Febre amarela, doença erradicada no século passado volta a assustar


Você deve ter lido recentemente acerca de uma possível epidemia de febre amarela no Brasil e, naturalmente, deve ter ficado preocupado. Se você desconhece a doença, é bom ter informações acerca dela para poder se previnir. Há muito tempo não se ouvia falar da febre amarela no Brasil, ao menos nos centros urbanos, porque ela estava controlada. Isso, aliás, aconteceu pela primeira vez há mais de 100 anos, quando o sanitarista Oswaldo Cruz organizou uma campanha de combate aos focos do mosquito Aedes aegypti e de erradicação das epidemias de febre amarela e outras doenças causadas pelo mosquito nas principais cidades do país.

Agora, novamente, a febre amarela volta a ameaçar o Brasil, já que 47 casos da doença foram confirmados, entre os 272 suspeitos, e 25 mortes ocorreram em Minas Gerais. É mais um caso que mostra o quão poderoso é o mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue, chicungunya e zika.

O que poderia estar causando esse surto?

De acordo com o historiador Marcos Cueto, da Casa de Oswaldo Cruz, as epidemias têm uma história que é, muitas vezes, ignorada pelos gestores da saúde pública. Segundo ele, o surto de febre amarela já era uma tragédia anunciada: “Na história das epidemias do século 21, muitas vezes a dengue antecede a febre amarela. Mas aqui as lições da História não são levadas em conta”, explica o especialista ao DW.

O que tem havido nos últimos anos é uma atitude passiva em relação ao mosquito, o que permitiu que ele ganhasse cada vez mais terreno, logo os casos de dengue, zika e, agora, febre amarela, preocupam a população brasileira, já que, sem controle ao mosquito e sem campanhas de vacinação, ela ficou exposta a essas doenças.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disponibiliza várias informações sobre a febre amarela e um guia esclarecedor, que resumimos a seguir:

Sintomas

A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus e transmitida por vetores, sendo o principal deles o mosquito Aedes aegypti. Um fator preocupante em relação à doença é que é comum os seus sintomas serem muito leves e, até mesmo, inexistentes na pessoa infectada. As primeiros sintomas são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.

Pode acontecer de a pessoa infectada sentir uma sensação de bem-estar por dois dias. É quando podem começar a ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

Transmissão

A febre amarela é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti.

A infecção ocorre quando uma pessoa que nunca teve a febre amarela ou tenha tomado a vacina circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado, tornando-se uma fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano.

Prevenção

Como a transmissão urbana da febre amarela decorre da picada do Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita combatendo o agente transmissor. Não custa lembrar que os mosquitos se reproduzem na água limpa parada. Logo, recipientes como caixas d’água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos. Mantenha esses lugares sempre limpos, secos e tampados.

A , o poder público deve se ocupar do saneamento básico e da gestão dos resíduos como prioridades. A a aplicação de inseticida, método conhecido como “fumacê”, ainda que seja considerado pouco eficaz também é um dos métodos usados pelos governos, além da disponibilização de vacinas.

Existem métodos de controle biológico testados e aprovados em vários lugares do país. São .

Outras medidas preventivas são o uso de repelente, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.

Faça a sua parte no combate ao Aedes aegypti, para que o mosquito não nos ameace com mais uma doença perigosa.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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