deles e com eles serve como base para “moldar” o cérebro dali em diante.
Mas não só isso. A genética tem importância na formação da personalidade sim. Segundo estudiosos, metade das nossas características comportamentais são genéticas. Mas, como tudo que envolve o ser humano, nada é tão simples assim. Hoje já se sabe que os genes não são determinantes para a formação da personalidade, eles funcionam muito mais apontando “tendências genéticas”, por assim dizer.
São inúmeras as pesquisas com gêmeos idênticos e crianças adotadas para verificar qual o grau de importância dos genes na formação da personalidade. Há inúmeras vertentes de pensamentos, mas quase todos concordam que os genes interagem com o meio ambiente e que as influências ambientais podem fazer toda a diferença na composição do indivíduo.
Desde o nascimento, uma pessoa passa por uma série de influências na vida que vão moldando-a, em conjunto com aquelas tendências genéticas já ditas anteriormente. Uma das principais delas é o impacto dos pais na vida das criança, não somente a forma de educação, mas como os pais lidam com as emoções dos filhos e com as próprias.
A estudiosa Renate Jost Moraes, autora de “O Inconsciente sem Fronteiras” defende, por exemplo, que os pais têm muita força de influência inconsciente sobre as crianças nos primeiros anos, mas que esse “poder” diminui gradativamente, sendo de 90% na fase intrauterina, 75% até os cinco anos, 65% dos cinco aos dez anos e 50% na adolescência. Após essa idade, o jovem nega essa influência e se defende dela conscientemente.
A forma como a criança se relaciona com os pais e os exemplos que aprende em casa, seriam, nesse sentido, importantíssimos para a formação da psiqueformação da psique, principalmente na primeira infância. Vale lembrar que muitas dessas primeiras influências ficam registradas no inconsciente, por isso são sempre traços muito sólidos, tendo em vista que, por não serem conscientes, ficam sempre inalterados.
Não somente os pais, mas os amigos, a escola, e toda a gama de relações que o ser humano tem, principalmente nas primeiras décadas de vida, vão moldar a personalidade.
Há pesquisas que apontam, inclusive, que as amizades são mais determinantes para a formação do sujeito do que os pais. Quem defende isso é Judith Rich Harris, autora de “Diga-me com quem Andas…”. Segundo ela, as relações de amizade são as grandes influenciadoras da personalidade adulta, baseada em pesquisas sobre a evolução humana, que mostram que o espírito colaborativo sempre foi essencial para a sobrevivência da espécie. Além de todos esses fatores, o próprio indivíduo tem em si responsabilidade sobre as experiências que vive o que faz com ela.
Com base em tudo isso, fica fácil entender a diversidade humana.
São muitos os fatores que levam as pessoas a serem quem são. E viva as diferenças!
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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