Índice
Quem tem alergia conhece o nome – histamina – e sabe que ela é uma substância produzida pelo nosso organismo em resposta à presença de alégeno. Ou seja, você tem rinite alérgica quando abre o armário e vem aquele cheiro de mofo?
Espirra, claro, e seu corpo descarrega histamina aos montes no sistema numa tentativa de se equilibrar. E quanto mais histamina, no entanto, mais espirros e reações diversas até o mais grave – edema de glote – e, é só o corpo querendo barrar a entrada do alérgeno, veja só!
A histamina é uma amina biogênico, cuja fórmula é C5H9N3. Tem uma poderosa ação vasodilatadora nos processos de resposta imunológica – ou seja, quando há excesso de histamina, o nosso organismo por ação dessa amina específica, libera plasma em quantidades e surgem edemas, vermelhidão, coceiras e outros sintomas chatos que todo alérgico conhece.
Mas, a histamina também tem uma função reguladora na fisiologia intestinal onde atua como neurotransmissor e é um dos principais mediadores químicos na resposta inflamatória de origem alérgica.
Só que não existe histamina só no organismo humano – essa amina está presente em todos os organismos animais ou vegetais como intermediário químico de algumas reações fundamentais. É por isso que, se somos sensíveis ao seu excesso, respondemos alergicamente, também.
Um ciclo vicioso, na verdade, que se inicia quando somos especialmente sensíveis a histaminas de origens específicas. Nosso organismo responde, mais ou menos alarmantemente, quando há sobrecarga de histamina, para alertar o corpo de que há um elemento estranho, agressivo, por perto, o que é bastante perigoso.
Como há histaminas nos vegetais, é lógico se supor que também existem em diferentes alimentos que ingerimos – daí vêm as reações alérgicas de origem alimentar – e o problema ocorre quando a ingestão (ou liberação) de histaminas não está equilibrada com o processo de degradação da mesma pelas enzimas específicas (as diaminoxidase, DAO, que existem no intestino delgado) e que impedem sua absorção por nós.
Geralmente, uma pessoa saudável é capaz de lidar com a histamina que ingere a partir de fontes alimentares ou àquela que o próprio organismo sintetiza na presença de alergênicos. Porém, em algumas situações pode ocorrer a intolerância à histamina e as diaminoxidase não vão dar conta da degradação necessária e aí, o acúmulo vai produzir uma série de sintomas chatos.
Os sintomas de intolerância à histamina são muito semelhantes àqueles de uma reacção alérgica clássica – cólicas abdominais, dor de estômago, diarreia, flatulência, prurido e urticária, dores de cabeça, asma e dificuldade para respirar, nariz entupido, irritação e sensação de coceira nos olhos, taquicardia e tonturas.
Normalmente, os sintomas de intolerância desaparecem após uns 40 minutos, caso esta não seja demasiado severa. No entanto, quando a intolerância é grave, a reação pode ser explosiva e te levar ao hospital.
Recapitulando os possíveis sintomas de intolerância à histamina são:
• Cólicas abdominais
• Dor de estômago
• Diarréia
• flatulência
• comichão e urticária
• Dor de cabeça
• Asma
• Dificuldades respiratórias
• Nariz entupido
• Irritação
• Coceira nos olhos
• Taquicardia
• Tonturas
Intolerância a histamina pode ser uma situação temporária ou permanente – aguda ou crônica. O primeiro caso acontece com bastante frequência e o segundo só afeta de 1 a 2 % da população atingindo, principalmente, mulheres com mais de 35 anos.
A intolerância temporária pode ocorrer após a ingestão de quantidades exageradas de bebidas alcoólicas (que deterioram tanto a absorção quanto a resposta imunológica) ou alimentos que contenham grande quantidade de histamina. Neste caso, a enzima DMA tem sua síntese inibida por um determinado período de tempo permitindo que muita histamina entre no sangue e provocando os sintomas de excesso, especialmente sintomas gástricos e dor de cabeça.
A “ressaca” é um caso clássico de intolerância temporária à histamina.
O diagnóstico diferencial não é fácil já que os sintomas de intolerância à histamina se confundem com outros como colite (no caso dos sintomas gástricos) quando o alergênico está no alimento ou resfriado (nariz entupido) e catarro brônquico (dificuldades respiratórias), quando se trata de alergias relativas à inalação de substâncias voláteis.
