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Quando somos acometidos por uma doença, é natural que o nossos sistema imunológico fique mais fragilizado. Uma das doenças que mais afeta o nosso sistema de defesas é o câncer. Mas é possível fortalecê-lo através de um novo tratamento: a imunoterapia.
Sobre esse assunto, o programa Tema Livre, da EBC, debateu sobre como o sistema imunológico pode ser fortalecido durante o tratamento do câncer.
Muitas pesquisas apontam que doenças psiquiátricas, como a depressão, estão relacionadas a muitas doenças clínicas, entre elas o câncer.
O biólogo e pesquisador do Instituto Nacional de Câncer (INCA), Martin Bonamino, diz que o sistema imunológico funciona como uma espécie de patrulha. O tumor, por diversos mecanismos, faz um processo contrainteligência, isto é, ele age entendendo como o sistema imunológico o identifica, fazendo ações para evadir do controle do sistema imunológico. É nesse contexto que a imunoterapia tem atuado para, basicamente, ensinar o sistema imunológico a ignorar os sinais negativos que vêm do tumor.
Tumor e sistema imunológico estão em interação no organismo, mas através das imunoterapias o tumor é desmascarado pelo organismo. Pelo tratamento, o sistema imunológico é ensinado a identificar o tumor e a combatê-lo.
A imunoterapia é um conjunto de estratégias usadas na medicina para estimular ou melhorar a resposta imunológica em tratamentos de doenças como câncer, infecções e outras, assim como para minimizar os efeitos adversos em tratamento muito agressivos como a quimioterapia, por exemplo.
As estratégias podem ser de tipo profilático (preventivo) ou terapêutico e incluem:
* vacinas,
* anticorpos monoclonais (são anticorpos produzidos por um clone de um único linfócito B parental – o linfócito que constitui o sistema imune)
* e os fatores de crescimento um conjunto de substâncias, a maioria de natureza proteica, que juntamente com hormônios e neurotransmissores, desempenham uma função importante na comunicação intercelular).
A depressão pode ser uma complicação da doença ou do próprio tratamento. A inflamação do corpo e a doença mental andam de mãos dadas, segundo o psiquiatra Marcos Alexandre Gebara, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que diz, ainda, que a doença é muito comum em pacientes com doenças crônicas.
Gebara, do lado da psiquiatria, explica que a inflamação, que é uma resposta imunológica defensiva do organismo e necessária para a sobrevivência, pode ser afetada pelo estresse crônico, o qual faz perdurar a resposta inflamatória, tornando-a inapropriada e, até mesmo, destrutiva. Isso pode resultar em um caso depressivo mais grave.
O tratamento da doença mental pode melhorar a resposta do tratamento do câncer. Em muitos casos, é necessário combinar o tratamento contra o câncer com o tratamento antidepressivo para melhorar a eficácia do tratamento global. Na área psiquiátrica, Gebara esclarece que algumas pesquisas afirmam que as doenças mentais são inflamatórias.
O médico oncologista Rafael Brandão, coordenador científico do Oncoclínica, comprara a imunoterapia com as terapias contra o câncer. Ele diz que a imunoterapia funciona muito bem com as demais terapias em pacientes com câncer, pois pesquisas vêm mostrando que a combinação delas representam uma taxa de resposta de 20% na melhora dos pacientes.
Algumas medicações usadas no tratamento de um tipo de câncer não é eficaz no tratamento para outro tipo. A diferença da imunoterapia para os demais tratamentos oncológicos tradicionais é que ela é menos agressiva e mais tolerada pelos pacientes. A qualidade de vida dos pacientes que recebem a imunoterapia é bem melhor do que aqueles submetidos apenas às terapias convencionais.
Embora a área seja ainda recente, a imunoterapia tem apresentado uma taxa de resposta em uma fração de pacientes. Entretanto, ela responde bem a alguns tipos de tumor, mas a outros ainda não há dados comprobatórios sobre a sua eficácia. Sem falar que alguns pacientes respondem de forma diferente à imunoterapia, mesmo tendo o mesmo tipo de tumor. Por isso, o tratamento deve ser feito criteriosamente.
Outro ponto a ser explorado são as associações, ou seja, para alguns tumores apenas a imunoterapia é eficaz e, para outros, o tratamento combinado com outras terapias é mais vantajoso.
80% dos pacientes submetidos à imunoterapia, segundo pesquisas, permanecem vivos e, após um ano, 20% deles apresentam redução dos tumores. Para tumores de grau avançado, esses dados são muito expressivos, mas, para aqueles que são mais brandos, tais dados são inexpressivos.
A imunoterapia é um tratamento novo que vem apresentando bons resultados no combate ao câncer.
Entretanto, ainda é preciso que as pesquisas confirmem a sua eficácia para quais tipo de tumores e em que pacientes ela pode contribuir para o tratamento. Alguns centros, aqui no Brasil, vêm pesquisando a imunoterapia em pacientes de câncer e aplicando-a em diversos tipos de tratamento. Fale com o teu médico sobre o assunto e peça maiores informações para o teu caso em particular.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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