Na verdade, a maior dificuldade é que a intolerância à histamina não é uma verdadeira alergia pois, não afeta o sistema imunitário – portanto, não pode ser detectada com os testes tradicionais de busca de alergênicos – porém dá respostas que parecem ser.
No caso, o diagnóstico da intolerância à histamina é feito em base a sintomas e o que você comeu, ou ingeriu por alguma outra forma, antes da crise e, diferencialmente, após um tempo sob dieta livre de histamina. Cada pessoa que tem suspeita de intolerância à histamina deverá, então, ficar algumas semanas em dieta e ambiente comprovadamente livre de histaminas para comprovar seu caso e buscar o tratamento mais correto.
Alguns alimentos são muito ricos em histamina por conta de tratamentos que sofreram, e esse fato será, com certeza, um agravante para você que é intolerante.
A formação de histamina dentro do alimento requer condições especiais: a presença de aminoácidos livres, microorganismos, bactérias, e as condições adequadas que permitem o seu crescimento.
É por isso que, entre os alimentos ricos em histamina se incluem, especialmente, aqueles submetidos a cura, fermentação, envelhecimento e armazenamento prolongado em estoque, como:
● alimentos fermentados
● alimentos condimentados
● conservas e embutidos
Exemplos de alimentos que passam pelas preparações mencionadas acima e que podem conter muitas histaminas:
● vinho tinto e vinho espumante
● queijos
● embutidos como salame e presunto
● peixe enlatado como atum, cavala, sardinha, arenque e marisco
● chucrute e outros fermentados
● e alguns vegetais: tomate, berinjela e espinafre
● molhos como: ketchup e molho de soja
● vinagre
● alimentos que não têm histamina mas favorecem sua liberação no nosso organismo: chocolate, morango, abacaxi, cogumelos, nozes e álcool.
Mas, é claro que se você não sofre de nenhuma sensibilidade especial ou condição de saúde que debilite seu sistema imunológico, seguramente poderá usar qualquer dos alimentos que referimos na listagem acima os quais, em quantidades moderadas não ocasionarão nenhuma crise de intolerância temporária à histamina.
Só que deverá ter o maior cuidado caso você sofra de intolerância permanente à histamina pois, nesse caso, qualquer acúmulo poderá levar a uma crise séria, como já dissemos antes, com edema de glote ou choque anafilático.
A dieta mais adequada para aqueles que são suspeitos de sofrerem intolerância a histamina é feita, substancialmente, de alimentos frescos como:
● Hortaliças e verduras: alface, couve-flor, brócolis, cenoura, alho, abóbora, beterraba, aspargos, abobrinha
● Frutas: maçãs, limões, uvas, amoras, pêssegos, ameixas
E alimentos como:
● massas, arroz, batatas, cereais e pseudocereais, legumes, leite fresco, iogurte e queijo fresco, carne e peixe fresco, ovos frescos.
Em caso de intolerância à dieta deve ser baseada nos seguintes alimentos:
● salada
● couve-flor
● brócolis
● cenouras
● alho
● abóbora
● acelga
● abobrinha
● espargos
● maçãs
● pera
● limões
● uvas
● mirtilos
● pêssegos
● ameixas
● macarro
● arroz
● batatas
● cereais e pseudo-cereais
● legumes
● leite fresco
● queijos frescos
● iogurte
● carne e peixe fresco
● ovos
A dieta de alimentos livres de histamina é o primeiro e principal remédio natural contra a intolerância pois, assim seu organismo não terá motivos para reagir a níveis exagerados de histamina, não é?
Também têm ação benéfica os alimentos ricos em vitamina C, flavonóides, ômega 3 e algumas plantas específicas como:
● gengibre
● camomila
● alho
● groselha negra
● chá de rooibos (Aspalathus linearis)
Então, se estiver em dúvida sobre se você sofre ou não de intolerância à histamina, o melhor que você fará é consultar um bom médico que entenda tanto de alergias quanto de alimentação, certo?
ALERGIA AO NÍQUEL: SINTOMAS, ALIMENTOS PERMITIDOS E PROIBIDOS
PREVINA-SE DE ALERGIAS E DOENCAS RESPIRATÓRIAS NESTA PRIMAVERA
ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA: SINTOMAS, O QUE FAZER. PODE DESAPARECER?
CORTISONA: 5 ALTERNATIVAS NATURAIS
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
ASSINE NOSSA NEWSLETTER